The Change - Beauany

33. O outro lado da História

Por joshua

Eu não queria que tudo tivesse acontecido da forma que aconteceu, não queria que a Katharine tivesse chegado de repente e feito uma bagunça na minha vida comi uma tempestade sem aviso. Também não queria que Any me deixasse pra trás sem ao menos ouvir o meu lado da história, mas também entendo que na mente dela as coisas têm um outro cenário.

Kat veio para minha casa por razões totalmente plausíveis, ela não tinha para onde ir e no meu impulso de não prejudicar meu filho decidi abrigá-la.
O problema todo foi não ter avisado a minha namorada, foi tudo tão rápido que quando me dei conta a progenitora do meu filho estava sob o mesmo teto que eu, ocupando o quarto de visitas.

Não queria que o Benjamin sofresse o mesmo que eu com a ausência, roubar a chance de conhece de onde ele veio não parecia uma opção. Ainda que a Katharine não tivesse todos os créditos de confiança, o Ben é uma criança e se ela estava disposta a rever a situação talvez houvesse uma esperança de que os dois se dessem bem.

Gabrielly é uma ótima mãe, tanto que sem querer esforço algum conseguiu que o meu bebê dissesse naturalmente essa palavra, aliás sinto que ganhei na loteria cada vez que penso nela e no tanto de amor que recebi ao seu lado. No entanto, uma hora ele vai querer saber quem é a pessoa que colocou ele no mundo e eu não quero ser o monstro que vai ter impedido a nova oportunidade que a vida deu aos dois.

- A mamãe Any vai voltar? - Todo dia a mesma pergunta vinha assim que o colocava no berço.

- O papai promete que vai, filho. - Beijei sua testa enquanto escondia uma lágrima solitária.

Dizem que pais se sacrificam pelos filhos, talvez seja por isso que me mantenho firme. Uma semana sem a mulher que eu amo parecia uma eternidade, nosso contato era apenas por trabalho ou troca de notícias do Ben, um vazio enorme ocupava meu peito na maior parte do tempo.

Só queria que ele se sentisse amado e não rejeitado, queria que criasse um vínculo eu soubesse que teria amor de todos os lados. Porque o sentimento de abandono é o pior de todos, te torna insuficiente como se você não coubesse em lugar nenhum do mundo, é como se tudo de bom fosse demais pra aceitar simplesmente porque não te pertence.

- Fiz jantar, não vai comer hoje? - Os olhos verdes me perseguiram assim que cruzei a sala. - Você não tá assim por causa daquela garota, né? Ela me desrespeitou na frente do meu filho.

- Primeiramente, ele é NOSSO filho. - Dei ênfase enquanto bufava me sentando no sofá. - E você fez por merecer, Any ocupou todos os vazios da minha vida e alcançou um lugar importante. Ninguém vai mudar isso, o fato de ter parido o Benjamin não te dá o direito de invadir a minha vida pessoal.

- Tá, mas ela me ofendeu e praticamente jogou na minha cara que não tenho direitos sobre o Ben. Me desculpa por ter feito vocês brigarem, acontece que eu to CANSADA de ser julgada pelo meu passado! - Alterou o tom de voz e resmungou jogando a xícara de café na mesa. - Se quiser pode ser servir, vou ao banheiro.

Apenas ergui a cabeça em concordância e lhe observei sair com uma expressão tensa e talvez nervosa, Katharine ainda era uma incógnita. E pensar que um dia julguei conhece-la tão profundamente, na verdade nunca soube quem é a mãe do meu filho.

Resolvi comer alguma coisa e fui até a cozinha preparar um sanduíche, estava super distraido no meu "X-Tudo" que nem me dei conta quando um pequeno bip preencheu o espaço. Poderia ser o barulho de algum eletrodoméstico qualquer ou o aviso da porta da geladeira que deixei aberta ao pegar o ketchup, mas o velocidade aumentou os bips me pareceram atraentes assim que avistei um celular na bancada da ilha que separava os ambientes.