The Change - Beauany

35. Reconciliação

Por josh

O susto ficou pra trás e os traumas junto com ele, eu espero. Faz um mês desde que tudo aconteceu, o Benjamin passou uma semana ainda muito manhoso e assustado com tudo, queria apenas colo - especialmente o da any - e não aceitava ficar muito tempo longe de nós dois. Foi tudo bem difícil, principalmente pra mim por me sentir culpado e querer protege-lo a todo custo.

Diante de toda essa situação, Gabrielly decidiu que seria importante que nós dois passássemos por um processo de terapia. É claro que para Benjamin era uma diversão, ele foi se soltando aos poucos e entre desenhos, exercícios e muitas palavras emboloadas, ele ia nos permitindo entender seus medos e os danos que a Katharine causou. O meu lado já foi um pouco mais complicado, se abrir nunca foi uma tarefa fácil para mim e eu sempre achei que podia lidar com tudo sozinho o tempo todo.

Hoje sei que isso se deve ao fato de não ter com quem contar, quando você só tem a si mesmo acaba tendo que engolir tudo e lidando com a pressão de crescer e aprender sozinho. Any mudou isso quando adentrou ao meu mundo, devagar ela se tornou a primeira e a única pessoa com a qual me abri, agora eu tinha uma terapeuta que conseguia arrancar as coisas de mim também e isso era estranho pra cacete.

A mulher parecia ler minha vida com as coisas que eu dizia, foi identificando os meus problemas e as razões deles um a um e de quebra me arrancava qualquer informação com algum tipo de magia invisível que me fazia confessar tudo em um papo descontraído e confortável. A verdade é que a terapia me fortalece um bocado e agora sei compreender o meu eu e os limites dele e o mais importante de tudo: consigo me perdoar por tudo aquilo que não consigo ter controle e enxergar que dei o meu melhor para sobreviver sozinho.

Nesse meio tempo a Priscila esteve aqui e conversou comigo, o Benjamin literalmente derreteu o coração dela e minha sogra nem parecia a mesma do primeiro encontro. Ela estava alegre e Any me contou da conversa que tiveram quando estávamos separados, o que me deixou muito feliz em saber que ela contribuiu para não fazer a minha namorada desistir de mim. No fundo a Sra. Soares era uma boa pessoa, só estava se deixando levar pelas coisas erradas e aparentemente se recuperou a tempo.

Já o meu sogro teve uma boa conversa coma filha, os dois se entenderam e ele sentiu culpado pela ausência causada pelo excesso de trabalho. Todavia, ela o perdoou e lhe concedeu a nova chance, até porque segundo minha namorada ele sempre fora um bom pai e os poucos momentos que conseguiram dividir eram inesquecíveis. Talvez o fato dele ter ganho um netinho tenha amolecido seu coração, ele sempre quis um menininho na família e o Ben sempre fala do vovô brincalhão que ganhou.  Eu deveria sentir ciumes??

— Estou bem, amor? — Any cruzou o quarto me despertando dos meus pensamentos alheios, rodopiando em seu belíssimo vestido rosa pink. Ela estava magnífica, as mangas caiam sobre os ombros que estavam coberto pelos seus cachos volumosos e definidos, a cintura levemente marcada e uma fenda permitia o tecido leve deslizar revelando sua perna esquerda. Uma bela gostosa, eu diria. — O que foi? Arrumado demais para um Jantar?

Eu mordi os lábios prendendo o riso e a puxei pela cintura nos colocando à frente do espelho. Essa mulher só pode tá de brincadeira!

— Perfeita! —  Sussurrei ao pé do ouvido e notei seus pelos arrepiarem instantaneamente enquanto encarava nossos reflexos. Ela esfregou as bochechas na minha barba e riu sutilmente, encaixando a mão em meu rosto. — O que foi? — Rimos de novo pela pergunta repetida e ela me fitou pelo espelho.

— Você é lindo demais, estou admirando... As vezes penso se mereço tanto, sabia? — Murmurou mordendo os lábios pensativa e eu apertei seu corpo contra o meu, apoiando o queixo em seus ombros.

— Acho que a gente combina, modesta parte... — Ri baixinho sentindo seu perfume doce adentrando minhas narinas. —  Você é uma bela tentação, sabe que poderia desistir agora, né? — Suguei sua pele devagar a ouvindo suspirar.