A Resistência: Legados

20- O cúpido é um merda

Eles não se demoraram no parque. Caminharam, jogaram conversa fora e observaram os patos. Então Uriel atravessou a cidade de moto até a zona dos piers, parando em frente a fachada de uma pista de boliche intitulada "Los Pinos", com o letreiro de leds piscando em vermelho e uma temática mexicana fureca.
Max ainda não sabia se ele gostava da ideia de usar sapatos compartilhados, porém resolveu não dizer nada a respeito para não estragar o momento.
Quando abriram a porta e adentraram o estabelecimento, uma densa nuvens vaporosas os cercou, tinha um aroma perfumado de rosas que invadia suas narinas, a mesma que impregnou a cidade. As luzes eran baixas e frias - talvez fosse uma ambientação específica pela data, ou talvez ela fosse assim todos os dias - os doi passaram pelo balcão para pegar os sapatos com os devidos números então Uriel escolheu uma das pistas vazias com mesa e sofás.

- você sabe jogar? - Max perguntou observando Uriel colocar seus nomes na máquina. - eu nunca joguei.

- É bem simples. Escolhe uma bola, mira no meio, joga e terá um straike - disse o anjo como se tivesse sido muito didático com seu passo a passo.

- muito obrigado por me explicar - Max debochou.

- não a de que - disse ele dado de ombros. - além do mais, não ia ter graça alguma ganhar de você sem uma mínima introdução.

- eu te ódio.

- odeia nada - Uriel o olhou pelo canto dos olhos. - eu arriscaria dizer até que gosta de mim.

- contínua arriscando aí.

O grandão deu uma risada pegando uma bola do local sem esforço então olhou para Max.

- vem cá! - chamou com um sorriso.

Uriel passou a bola para mãos de Max com cuidado, porquê de fato era muito mais pesada do que ele fazia parecer. Então se posicionou atrás do menino passando os braços por cima dos dele.

- você se posiciona assim, mira... - disse ele bem perto de seu ouvido o ajudando a fazer o movimento do braço, Um arrepio subiu a espinha de Max. Era quase impossível se concentrar nos ensinamentos com o seu corpo tão colado ao dele. - então solta a bola. Entendeu?

- ãhn acho que sim.

Max repetiu todo o pouco do processo que ele de fato escutara, dessa vez sem o corpo de Uriel colado ao dele e bem menos tenso, a não ser, pelo fato do mesmo agora estar o encarando com espectativa. Ouve o arremesso, a bola rola pela longa pista até acertar a maioria dos pinos, menos um que após cambalear permanece em pé.

- nossa! Isso foi muito bom! - Uriel elogiou observando o placar subir. - você vai me dar trabalho, não deveria ter te ensinado - ele briga recebendo um empurrãozinho de Max.

Eles jogaram por mais alguns minutos, o placar acirrado entre os dois. Max mostrou-se um excelente e extremamente competitivo jogador, se irritando tada vez que Uriel o ultrapassava. Dava risada da dancinha ridícula e desengonçada que o anjo fazia toda vez que acertava muitos pinos e ria ainda mais quando a bola passava direto e nenhum deles caia.

- tá curtindo o nosso encontro? - indagou Uriel de repente quando Max se sentou ao seu lado no sofá de couro.

- levando em conta que eu não tinha certeza se isso se classificava como um encontro... Sim eu tô curtindo o nosso encontro.

- haha fico feliz - ele riu coçando a parte de trás da cabeça. - achei que você não ia querer sair comigo, sei lá, o jeito como você falou do dia dos namorados e tals.

- Eu sempre achei meio forçado o jeito como as pessoas tratam esse dia - Max confessou. - Talvez fosse porque eu realmente não entendia como funcionava todo esse lance de amostra de amor.