26. Safe home

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Por Joshua

As semanas se passaram mais rápido do que gostaríamos, aquele tempo no paraíso foi fundamental tanto para mim quanto para Any em relação ao que construímos. Quando contamos sobre o namoro, na manhã seguinte, o surto pela casa foi geral e o único que não entendeu nada foi o meu filho, que apenas ria achando graça de toda situação. Noah parecia uma criança feliz que acabara de ser surpreendida com seu doce favorito, só faltou pular de alegria enquanto Nour e Sina abraçavam Any e não se decidiam entre zoar ou parabenizar nós dois, além de querer saber de toda fofoca é claro.

Chegamos em casa ainda no domingo, mal deu tempo de me desfazer das malas e tive que ficar em preparar Benjamin para o seu primeiro dia de aula na escolinha. Ele me surpreendeu hoje de manhã quando o levei apreensivo, nem pensou muito para largar minhas mãos e se infiltrar entre as crianças quando o deixei na sala. Ele mal sabia andar, seus passos eram curtos e inseguros, apesar de serem soltos, mas mesmo assim se viu livre com sua pequena mochila de dinossauro nas costas. Só deu tempo de se despedir com um beijo, o meu pequeno ia começar a ganhar independência e o meu coração mole de pai estava se contorcendo por isso.

— E aí, patrão! — Urrea empurrou meus ombros de repente, o palhaço resolveu me apelidar porque, de acordo com ele, se estou namorando a sua chefe então logo mandarei em tudo também. Uma bela mentira, não tenho a mínima vontade disso.

— Para com isso, mano! — Revirei os olhos enquanto guardava minhas coisas no armário. — Continuo sendo apenas um funcionário qualquer aqui dentro.

— Seu senso de humor é tão peculiar, Josh.. — Bufou arrumando a postura e fixou seu olhar em meu crachá por alguns segundos. — Quando vai se tornar dançarino de uma vez? Sabe, acho que nem combina mais com você esse negócio de limpar chão...

— Quando a dança pagar minhas contas, então, combinando ou não, terei que continuar sendo faxineiro. — Peguei meu carrinho com um pouco de pressa. — Te encontro na hora do almoço?

— Uau, achei que ia me trocar pela namoradinha. — Riu se escorando no armário. — Te vejo no refeitório daqui a... — Parou um instante ao verificar o relógio de pulso. — Três horas.

— Noah, você não tem o que fazer não? — Disse sem conseguir prender a risada, ele era mesmo um bobalhão. — Não precisa ter ciúmes da Any, você também tem espaço no meu coração ok? — Soltei um beijo no ar antes de sair da sala ele estirou a língua mandando eu me ferrar.

A rotina da manhã foi tranquila, já estive em dias piores em se tratando de sujeira e ao que parece algumas pessoas aprenderam a ter modos de um tempo pra cá. Não consegui ver a minha namorada, que estava devidamente ocupada em suas reuniões de emergência, e me restou me juntar ao Noah no final da limpeza.

Falamos de várias coisas aleatórias para ocupar nosso tempo, nossa viagem rendeu ótimas memórias e isso rendeu boas risadas entre as garfadas da deliciosa macarronada que serviram hoje. Estava devidamente distraído quando meu telefone tocou em disparada e meu coração apertou ao ver o nome da Lea brilhando na tela, encarei Noah apreensivo e ele interrompeu a conversa sem entender muita coisa, apenas me instigando a atender ao apontar o aparelho inquieto.

— A-alo? — Senti meus batimentos triplicarem antes mesmo de ouvir qualquer coisa do outro lado, alguma coisa havia acontecido com o meu filho e algo me dizia não ser nada bom.

— Alô, Beauchamp? Desculpa telefonar no meio do seu trabalho, mas peguei o Benjamin como pediu e ele chegou aqui super bem, mas agora, na hora do almoço, não quis comer nada e choramingou o tempo inteiro falando que estava com dor no ouvido...

The Change - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora