Clichê - Shivina/Hivani

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Shivani's pov

Estava indo pra biblioteca devolver o livro que tinha acabado de ler, mais um romance pra conta, dessa vez um príncipe, muitas garotas e uma torta de morango.

E tudo que eu conseguia pensar enquanto conversava com a bibliotecária era o quanto eu queria viver um romance daqueles.

Desde pequena sempre fui apaixonada por história de amor, filmes de princesas sempre foram meus preferidos,e depois na adolescência os clássicos filmes de romance de ensino médio, sempre quis o meu final feliz.

Mas eu duvidava que isso fosse acontecer.

Por que alguém se apaixonaria por mim? Só mais uma garota apagada do segundo ano, sem importância pra ninguém, uma rata de biblioteca, como muitos me conheciam.

Ouvi o sinal bater, e me assustei, peguei o livro da mão da mulher que me encarava, abracei os outros cadernos que eu tinha que levar e sai correndo.

A meio caminho da sala de aula, eu corria tanto que mal olhava pra frente. Trombei com tudo em alguém que passava ali, também correndo.

Meu corpo foi ao chão, junto com tudo que eu carregava. Meu joelho latejava e minha visão estava embaçada, mas tudo que eu pensava era que meu momento finalmente havia chegado, com o mais clichê dos clichês.

- Aí meu deus, me desculpa - ouvi uma voz feminina pedir, isso só ficava melhor. - Eu tava com pressa e distraída, me perdoa.

- Tá tudo bem - tento dizer enquanto minha visão fica clara. A garota está abaixada recolhendo minhas coisas. 

Quando ela se vira, meu ar vai todo embora. De todas as pessoas possíveis pra trombar comigo naquela escola, porque logo ela?

Hina Yoshihara, em seu vestido verde e branco de líder de torcida, as meias quase nos joelhos, e duas traças no cabelo.

A garota mais popular do colégio, rainha das líderes de torcida e filha dos maiores empresários japoneses na cidade.

- Me perdoa, de verdade. - ela fala mais uma vez, seu rosto vermelho.

- Tá tudo bem - eu repeti, tentando não soar grossa.

Hina ainda segurava minhas coisas enquanto me ajudava a levantar. Porém assim que tentei me firmar de pé, meu joelho esquerdo falhou e uma dor lancinante me preencheu. Um gemido de dor me escapou.

- Você não tá bem. Aí meu deus, eu vou te levar pra enfermaria.

- Não precisa, Hina, eu consigo ir sozinha.

Ela para me olhando.

- Você me conhece? 

"É claro, idiota, você é a garota mais popular desse lugar" foi o que tive vontade de responder, mas ela balança a cabeça.

- Não importa, eu vou te levar, você caiu por minha causa.

Ainda abraçada com as minhas coisas, ela passa o outro braço pela minha cintura e vai caminhando comigo até a enfermaria.

A enfermeira que trabalhava ali nos encara perguntando o que aconteceu. Hina explica que trombamos no corredor e que eu não estava bem. Conto sobre meu joelho e a moça me manda sentar em uma das macas.

One Shots - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora