One Shots - Now United

Snow blame - Joalina

Sabina estava extremamente atrasada, tinha deixado pra comprar os presentes de sua família já na viagem a Finlândia.

Mas acabou calculando errado o tempo e agora corria pela cidade atrás do presente de Luna.

Foi então que começou a nevar.

Sabina bufou, não podia acreditar na sua sorte. Saiu correndo, com todas as sacolas nós braços e entrou numa cafeteria qualquer assim que a neve engrossou.

Conseguiu ver só a atendente loira no balcão e um lugar inteiramente vazio.

Ela se sentou em uma mesa qualquer e ficou olhando pela janela a neve cair rápida e rodopiando.

Foi então que ela notou a neve se acumulando na porta do lugar.

- Ah não, não, não - a garota murmurou se aproximando da port, já emperrada - É, estamos presas!

Ela diz se virando pra Sabina e dando a infeliz notícia.

- Que ótimo - a morena reclama. - Presa na neve em pleno Natal.

A loira então voltou pra trás do balcão e começou a mexer no celular, enquanto Sabina ainda escarava a janela, pensando em como voltaria para o hotel.

Seu celular estava sem sinal e ela não conseguiria ligar para sua família pra dizer onde estava.

Então ela apenas permaneceu na posição em que estava, olhando fixamente pra janela.

Passados uns 40 minutos, Sabina já beirava o desespero. E então decidiu recorrer a sua última esperança.

- Ei - ela chamou a garota loira no balcão - Me desculpa se fui grossa com você antes, mas eu preciso de ajuda agora. Meu celular tá sem sinal. Pode me emprestar o seu, pelo menos pra eu avisar minha mãe onde estou? Já está anoitecendo, ela vai ficar preocupada, tínhamos combinado de passar o Natal todos juntos.

A loira olha pra Sabina, desconfiada. Mas acaba dando de ombros e entrega o celular a Sabina.

- Oi mãe! - ela diz quando a mais velha finalmente atende - Estou bem, fui surpreendida por uma nevasca. Tô presa numa cafeteria. Não, mãe, não sei que horas vou conseguir sair daqui. Vou tentar. Tchau, mãe. - ela finalizou a ligação e sorriu pra loira - Obrigada.

E então Sabina respira fundo, todos os seus planos de Natal, os presentes na sacola, o feriado em família arruinados. Mas aquilo não podia ser de todo ruim.

- Se vamos ficar presas aqui, acho que tenho que pelo menos te conhecer. Sabina, é um prazer.

- Joalin. - ela respondeu e tenta puxar assunto - Você não parece ser daqui...

- Sou do México - ela responde - Minha família veio passar o Natal na Finlândia, pra minha irmã conhecer o lugar e blá blá blá. Íamos passar o Natal no hotel, mas agora nem sei se vou conseguir.

- Sinto muito por isso.

- A culpa não é sua de eu ser atrasada - Sabina garante - Aliás, o que você faz trabalhando até agora em plena véspera de Natal?

- Não tinha nenhum plano, ninguém pra passar o feriado comigo. Então não faria mal fazer hora extra.

- Bom, eu sinto muito por isso.

Joalin sorrio fraco.

- O que você vai querer? Algum café especial? Por conta da casa, você não tem culpa de estar presa aqui comigo em plena noite de Natal.

- Um cappuccino, por favor. - Sabina response sorridente.

Joalin acabou fazendo também um pequeno expresso pra ela. E então as duas se sentaram em uma das mesas.

- E então - Joalin começou - o que te traz a Finlândia além da sua irmã e tudo mais, por que aqui?

- Bom, também tinha o pequeno detalhe de que a minha irmã nunca tinha visto neve. Daí decidimos que seria um lugar onde nevasse, e como a algum tempo eu já vinha me interessando pela Finlândia, foi fácil sugerir vir pra cá. - Sabina explica ainda sorrindo - E você? Ainda não aceitei essa história de hora extra.

- Bem, a hora extra foi só algo que veio a calhar. Minha mãe foi passar o Natal com meu padrasto e meus irmãos na casa da família dele na Espanha. E digamos, que a família dele não aceita muito bem o fato de eu não ser filha legítima dele, apesar de ele me considerar como. Então, achamos melhor eu ficar. Como não tinha mais ninguém pra passar o Natal, acabei vindo trabalhar.

Sabina olhou pra Joalin sem conseguir acreditar. Joalin ficou quieta, olhando pra janela.

- A neve tá parando. Daqui a pouco acho que vamos conseguir sair.

- Porque tá mudando de assunto?

- Não gosto de falar de mim mesma.

- Pois deveria. Te conheço a duas horas e já te acho uma pessoa incrível, e principalmente guerreira. Vir trabalhar em plena noite de Natal, com o frio que tá fazendo. - Sabina fala olhando nos olhos azuis da loira. - Aliás, faltam só alguns minutos pra meia-noite. Feliz Natal, Joalin!

- Feliz Natal, Sabina!

E então elas ficaram ali, presas na cafeteria, esperando que parasse de cair neve do céu pra que Sabina pudesse ir pro seu hotel e Joalin pra casa.

Mas elas continuaram ali, por culpa da nevasca. 60 centímetros de neve se acumulando na porta e uma amizade, e talvez mais, surgindo do lado de dentro de uma simples cafeteria.