Saudades

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POV Toni

Sinto corpo de Cheryl enrijecer, mas eu apenas aceno com a cabeça, permitindo a entrada da mulher. Ela se aproxima e pega minha mão caída sobre minha barriga.

-Como você tá se sentindo? - Pergunta, fazendo círculos com as pontas dos dedos nas costas da minha mão.

-Assustada, mas o médico disse que vai ficar tudo bem.

-Fico feliz com isso. - Ela me lança um sorriso carinhoso. - Eu sei que tá tudo estranho e confuso, mas eu te amo e morri de medo de te perder.... Eu sei que eu não sou ninguém pra você, mas eu realmente espero que você possa me perdoar por tudo que aconteceu até hoje e me dê uma chance de recomeçar do zero. - Ela passoa as costas de sua mão em suas bochechas, recolhendo as lágrimas. Ela se inclina e leva minha mão em seus lábios, deixando um beijo demorado. - Vou deixar os outros entrarem, você deve estar ansiosa por eles... - Se inclina um pouco mais, deixando um beijo em minha testa. - Fica bem, Toni. - Me lança um último sorriso e se vira, indo em direção às porta.

Em momento algum Cheryl se pronunciou, apenas ficou ali, do meu lado, segurando minha mão e fazendo carinho nos meus cabelos.

-Kathe? - Chamo, antes que ela pudesse passar pela porta e ela se vira, me olhando em expectativa. - Eu... Tô tentando te perdoar e... Acho que a gente pode ir se conhecendo aos poucos. - Um sorriso imenso se abre em seu rosto.

-Claro, Toni. O que for melhor pra você, eu aceito. - Eu tento lançar um sorriso, mas tenho certeza que saiu quase uma careta, me dando um último sorriso, ela se vira, saindo do quarto.

-Você tem certeza disso, pequena? - Ouço a voz rouca assim que ela sai.

-Não sei, mas eu não posso deixar isso do jeito que tá eternamente. E eu sei que, se eu me machucar, minha Mommy vai estar comigo. - Ela sorri.

-Não tenha dúvidas!

*-*-*-*-*-*-*

Após longas horas em observação no hospital, finalmente chego em casa, sendo amparada por Cheryl e Gabs que logo me colocam no sofá.

Pela primeira vez, Cheryl permitiu que pessoas "estranhas" entrassem em casa. Obviamente que notei os olhares de todos para as coisas infantis pela casa, mas nada disso foi comentado.

-Quem era aquele cara? - Jason pergunta. - Como ele sabia daquele lugar?

-É o Ty. Ele é obcecado pela Cher. - Verônica fala. - Mas como ele sabia que vocês estariam lá, eu não sei.

-Eu vou matar aquele arrombado! - Sofia exclamou.

-Você também, não! - Verônica suspira. - Já basta a Cheryl.

-Obrigado por terem desarmado ele. - Cheryl disse, olhando para Jason e Camila.

-Desarmado? - Min ironiza. - O Ty foi espancado! Se eu não estivesse preocupada com a Toni machucada, eu bem tinha pegado a pipoca pra assistir.

-Mas, sério, péssimo jeito de empatar foda de alguém... - Verônica comenta, recebendo um tapa de Betty, que se segura pra não rir.

-Pelo sujeira, acho que a foda já tinha acabado, isso, sim! - Britta brinca e eu ruborizo, querendo me esconder e, por esse motivo, me encolho ao lado de Cheryl.

-Pelo amor de Deus, eu não sou obrigado a ficar ouvindo comentários sobre a vida sexual da minha filha! - Clifford comenta, arrancando risos de todos, menos meu e de Cheryl. -Nada contra você, Toni, mas tem algumas coisas que um pai não precisa ouvir. - Mais risos e, no meio da minha vergonha, veio um bocejo, deixando claro minha exaustão.

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