30- Isso não é uma escolha

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- vamos escolha. Ele ou o mundo? - Lúcifer ofereceu o cálice para o menino.

- Pegue o cálice - Uriel sussurrou. Em seus olhos verdes Max podia ver o medo. Não do que estava acontecendo, sim do que estava por vir. - vai ficar tudo bem.

Com as lágrimas escorrendo pelo rosto Max agarrou o objeto dourado, o apertando entre os dedos com todo a raiva que tinha. Correntes foram presas nas mãos e pernas do anjo, que caiu ajoelhado próximo ao trono de Lúcifer. No ombro de Max Jason grasnou alto e grave batendo as asas no ar, talvez ele soubesse que um de seus tutores estava ficando para trás.

- Péssima escolha meu caro Lúcifer - Deimos balbuciou ao fundo. - mante-o Daren.

Max se virou para o meio irmão. Os olhos fixos no dele. Daren andou firmemente até ele. Por mais que no fundo ele não quisesse mata-lo, por mais que desejasse que tudo aquilo acabasse, ele estava preso ao pai.

- Você quer mesmo ser como ele? - Max perguntou uma última vez na esperança de que suas palavras lhe fissesem algum efeito.

- Sabe que não tenho outra escolha - Daren retrucou.

- vem comigo - O irmão pediu novamente.

Daren abaixou o olhar. Hesitando por alguns segundos.

- Você é um fraco como ele! - Deimos gritou.- me traga o cálice ou os dois morrerão.

- por favor - Max sussurrou.

- já chega disso, matem todos e recuperem o cálice - ordenou Lúcifer em um gesto de traição.

- FUJAM DAQUI! - Gritou Uriel em desespero batendo com os braços acorrentados.

Max virou-se correndo com os outros em seu encalço. Daren mantinha o ritmo, seu pulso preço a mão firme do menino.
Lyla chutou Leviatã no peito quando o príncipe tentou agarrar o pescoço de Max. O menino usava a magia para jogar estatuas e armaduras no caminho, em uma tentativa falha de retardar o ritmo dos demônios logo atrás e dos cães infernais que ele não fazia a menor ideia de onde surgiram, todavia que na primeira chance que tivessem dilacerariam as suas carnes, se fartando em um banquete de sangue e vísceras.
Eles correram, com a vontade desesperada de dar meia volta para tirar Uriel das correntes e leva-lo de volta para casa batendo no peito. As lágrimas escorriam pelo seu rosto e seus olhos ardiam com a nuvem de poera que levantava a cada escultura quebrada.
Só mais algumas curvas e chegariam a saída. Não havia tempo para o cansaço ou diálises.
Entre uma curva e outra a velocidade parou. Uma bifurcação. E agora qual séria o caminho pelo qual vieram? O ligar não parecia o mesmo e Jason não estava muito desposto a guia-los. Max não culpava o pássaro, afinal a vontade que tinha era de se recostar em uma das pilastras ásperas e amareladas, escorregar deslizando lentamente até o chão e chorar em posição fetal. Mas isso aqui não é uma comédia românticas onde o casal é separado por um equívoco e do nada o personagem que estava chorando a dez minutos decide que vai reconquista-lo ou que o outro não vale a pena e que ela tem que superar. Max não tinha nem digerido os últimos 5 minutos quem dirá supera-los, e para ele definitivamente Uriel Vália a pena.

- Ei vocês! Por aqui!

Todos os quatro viraram as cabeças em direção a voz sussurante. Era o garoto do salão que os chamava com um aceno frenético de mão em um dos caminhos. A cinco minutos ele estava querendo brigar com eles e agora pretendia ajudá-los? Em que universo alguém alguém séria tão bipolar e imprevisível assim?

- se quiserem sair daqui vivos vão ter que correr - disse ele.

Eles se entre olharam. Sem muita escolha seguiram pelo caminho do rapaz.

A Resistência: Legados Onde histórias criam vida. Descubra agora