1. A Busca

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Por Joshua

Minha vida nunca foi fácil, perdi minha mãe assim que nasci e meu pai me abandonou com a minha vó. Nunca me fez falta também, já que o amor que ela tinha era mais do que o suficiente pra me sentir feliz e especial, mas não vou negar que as vezes me perguntava como seria ter uma família normal.
Até que eu fui pai.
Sim, eu sou pai de um lindo garotinho e hoje eu entendo que esse amor transcende. É inacreditável como um sentimento assim pode ultrapassar barreiras e ainda assim ser imensurável, eu amo esse bebê mais do que a mim mesmo e daria minha vida se fosse possível. O Ben é a melhor parte de mim, é por ele que eu ainda luto e é somente por ele que eu busco dar o meu melhor a cada dia.

Nós moramos numa casa simples, três cômodos sendo um quarto com banheiro, a sala e a cozinha, num bairro também humilde e sem nenhum tipo de regalia. Não consegui colocar meu filho na creche por uma questão de falta de dinheiro, a pública mais perto fica há duas horas daqui e isso é inviável, a solução foi deixar ele com a minha vizinha. A Lea me conhece desde que me mudei, me mostrou a cidade e me ajudou com alguns perrengues, ela é tipo uma irmã pra mim e tem me ajudado com o Ben enquanto saio para arrumar um emprego para nos manter.

Sim, nós moramos sozinhos. A mãe dele, se é que podemos chamar assim, resolveu que cairia no mundo e deixou nós dois em uma noite qualquer sem aviso prévio. Eu sabia que não ia durar, não gostava dela de verdade, porém achei que no mínimo ela se interessaria pelo filho dela e ficaria por perto para dar a assistência que uma mãe deve dar. No entanto, no fundo ela fez um grande favor quando escolheu ir embora, porque essa maluca definitivamente não merece o meu bebê.

— Pode ir embora, papai, ficaremos à salvo! — A Lea reforçou com o Ben rindo em seus braços.

-— Tem certeza? — A encarei em um tom divertido. — Você promete se comportar, meu rapaz? - Toquei sua mãozinha depositando um beijo suave.

— xiim, papai! — Abriu o sorriso sapeca que animava meus dias. Como a minha vida pôde mudar tanto em um ano e meio? — Tinhamu!

— Também te amo muito. Papai promete que volta logo, tá? — Respirei fundo tentando controlar meus ânimos, ultimamente eu estava sensível demais. Talvez pelo fato de ter que enfrentar uma nova cidade com uma criança pequena e com as contas bem apertadas, a comida estava com os dias contados. — Tchau, Lee! — Bati continência enquanto ela correspondia com um aceno. Hoje tinha que ser diferente, eu precisava mais do que nunca voltar pra casa com uma notícia feliz.

....

Andei Los Angeles inteira atrás de um trabalho, o sol escaldante já estava me matando e não havia nenhuma vaga em que eu me encaixasse. Cheguei a pensar que talvez o problema fosse eu, porque só poderia haver algo de errado comigo pra ninguém me aceitar ou não ter a sorte de encontro algo. Decidi que ia gastar meus últimos dólares em uma garrafa de água e parei em uma lanchonete para isso, abri a tampa com pressa e sem delicadeza, meu humor já havia ido por água abaixo. A atendente me olhava estranho e eu decidi ir para fora novamente, parei na calçada estudando o mundo o meu redor enquanto engolia o líquido sem cerimônia, realmente estava com sede.

Meus olhos corriam apressados pelas paredes do empresarial à minha frente, pessoas bem vestidas entravam e saiam a todo momento e a porta mal parava quieta. Até que uma hora o vai-e-vem parou, me permitindo enxergar o anúncio pregado no vidro em letras garrafais;

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— Isso só pode ser um sinal.. — Ri pro vento tomando o último gole antes de jogar a garrafa no lixo. — Por favor Deus, me ajuda nessa aí? — Resmunguei atravessando a rua em modo automático, era minha última e única opção. Tudo ou nada, pelo meu filho isso TINHA que dar certo.

The Change - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora