A felicidade é passageira

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CAPÍTULO FEITO PELO GABS

POV Elizabeth

Eu estava ansiosa, pois estava em frente a Cheryl, pedindo para que eu pudesse buscar o Gabriel.

O fato é que eu finalmente tinha criado coragem, mesmo que pouca, para tentar pelo menos me aproximar mais dele e quem sabe não falar o que eu sinto na hora certa.

Cheryl me olhava da cabeça aos pés, como se estar ali já fosse o cúmulo. Consigo entender que ela cuida dele e o ama, mas também não precisava agir assim comigo não é? Rsrsrsrs(risadinha nervosa)

-Me dê um motivo para que eu deixe você ir buscar ele. - Falou cruzando os braços e me olhando nos olhos, como que para ver qual seria a minha intenção.

-Ahn... Bem... - Falei de forma nervosa. -E-Eu queria me aproximar d-dele. P-porque acho que... Eu gosto dele - Falei a última parte em um tom baixo, quase um sussurro, e vi em seu rosto a sombra de um sorriso.

-Certo. Eu deixo. - Eu sorri alegremente, até que ela se aproxima até estar ao meu lado e falar bem perto do meu ouvido com uma voz que eu achei muito sombria. - Acho bom você não magoar ou fazer nada para ele... Ou você vai se ver comigo. - Ela se afastou enquanto me olhava tremer, e depois deu um sorriso psicopata - Pode sim.

Apenas me atentei a acenar com a cabeça, nada sairia da minha boca mesmo se eu tentasse.

Eu estava indo a pé mesmo, o colégio não era longe, e assim na volta teríamos mais tempo para conversarmos e nos conhecermos melhor.

Ao chegar na frente de seu colégio, me encostei em uma árvore enquanto esperava o sinal de saída tocar. Ao que isso acontecer, o vi sair acompanhado de algumas meninas (o que devo confessar que me deixou possessa), e ao me ver ficar bastante confuso.

Andou em minha direção um pouco receoso e eu tenho certeza que eu estava com um sorriso bobo apaixonado no rosto.

-A-Ahn, Liz? P-Por que você tá aqui? C-Cadê a Cher?

-Ah, pequeno. Você não gostou da minha surpresa? - Falei com o meu melhor tom de tristeza e o vi arregalar os olhos em desespero.

-N-Não foi isso que eu quis dizer, digo, insinuar, digo, falar. Urgh. Me desculpa. - Falou apressado em se corrigir e eu não me aguentei e comecei a rir.

-Calma, Biel. Eu só estava brincando. - Dei um último sorriso - Eu só pedi para a Cheryl para vir te buscar porque queria te conhecer melhor. - Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha o observando corar.

-Oh... - Sorriu tímido e segurou em minha mão, entrelaçando nossos dedos enquanto seu rosto ganhava um tom mais forte de vermelho. - E-Então vamos?

Concordei e fomos andando em direção ao parque. Passamos por uma sorveteria e eu vi o quanto o pequeno queria um, então compramos e continuamos até chegarmos ao parque.

Sentamos em um banco próximo ao lago, e passamos mais ou menos duas horas conversando sobre como nos sentíamos, coisas que gostamos e etc. Até que decido tomar mais uma dose de coragem, afinal, o que é que custa não?

-Gabriel? - Ao notar que disse seu nome inteiro, me olha com atenção. - E-Eu queria te dizer que e-eu estou interessada em você. E Ahn, eu pensei em... Talvez, se você quiser... Se podíamos tentar... Ahn... - ao perceber que estava nervosa, acariciou minha mão com seu polegar e eu respirei fundo. - Queria que tentássemos ficar juntos e ver no que iso vai dar...

Ele parou por alguns segundos, observando o meu rosto, como se quisesse gravar cada detalhe. Estava amando sua atenção, mas o silêncio e a demora estavam me deixando nervosa.

-O-Olha, se não quiser, tudo bem. Eu só qu-

Antes que eu pudesse concluir seja lá o que eu fosse falar, ele colocou a mão que antes segurava a minha em meu rosto, fazendo um carinho gostoso, e colou nossos lábios.

Pode parecer para alguns um selinho bobo. Mas para mim foi como se milhares de fogos de artifícios estivessem sendo estourados em minha cabeça.

Após mais alguns segundos ele se afastou um pouco, e eu continuei com meus olhos fechados, aproveitando a sensação. Ao abri-los vi o sorriso mais lindo do mundo.

-Claro que podemos tentar Eli - Sorrimos. Ele por falar sem corar, e eu pelo novo apelido.

Definitivamente o melhor dia da minha vida.

POV Carlos Gabriel

Estávamos voltando para a minha casa de mãos dadas após um restinho de tarde maravilhoso.

Eu estava tão feliz. Depois que Mommy e a Toni me acharam e estão cuidando de mim tudo está dando certo. Até mesmo a Liz gosta de mim!!!

Estávamos andando por um beco, pois foi uma ideia minha para cortar caminho. Mas... Eu não deveria ter tido essa ideia, afinal ja estava escuro...

Heavy on~

Um grupo com 5 homens nos pararam. Dois deles com pistolas e os outros três com um canivete cada um. A minha primeira reação foi ficar em frente a Liz.

-Ora ora ora, o pirralho quer proteger a mocinha - Sorriu de uma forma repugnante. A vontade de cuspir em seu rosto era enorme.

-N-Nos deixem em paz. - Ao ouvirem minha voz, pareceram se animar ainda mais.

Um moreno alto me segurou por trás enquanto um loiro tatuado segurou a Liz.

-Você decide tampinha. Mas queremos nos divertir. Você ou ela? Afinal, você é uma aberração que tem o que nós queremos. -Deu uma risada e eu olhei para a Liz, observando o desespero em seu olhar ao perceber o que eu iria fazer.

-D-Deixa ela em paz. P-pode fazer o que quiser comigo.

Eles riram alto enquanto eu olhava pro chão.

Primeiro, os três que estavam com as mãos desocupadas me espancaram. Dando murros na minha barriga e em meu rosto. Apertando os seios que eu odiava desde sempre e me fazendo sentir ainda mais uma merda do que já me sentia antes.

Tiraram a bermuda que eu usava aquele dia, e junto dela a minha cueca.

Eu ouvia os gritos de Liz para que eles parassem, mas eles não iriam parar.

Um a um foram abusando de mim, enquanto me chamava de nomes pejorativos e me cortavam com os canivetes ou colocavam a pistola em minha cabeça para me desesperar ainda mais.

Chegou um momento em que eu já não chorava e nem sentia mais dor alguma. Eles pareceram sumir.

Heavy off~

Eu fui jogado no chão, enquanto um barulho de sirenes da Polícia vinha ao longe.

-Vai ficar tudo Bem Gabriel. Você vai ficar bem meu amor.

Sentia ela acariciando meus cabelos, mas eu não conseguia responder.

De repente, tudo ficou escuro. As vozes distantes.

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