3- Verdades secretas

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Não era como se ele soubesse, mas tinha um leve sensação de que tudo daria errado naquele dia.
Andando pelos corredores da escola Max era seguido persistentemente por seu melhor amigo Zack.

- Eu não vou na sua convenção!, tenho coisas pra fazer- disse Max dando de ombros, enquanto continuava andando.

- há é mesmo?, então vamos por em lista tudo o que você vai fazer hoje?- Zack questionou.

- eu tenho muita coisa pra fazer, tá bom?- disse Max o olhando indignado.

- O que? Ler mais um livro? jogar vídeo game? ficar jogado na cama? Ou simplesmente ser anti-social?- seu amigo indagou.

- falou o sociável... - Max resmungou.

Seguiu pelo corredor andando de costas enquanto descutia com seu amigo, até sentir o impacto em suas costas. Foi empurrado, o pingente do colar no seu pescoço, pressionado contra o peito. Ele só se deu conta disso quando olhou para cima e viu os olhos de Zack se arregalar e pôde ouvi-lo murmurar um grande "merda!".

- Hora, hora, hora. Olha só quem a gente encontrou - Billy um dos babacas que infelizmente a maioria das escolas tem, e que por algum motivo não explicado pela ciência é venerado, aparecerá para mais uma sessão de perseguição seguida de provocações.

- foi mal cara - Max falou.

- olha por onde anda aberração!

- eu não te vi- Max estava totalmente
Encurralado e vulnerável. Zack o ajudou a levantar, Max passou a mão pelo corpo limpando a poeira.

- Não era para ver mesmo "com esses olho" seu segueta- Disse ele.

Aquele menino tinha dedicado a vida a ser o inimigo de Max, sem nenhum mutivo aparente. Billy o olhava com nojo em seu rosto, ele provavelmente o odiava, embora Max o odiasse mais. Max sabia que não era um dos melhores sentimentos para ser nutrido, mas estava cansado de vivenciar esse tipo de situação.

- na verdade o correto é "com esses olhos"- Zack o corrigiu. Os capangas de Billy começaram a rir e o rosto do valentão atingiu um tom de vermelho pimenta.

Max já estava acostumado a receber esse tipo de comentário, eles continuam o afetando embora não demonstre, sempre sofreu esses tipos de ataques por conta da cor de seus olhos - que variam de violeta a um roxo profundo- por isso ele assumiu o geito tímido e reservado.
Seu avô já havia o transferido de escola muitas vezes até chegar a está. Era como outras, mas desta vez conhecerá Zack, ele não se importava com a cor de seus olhos, na verdade até ficou impressionado pela raridade desta cor. Ele é irritante e as vezes fala demais, entretanto é compreensível e acolhedor, um ótimo amigo lhes diria.
É aquele ditado: "Esquisitões ajudam esquisitões".

Max se afastou quando Billy deu sinal de que iria para cima dele, nunca gostou de discutir, muito menos se meter em brigas. Na verdade sempre as evitava, contudo ele era um ímã para problemas.
Max sentia seus olhos arderem e lacrimejar entretanto não se deu ao luxo de chorar, não podia. não ali, não agora.

- Tá tudo bem...- disse ele para si mesmo ofegante enquanto corria- tá tudo bem, vai ficar tudo bem.

Sentia-se um pouco tonto e seus braços furmigavam, a visão embaçada como fumaça. Era como se fosse enfartar a qualquer momento. Quando chegou ao lado de fora, encostou-se em uma árvore e respirou fundo, para ele era mais uma de suas crises de ansiedade, elas até eram bem frequentes.
Entretanto não era bem isso que acontecerá naquele momento. Em meio a toda aquela tontura a imagem de uma mulher alta de cabelos longos e negros atravessou sua mente, ela usava uma espécie de vestido feito de tecidos finos e escuros. Ela era semelhante a ele, se não fosse pelos seus olhos, talvez até idêntica.
Não era a primeira vez que a via. A primeira vez foi em seus sonhos a algumas semanas, desde então continuou a vê-la repetidamente, em espelhos, no reflexo da água em um lago, onde até pareceu escutar um "você não está seguro" carregado pelo vento. E por fim agora, a mulher aparentava estar desesperada e dizia algo repetidamente, embora desta vez, não escutasse nada além de um alto zumbido.

- Ei tá tudo bem cara?- Zack estava agachado em sua frente e sacudia a mão a centímetros de seu rosto, acompanhado de uma expressão preocupada.

Max acenou com a cabeça. Preferiu não comentar o que viu, as pessoas já o achavam esquisito demais, se dissesse que estava tendo essas visões então.

- eu tô bem, que horas é essa convenção mesmo?

No caminho de volta não parou de pensar no que viu, aquela mulher era familiar e o quanto parecia desesperada o preocupava, ele não tinha certeza se realmente vira algo real, mas no fundo sabia que era um aviso

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No caminho de volta não parou de pensar no que viu, aquela mulher era familiar e o quanto parecia desesperada o preocupava, ele não tinha certeza se realmente vira algo real, mas no fundo sabia que era um aviso.
Ele fez seu percurso de sempre até sua casa, estranhou que por algum motivo a porta da frente estava aberta. A casa se encontrava em um silêncio assustador, uma sensação estranha, diferente de medo o invadiu, ele largou sua mochila no chão caminhou pela casa, o cordão com a chave sacudindo em seu pescoço e passou pelos quarto.
Todos estavam vazios.

Pensou em gritar pelo nome de seu avô porém se manteve quieto. Adentrou a sala indo em direção a cozinha e não encontrou nada nem ninguém. Parou e por um momento pode ouvir passos vindos lado de fora, na parte de trás da casa, devagar abriu a porta da cozinha que dá acesso ao quintal pegou um taco de beisebol que deixará lá encalhado- pois seu avô insistiu em comprar.
Andou pelo caminho de pedras e se deparou com uma figura sentada em uma das cadeiras do jardim, tranquilamente parecia esperar por ele, usava roupas elegantes, sua camisa tinha mangas longas e largas, também usava luvas, cabelos longos e negros como a noite, uma capa azul profunda e uma tenebrosa máscara com chifres que cobria parcialmente seu rosto, deixando a mostra apenas o queixo e parte do maxilar.
Enquanto passava os olhos pelo local rapidamente viu seu avô sentado preso ao lado da figura por correntes violetas.

- O que você está fazendo com ele? -o garoto estremeceu ainda segurando o taco.

- Olá, veja que ainda não fomos apresentados, que indelicadeza a minha- disse o homem calma mente ainda sentado então prosseguiu:

- meu nome é Deimos Acaronte e você tem algo que eu quero.

- eu não ligo para quem você é. E eu não sei o que você quer, mas você vai soltar o meu avô agora!- Max viu seu avô se debatendo na cadeira.

- olha... fico surpreso que não saiba quem sou eu. Embora já fosse de se esperar que esse velhote humano não te contasse sobre mim- ele colocou a mão no queixo de um jeito debochado - deve ter sido um pedido da sua mãe, ela me odeia.

O Homem falava da mãe Max, porém o menino não a conhecia. E como ele a conhecerá?

- não fale da minha mãe, ela está morta!- Max gritou ainda segurando o taco em defesa como se fosse rebater uma bola a qualquer momento.

- a sua mãe não está morta!, quem dera se estivesse me pouparia muitos problemas, inclusive esse- zombou.

- Como assim o que você tá dizendo?, Meu avô me disse que ela morreu em um acidente quando eu era bebê.

- então me parece que ele não te contou muita coisa. Muito menos verdades- disse irônico.

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