"Eu só queria a porra de
uma xícara de café"
Arthur CampannaÀ noite, todos os meus pesadelos foram a minha companhia, por mais que eu quisesse dizer que já me acostumei com eles, não, impossível.
Todas as noites, a minha mente encontra um jeito diferente de me torturar, mostrando os mesmo acontecimentos, mas de quinhentos jeitos diferentes.
O conselho que eu recebi na escola pelos conselheiros escolares eram terapia, mas eu nunca tive coragem, não poderia, nunca falar pra alguém sobre tudo que passei, sem contar os detalhes sórdidos.
Então, a quinze malditos anos eu tenho que lidar com isso da minha maneira, tomar vários litros de cafeína durante o dia é uma das minhas soluções magníficas.
E foi isso que eu queria fazer nessa manhã, não tive tempo de tomar café em casa, estava atrasado para uma maldita reunião, então resolvi ir em um café da cidade.
Tudo que eu queria era uma xícara de café bem forte, adentrei o estabelecimento disposto a ir diretamente no balcão, estava com pressa.
Mas, eu não contava com uma pessoa que não prestava atenção no caminho, vindo em minha direção, a moça de uniforme, parecia desesperada enquanto imaginava que iria cair.
Eu não seria tão babaca de deixá-la dar de cara com o chão, a segurei pela cintura enquanto sentia um líquido quente descendo pela minha barriga.
Maldição, ela tinha derramado café em mim, tudo bem que não foi culpa dela, eu escolhi não deixá-la cair, mas droga. Se eu já estava atrasado antes, agora eu iria me atrasar ainda mais.
Ir em casa trocar de roupas não fazia parte dos meus planos para essa manhã, eu só queria a porra de uma xícara de café.
A observava, enquanto ela mantinha os olhos fechados, os cabelos presos em um rabo de cavalo, o rosto tenso, e as mãos em meu peito com a respiração rápida.
Alguns segundos depois ela abriu os olhos, com suas iris castanhas claras. Os olhos dela, tinham um brilho diferente, apesar do rosto demonstrar cansaço, ela parecia feliz.
Senti como se ela conseguisse exergar no fundo da minha alma, ver todas as cicatrizes do meu coração, desvendar todos os segredos que eu luto diariamente para esconder, matar meus demônios com facilidade, uma coisa que eu não consegui fazer, na porra de quinze anos.
Pisquei e tirei rapidamente aos mãos da sua cintura, enquanto ela agradecia.
Pareceu desesperada quando notou que havia praticamente destruido minha camisa.Se desculpou novamente, e a vê pedindo tantas desculpas me irritou, não tem porque, não foi culpa dela.
Lembrei que estava atrasado, desisti da droga do café.Sai da cafeteria, assim que cruzei as portas, respirei fundo, parecia que o ar dentro do estabelecimento estava mais pesado.
Cruzei a rua, e entrei novamente no meu carro, voltando para casa em seguida.
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Para Sempre: Minha
Romance"𝑬𝒖 𝒏𝒂̃𝒐 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒂𝒃𝒔𝒐𝒍𝒖𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒄𝒉𝒆𝒈𝒂𝒓 𝒂𝒒𝒖𝒊, 𝒑𝒐𝒓 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒖𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒗𝒊𝒗𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒇𝒐𝒊 𝒏𝒆𝒔𝒄𝒆𝒔𝒔𝒂𝒓𝒊𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒆𝒖 𝒕𝒆 𝒂𝒎𝒂𝒓 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒗𝒆𝒛 𝒎𝒂...