POV Cheryl
O QUE DIABOS VOCÊ TÁ FALANDO, CHERYL? MORAR COM VOCÊ? VOCÊ ENLOUQUECEU! Minha mente berra, mas consigo ignorar.
-Morar comigo. Já decidi. - Falo, me sentindo, estranhamente, mais tranquila.
-Ah, você decidiu que EU vou morar com você? - Aceno com a cabeça, enquanto começo a andar com o carro. - E eu não opino nisso?
-Se for pra você concordar, sim. Se for pra discordar, não opina.
-Você sabe que isso é, no mínimo, considerado sequestro, né?
-Já que eu não vou te proibir de nada e estou prezando pelo seu bem estar, não.
-Oi? Você está se ouvindo? Você não me conhece nem há 10 minutos!
-Não me importa. Só fico contente de saber que você não vai ser abusada por nenhum maníaco.
-Cheryl! Você não pode mandar na minha vida assim! Você nem me conhece!
-Não me importa. - Paro o carro e fico de frente para ela. - Olha, eu não sei como, nem o motivo, mas por alguma razão bizarra eu me preocupo com você e NÃO vou deixar você correr esse tipo de risco se eu posso evitar. Eu tenho um quarto sobrando, ele é seu, não vou ficar te perturbando lá e você vai estar mais segura do que na porcaria de uma pensão com pessoas estranhas que podem te atacar a qualquer momento. Você vai. Simples assim. Pode até deixar o dinheiro que você pagou lá, mas você vem comigo e isso não está aberto a discussões!
-Você tá louca, só pode! - Ela balança a cabeça em negação, soltando um riso debochado.
-Pelo menos essa louca aqui não vai te fazer mal!
-Cheryl, presta atenção: Eu moro lá há, pelo menos, dois anos e nunca aconteceu nada! Você não me conhece, não sabe nem meu nome direito, não sabe se sou uma psicopata ou ninfomaníaca. Você está fazendo isso por impulso e chamar alguém para morar na sua casa, não deve ser feito por impulso!
-Mas...
-Eu agradeço a preocupação. Mas não vou invadir seu espaço!
-Mas não é invasão se eu estiver convidando! E você não tem cara de ser uma psicopata. - Protesto.
-Cheryl, isso não está aberto para discussão. Eu tenho minha vida e você tem a sua. As coisas nunca são como parecem e eu sei qual o melhor caminho aqui.
-Tá, me diz o que eu tenho que fazer pra você ir morar lá em casa! Tem um quarto vazio, um banheiro no quarto, tá tudo mobiliado...
-Não é essa a questão. Eu não vou, Cheryl! Quando você se acalmar e parar pra pensar, vai ver que eu estou certa! - Mudo de tática, então.
-Me dá seu celular! - Estico a mão.
-Oi?
-Me dá seu celular logo. Não vou te roubar! - Ela suspira pesado e me entrega o aparelho de modelo antigo. Digito meu numero e salvo nos contatos. - Você tem meu número, se mudar de ideia ou se qualquer coisa acontecer, me liga imediatamente!
Sem dizer nada, ela pega o celular e guarda no bolso. Seguimos o caminho em silêncio, pelo menos por fora. Por dentro eu estou berrando para ela mudar de ideia e vim logo para casa.
Sério, Cheryl! Qual é a sua? Você nunca agiu assim nem com suas antigas Little Girls!
Rápido demais para o meu gosto, eu paro o carro na frente da pensão que está em situação extremamente precária. Não custa tentar uma última vez, né?
-Você tem certeza? O convite tá de pé! - Insisto.
-Obrigada, mas não, obrigada! - Ela diz sorrindo. Suspirando derrotada, saio do carro ao mesmo tempo que ela e dou a volta no carro. - Obrigada pela carona, Cheryl!
-Não precisa agradecer. E não esquece: se mudar de ideia, me liga que venho te buscar! - Ela sorri e acena com a cabeça e eu me inclino para deixar um beijo em sua bochecha, mas, aparentemente, ela teve a mesma ideia e o canto de nossas bocas se grudam, mas, antes que eu possa aprofundar qualquer contato, ela se afasta e entra naquela casa mal assombrada que ela chama de pensão.
Mesmo contra minha vontade, eu entro no carro e dou a partida, guiando pelo caminho que me levará até minha casa.
Merda, Cheryl! Ela é fofa, mas precisa disso tudo? Ela é linda, mas precisa agir feito uma maníaca? Ela é maravilhosa, mas precisa agir como se fosse uma desesperada? Ela provavelmente ia fugir de você se soubesse que você é uma Mommy. Ela nem deve saber que raios isso significa!
Vem cá, Cheryl. Vamos combinar uma coisa? Você vai deixar essa menina em paz! Você não vai ficar perseguindo ela! Ela tem seu número, se ela quiser, ela vai te mandar algum sinal de vida.
Vou repetindo isso para mim mesma durante todo o caminho, até o momento que estaciono na garagem e, só então, me dou conta que nem vi o caminho passar. MERDA!
Me jogo na cama, chutando os sapatos de qualquer jeito e passo as mãos pelo rosto, respirando pesadamente. Me dando conta, enquanto olho para o teto, que eu realmente estou ferrada!
Meu celular começa a vibrar e tocar no meu bolso e eu nem vejo quem é.
-Alô?
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LittleSpace
FanfictionCheryl, 26 anos, é uma Mommy por natureza, à procura de sua Little Girl. Toni , tem 20 anos, forçada a amadurecer muito cedo, se encanta por Cheryl, quase que imediatamente. Uma não conhece a história da outra, mas os instintos naturais são mais for...