34- Apocalipse

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As espadas dos anjos se chocavam uma contra a outra, faíscas voavam a poucos centímetros de seus rostos quando os metais das lâminas entravam em atrito. A essa altura do campeonato, aquilo deixara de ser um briga entre irmãos e se tornara uma disputa de honras. Abaddon tentando manter a dele e Uriel em busca se recuperar a sua. O que muitos alí não sabiam era que um deles já havia perdido a muito tempo.
Assim como os demais, Max e Daren observavam absortos cada movimento, vidrados na disputa não se davam ao luxo de piscar, pois no milésimo de segundo que seus olhos se fechassem a luta poderia já ter tomado um rumo surpreendente.
Nutridos pelo sangue divino no dom da batalha e da guerra, imparáveis até que um deles estivesse derrotado perante o outro, eles continuaram.
Os cortes derramaram o sangue sagrado pelo mármore branco e polido como um espelho, muitas das vezes Abaddon usava de suas grades asas para desferir golpes e se movimentar pelo local. Em certo momento em que um investiu contro o outro, as espada dos dois são arremessadas para longe, os obrigando a entrar em um combate corpo a corpo.
Uriel desfere um soco que faz Abaddon cambalear.

- você pensa que é forte, mas não passa de um verme - diz o irmão limpando o sangue da boca, em seguida acertando o estômago de Uriel.

Uriel contrai os lábios recuperando o ar.

- suas palavras não me afetam mais - diz Uriel acertando outro soco, seguido de outro.

Abaddon é derrubado no chão, então Uriel se posiciona em cima de seu peito o prendendo com os joelhos. Ele não tem piedade quando volta a acertar o rosto do irmão, não da para saber se o sangue em suas mãos é de Abaddon ou de sua próprios dedos.
Com um último golpe ele levanta de cima do irmão e olha em volta do salão. Os anjos lhe encaram com medo e receio. Max e Daren têm uma expressão paralisada. Ele toma a espada de Abaddon em mãos. Mesmo com o rosto machucado o anjo abre um sorriso presunçoso.

- Vamos lá faça o que você tanto deseja - disse ele.

Uriel o encara por alguns segundos, pensando o quão medíocre alguém poderia ser.
Em um movimento rápido Uriel crava a espada no chão bem ao lado de seu rosto dando as costa para ele.

- temos dois artefatos, agora Deimos mão vai conseguir abrir o portal. - Daren balbucia ao lado de Max.

O telefone dele toca, o visor com o nome de Zack brilha.

- MAX? MAX? - ele escuta o amigo chamar desesperado do outro lado da linha.

- Zack? O que ouve? - indaga o amigo tampando o ouvido livre com o dedo.

- O Santo! Deimos invadiu o prédio não fomos fortes o suficiente... Perdemos ele!

O menino já não escutava mais nada. Tudo pareceu se passar em câmera lenta. O telefone escapando de sua mão e caindo lentamente até o chão.
Abaddon se levantar e arrancar a pedra que adornava o punhal da espada.

- o mundo vai ser muito melhor sem eles - diz ele com um olhar colérico.

O sorriso de Daren desaparece. Uriel tenta impedi-lo enquanto o traidor atravessava um portal que surgiu no centro da sala.

- MERDA! o que vamos fazer agora? - Max indagou em desespero.

- Vamos lutar - Respondeu Uriel.

Uriel caminha até a sua espada reconhecendo-a do chão.

- Há muito tempo eu fui expulso do meu lar por defender vidas inocentes - diz ele com uma voz firme que ecoa pelas paredes do grande salão. - vidas essas daqueles que muitos aqui assim como Abaddon acreditam que não valham a pena ser protegidas.
A humanidade corre perigo, Nós corremos perigo. Chega de só observar. É hora de lembrarmos do nosso dever, de lutarmos pelo mundo, lutar pela humanidade e acima de tudo lutar por nós mesmo!

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