Daniel Tigre

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POV Cheryl

Acho que nem preciso dizer que meu coração errou uma batida ao ver aqueles olhos castanhos transbordando inocência e sua voz suave falando infantilmente.

Estico minha mão, chamando-a para vir até mim e ela aceita e eu a faço sentar no meu colo, deixando um beijo em seu rosto.

-Então minha bebê gosta de Daniel Tigre? - Ela dá um sorriso sapeca e eu a ataco com cócegas em sua barriga, fazendo com que ela se curve para evitar os ataques. - Tudo bem, mas antes, a senhorita vai tomar um banho. Depois a Mommy vai assistir com você, o que você acha?

Como uma boa menina, ela se levanta e vai até seu quarto e eu vou em seguida. Enquanto ela toma seu banho, separo um vestido roxo soltinho com detalhes rendados em branco, estico sobre a cama e sigo para meu quarto, afinal, depois da maratona sexual e da infiltração de porra, eu realmente preciso de um banho.

Coloco o robe no cesto de roupa suja e ligo o chuveiro, entrando em seguida, permitindo que a água escorra pelo meu corpo, aliviando a dor nos meus músculos. E eu começo a rir. Rir feito louca, por não acreditar que ela não fugiu. Louca de alegria por saber que ela vai pelo menos tentar.

A cena dela falando infantilmente fica em um replay infinito na minha cabeça e eu sinto uma vontade absurda de abraçar ela toda vez que me lembro de cada uma de suas palavras ditas erradas.

O jeito que ela me olhou, o jeito que ela pronunciou as palavras, o jeito que ela obedece... Só fica mais e mais nítido para mim que ela é uma Baby naturalmente, é instintivo. Quanto antes ela aceitar isso internamente, mais confortável com tudo ela vai ficar, mais feliz.

Enquanto esfrego o sabão pelo meu corpo, é impossível não notar as marcas arroxeadas que circundam meu mamilo, ela realmente estava faminta!

Termino meu banho e coloco uma roupa confortável e, em seguida, sigo para a cozinha para organizar a sujeira do café da manhã. Mas, assim que entro na cozinha, vejo Toni com o vestido que eu separei e ela está terminando de lavar o último copo. Tiro um momento para apreciar como o vestido fica ligeiramente levantado atrás, por causa de sua bunda.

Ando silenciosamente até ela e a envolvo em meus braços, causando um pequeno susto nela, que resmunga.

-Que baby prendada essa minha. - Digo dando um beijo em sua nuca. - Mas não precisava, pequena, eu ia limpar.

-Num mi assuta! - Ela resmunga e eu fico boba com seu bico. - Mommy tava demolando pa vim assiti Daniel Tigui!

-Desculpa, Princesa! Eu estava no banho, mas agora eu tô aqui pra gente assistir tudo que minha princesa quiser.

Em poucos instantes, estou sentada no sofá com Tee-Tee escorada em mim, enquanto faço cafuné em seus cabelos, vendo seu rosto atento ao desenho que se desenrola à nossa frente.

Para minha surpresa, Toni já sabe todas as musiquinhas e o nome de todos personagens e eu fico mais boba ainda. Por perceber que ela REALMENTE gosta do desenho, presto atenção, guardando o nome de todos os personagens, ou tentando, pelo menos. Para agradá-la, eu fico fazendo várias perguntas sobre o desenho, até que eu levo uma bronca.

-Pala di falá, baby qué vê Daniel Tigui! - Ela resmunga, cruzando os braços.

-Hey, mocinha! Isso são modos?

-Mazeu quelo assiti! - Ela diz, fazendo carinha triste, mas ainda com bico.

-Tudo bem, mas fala direito. Não precisa de grosseria.

-Dicupa! - Ela diz, enquanto joga os braços ao redor do meu pescoço e afunda o rosto na curvatura dele.

-Tudo bem, bebê. - Digo afastando-a e notando que ela ainda está com um bico em seus lábios. - Agora desfaz esse bico, lembra o que eu disse que faço com garota bicuda? - Ela arregala os olhos e tenta sair do meu colo, mas a seguro e mordo sua bochecha, ouvindo aquela sua risada deliciosa. Mas o barulho do meu celular atrapalha nosso momento e eu xingo mentalmente ao ver o nome da Minerva no visor. - Oi, Minerva. Aconteceu alguma coisa? - Toni tenta sair do meu colo, mas eu a seguro.

-Aconteceu. Você precisa vim aqui agora.

-O que aconteceu? - Digo, fazendo cafuné numa Toni com cara emburrada e os braços cruzados.

-A fornecedora nova não autorizou entregar para ninguém, além de você e a gente precisa colocar as coisas no freezer, se não, nem tem como abrir hoje.

-Mas que porra! Tá, tô indo. Me dá 15 minutos. - Desligo o celular irritada por ter que sair bem agora, mas a cara emburrada da Toni prende minha atenção. - O que foi, baby? Que carinha é essa?

-Pegunta pa exa Mineva!

Péra, ELA TÁ COM CIÚMES?

-Não precisa ficar assim, baby. Ela é minha amiga e sócia. Eu vou ter que ir lá agora, vem comigo. - Ela cruza os braços, virando a cara. - Vamos, princesa. A gente pode parar e comprar um doce bem gostoso pra minha baby, o que você acha?

-Xó um? - Ela pergunta baixo.

-Tá bom, um monte, mas você não vai comer tudo de uma vez, viu? - Ela começa a bater palmas.

Pouco tempo depois, já estamos no carro, onde ela aponta para os cachorros na rua.

-Chegamos, baby. - Ela olha para a fachada da HeadSpace e me encara confusa.

-Ondi a genti tá?

-A Mommy tem uma casa noturna, junto com minha amiga, a Minerva que você vai conhecer e vai ver que não precisa ter ciúmes. Agora, vamos lá.

Saio do carro e dou a volta para encontrá-la e seguro sua mão.

-Baby, aqui você não vai poder me chamar de Mommy, tá?

-Puquê? - Ajeito seu cabelo, fazendo uma pequena carícia em seu rosto.

-Lembra que a Mommy disse que era uma coisa só nossa? - Ela assente. - Então, por isso. - Ela faz uma carinha triste e concorda. - Prometo que vai ser rápido, pequena.

Logo entramos no galpão e vejo Minerva correndo até mim.

-Finalmente. Resolve essa merda, eu disse pra gente não mudar nada. - Toni se encolhe do meu lado, o que atrai a atenção da minha amiga, que me olha com a sobrancelha arqueada e recebe uma negação minha com a cabeça.

-Olha, os preços estavam bem mais em conta, a gente economizou quase $600!

-O que não vale essa dor de cabeça! Olha, eles estão lá na parte de trás, vai logo e resolve pra eu poder colocar as coisas no freezer! - Reviro os olhos e puxo Toni pela mão, indo até os fundos, onde recebemos as encomendas.

Assim que saio, vejo dois caras conversando, encostados no caminhão e eu me aproximo deles.

-Pronto, eu tô aqui. Podem descarregar. - Eles param a conversa e trocam um olhar.

-Ainda não, Cheryl. Eu quero conversar um pouco com você antes.

-TY?

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