The Change - Beauany

22. Dia de sol

Por Joshua

Benjamin dormiu o trajeto inteiro, chegamos beirando às onze horas da manhã e quando Any estacionou em frente à casa confesso que me choquei um pouco. Era enorme e pode apostar que havia um mundo de coisas ali dentro,  a começar pela imensa piscina exposta na área externa que contava com um imenso terraço de piso amadeirado com direito a churrasqueira e mini bar, além da extensa área verde ao redor. As varandas de vidro davam um ar sofisticado californiano, típico dos ricos dessa área que amam exibir luxuria em tudo que respiram e minha surpresa só aumentou lá dentro.

Cabiam três da minha casa aqui, basicamente haviam três quartos em cima e mais dois no andar de baixo, a cozinha era do tamanho da minha sala e do meu quarto juntos e a decoração era tradicionalmente americana com grandes armários de madeira e um balcão dividindo o ambiente com algumas cadeiras para refeição ali, contrastando completamente com a luxuosa sala de jantar cujo espaço era ocupado por uma mesa retangular de vidro e oito cadeiras todas sofisticadas como se tivessem feitas sob medida para a casa. A sala de visitas parecia um cinema comparado ao cubículo que chamo de sala, dois sofás e uma televisão enorme eram o centro de atenção. E não para por aí, porque havia uma outra sala de estar apenas com sofás e uma decoração aconchegante de alguém que com toda certeza planejou reunir a família aos domingos.

— Admirando a casa? — Ela riu com Benjamin ainda nos braços enquanto carregava a sua bolsa de mão, a última coisa que faltava buscar no carro. — Está do mesmo jeito que o meu avô deixou... — Sorriu nostálgica de um jeito não muito confortável.

— Está tudo bem? — Me aproximei tocando seu rosto. — Não quer falar sobre isso, né? — Disse lendo seus olhos aflitos que se esforçavam para não lacrimejar.

— Não tenho o que falar, só é estranho vim aqui sem ele. Parece vazio e sem graça, eu sinto tanta falta, Josh... — Murmurou abaixando a cabeça em um suspiro, a abracei com força a acalmando.

— A dor uma hora vai passar, a saudades não. Mas você vai aprender a lidar com ela, tente pensar que ele sempre estará  com você de alguma forma.. — Beijei suas têmporas com cautela. — Venha, vamos arrumar as coisas e colocar esse bebê lá em cima. — Ri observando meu garotinho largado em seu colo.

Ela me deu as mãos no caminho para o quarto, que a própria Any escolheu no andar de cima, e caminhamos em pleno silêncio até lá. Não queria falar alguma besteira porque sabia que o processo é difícil pra ela e acho que cada um deve sentir o que tiver de sentir até o tempo curar e transformar, nada que eu dissesse seria capaz de fazê-la esquecer completamente da dor. Novamente fui surpreendido quando ela passou direto da nossa porta e adentrou no cômodo ao lado, ainda não tinha aberto a porta por não querer ser invasivo, mas deduzir ser um quarto e assim que entramos me dei conta da decoração infantil e da mini cama onde ela aninhava meu filho.

— Não sabia que tinha um quarto de crianças.. — Sorri encantado com a decoração de ursinhos e logo me dei conta de quem era a dona quando vi a foto no mini porta-retratos na mesinha de cabeceiro. — É você? — Peguei o objeto observando a menina de maria-chiquinhas com um sorriso sapeca na fotografia, os olhinhos eram os mesmos e definitivamente Any era uma criança adorável.

— Sim, vovô não me deixou desmanchar, disse que seria dos meus filhos e me mandou ocupar outro para decora-lo como quisesse. — Abriu um sorriso doce terminando de cobrir o mini loirinho e depositando um beijo casto em sua testa.

— Sempre foi linda... — Coloquei de volta no lugar à vendo corar violentamente. Any Gabrielly e as suas surpresas.

[...]

Nour e Nate chegaram e trouxeram compras, na verdade acho que compraram o supermercado inteiro na premissa de trazer comida pra casa. Segundo eles, Noah viria no fim de semana aproveitar a folga e traria Sina, o que significaria mais duas "dragas" - palavras da própria Nour - para alimentar.