Give me love - Beauvannah

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Savannah’s pov

Fechei a porta do pequeno loft atrás de mim, fazendo o menor barulho possível, acho que meus vizinhos não gostariam de ser acordados pelo som da porta batendo às duas da manhã. Ainda evitando o barulho, desci as escadas até o térreo atravessando a rua até a cafeteria 24 horas que ficava ali.

Eu já esperava que ele estivesse ali, mas sorri ao ver a presença fardada. Josh bebia seu café expresso habitual sentado nas cadeiras altas, a roupa azul de policial perfeitamente ajustada ao corpo, o distintivo e a arma presos à cintura. Ele levantou os olhos azuis quando ouviu o sino acima da porta, cravando as íris em mim enquanto eu andava até a banqueta ao seu lado, disfarcei meu corpo inteiro arrepiando.

Me repreendi por aquilo, não poderia me dar aquele luxo. Tinha crescido escutando aquilo, que ao vir pra Terra não deveria me apaixonar, que independente da situação, cupidos não deveriam se apaixonar. E como uma cupido, sempre tinha sofrido com aquela regra.

Na infância nunca tinha sido nada demais, mas agora que eu tinha vindo cumprir minha missão de fazer as pessoas se apaixonarem, tinha descoberto que aquilo de ser cupido não era tão divertido quanto imaginava.

Além do fato de não poder se apaixonar, a vida era cheia de limitações. Eu não podia ter um emprego, não podia fazer muitos amigos, ninguém deveria saber da minha verdadeira identidade, além de que eu não podia ficar muito tempo no mesmo lugar.

A maioria daquelas regras que, claro, eu já tinha quebrado.

Graças a meu, surpreendente, bom trabalho unindo casais em Nova York, tinha sido autorizada a permanecer na cidade. Ninguém sabia, entretanto que eu tinha uma melhor amiga e que Any sabia de absolutamente tudo, incluindo minha identidade, assim como era a única que sabia da paixão avassaladora por Josh. E era só questão de tempo para que alguém importante, provavelmente meu chefe, descobrisse e eu fosse punida.

- Boa noite, Sav - Josh cumprimentou quando me sentei ao lado dele - Como você está?

- Cansada - contei - E você? Como está sendo a noite?

- Nenhum chamado até o momento, sono perdido mais uma vez - ele contou, a voz arrastada

- Não sei se deveria dizer que sinto muito, porque caso eu diga que sinto muito por você não está em ação, estarei pedindo pra que Nova York fique mais perigosa.

- Então deveríamos agradecer por eu estar à toa - o loiro respondeu sorrindo - Algum motivo pra insônia de hoje?

- Tô tendo alguns pesadelos frequentes - respondi, dando de ombros - Nada demais

- Eles te tiram o sono, é porque são importantes, Sav - ele disse atencioso - Mas vou entender se não quiser me contar

A questão não era que eu não queria contar e sim que não podia. Como contaria ao cara por quem era apaixonada que tinha pesadelos com ser punida justamente por ser apaixonada por ele? Como contaria que acordava suada e ofegante por que tinha sonhado com minhas asas sendo arrancadas ou minhas flechas, que continham parte de minha força vital, sendo quebradas todas de uma vez? Não era um bom jeito de iniciar uma conversa.

Apenas neguei com a cabeça, indicando que não iria falar sobre aquilo e Josh aceitou, levando a caneca aos lábios mais uma vez.

- Onde está sua parceira? - perguntei, notando a falta da mulher morena e tagarela ao lado dele

- Sabina pegou folga hoje, tinha que resolver uns assuntos familiares

- E não colocaram ninguém para substituí-la? Você não deveria ficar sozinho.

One Shots - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora