Rescue me - Noart

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Sina's pov

Eu não estava bem, isso era claro, tinha sido demitida do sexto emprego em dois meses. Dessa vez aprendi que não sei muito bem lidar com crianças.

Mas era a sexta vez que eu falhava, que não conseguia fazer nada que preste.

Minha cabeça rodava, como eu ia fazer pra pagar o aluguel do apartamento, eu precisava de um novo emprego, o mais rápido possível.

Se eu perdesse o apartamento eu teria que voltar a morar com meus pais. E já bastava meus chefes e eu mesma acabando comigo, eu não precisava dos meus pais me diminuindo também.

Quando percebi eu estava entrando mais uma vez na minha espiral de autodestruição, eu já me dirigia ao armário, a minha última garrafa de whisky.

Parei com a garrafa em uma mão e o celular na outra. A voz de Noah, meu ex, rodava minha mente.

"Quando as coisas ficarem ruins, não afunde em bebida de novo, independente do que acontecer, eu sempre vou poder te ajudar".

E eu me perguntava se realmente deveria ligar pra ele, nosso último encontro não terminou muito bem, mas não foi culpa dele e eu sei que ele foi verdadeiro quando disse que estaria sempre pronto pra me ajudar.

Me vi desistindo e me virando pra garrafa, quando meu celular acendeu, o nome de Noah brilhando na tela. Não hesito nem um segundo e atendo o telefone.

- Sina - ele é o primeiro a falar - Me desculpa te ligar assim, mas eu não sabia mais o que fazer.

- Tudo bem, Noah, eu ia ligar pra você mesmo. O que você precisa?

- Sina, eu... preciso de ajuda, eu não sabia mais pra quem pedir - ele dizia gaguejando, meus anos de convívio com ele me permitiram saber que ele estava chorando.

- Noah, o que aconteceu? Eu posso te ajudar. - a preocupação começava a me consumir. - Só me fala onde você tá.

- Eu... - Noah começava a falar, mas sua voz sumia no meio nos soluços - eu desabei de novo, Sina. Você pode me salvar?

Eu estava ficando desesperada, o voz dele era de quem estava desistindo.

- Noah, eu vou te ajudar, mas preciso que me diga onde você tá. Pode me dizer? - eu realmente já estava saindo de casa, larguei a garrafa na mesa, peguei meu casaco e a chave do carro.

- Eu tô sentado no chão do meu banheiro - ao dizer isso, Noah se rompe em lágrimas de novo. No meio de seus soluços consigo distinguir um gemido de dor.

- Noah? Você tá bem? Você tá machucado?

- Eu soquei o espelho - ele consegue dizer, a voz embargada. - Tá sangrando muito.

Entro em desespero quando ele diz isso.

- Só fica quieto, ok? A chave reserva ainda fica no mesmo lugar, certo?

- Fica - ele sussurrou.

- Noah, não se mexe, eu já tô chegando.

Desliguei a ligação assim que entrei no meu carro. Acho que nunca dirigi tão rápido em direção ao apartamento dele.

Subi as escadas correndo e parei em frente a porta, me agachei na frente do vaso de planta ao lado da porta, levantei terceira pedra e achei a chave.

One Shots - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora