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Arthur

Uma semana depois.

Estava na sala da empresa resolvendo alguns assuntos, queria fechar com uma empresa de jóias e pra isso era necessário criar um bom acordo pra ambos.

Na minha frente estava a dona de uma das maiores redes de jóias do país, Safira Paionelli...

— Nada mais justo que a minha empresa ficar com 70% dos benefícios, já que estamos pagando 96% dos custos.

Falei pra mesma que insistia na tese dos 50%.

— Custo em material, mais a mão de obra que todos sabemos que é a parte mais complicada é tarefa da minha empresa. Você quer um lançamento de uma nova jóia com um nome próprio... É um absurdo — Indagou a mesma.

Droga de mulher insistente.

— Não acho que seja absurdo, estamos custeando 96%, sem material não tem mão de obra, e a questão da linha própria, ela será feita com outro propósito, então 70% é um valor justo.

— Adicione a taxa de comissão em 10% no contrato — Ela disse.

— Isso é o mesmo que deixar minha empresa com 60%...

— Então fechamos o contrato em 60%. Ela disse.

— Então eu fecho o contrato com outra rede de jóias. Milão está lotada delas, não vou insistir nisso, está claro que é um caso perdido.

Suspirei, fingindo descrença. Na minha mente só se passava uma coisa... Psicologia reversa.

— Não acredito que você insistiria tanto se tivesse as redes de jóias de Milão em suas mãos — Ela se levantou da sua cadeira e parou em frente as garrafas de tequila na pequena mesa ao lado.

— Não acredito que você acha mesmo que era minha primeira opção... — Falei também me levantando.

Dessa vez tentando deixar claro que 60% não era uma opção.

— Eu acho que... Nós conseguiríamos resolver isso, de outra maneira. Algo mais prazeroso talvez — Ela disse lascívia se aproximando enquanto bebericava a tequila.

Me afastei...

— Não acho que conseguiríamos entrar em um acordo. — Falei, mantendo uma distância segura.

— Não saberemos sem tentar — Dessa vez, ela deixou o copo sobre a mesa, dava passos decididos em minha direção.

As intenções dela estavam claras, ela não queria um contrato, não o meu tipo de contrato.

Safira era muito bonitas, pele bronzeada, rosto bem desenhado apesar da maquiagem forte e sem dúvidas era muito sensual, mais claramente estava faltando algo, já que a mesma não despertava em mim, o que eu queria.

Olhei para ela por mais de duas horas, foi o tempo que ficamos presos nessa sala falando desse maldito contrato que não nos levou a lugar nenhum.

E a cada minuto eu torcia pra que ela aceitasse de uma vez, e fosse embora, ela realmente não era minha primeira opção. Mais o que eu queria, apenas a empresa dela podia oferecer.

Simplicidade, sutileza, já que era por isso que a empresa dela e suas redes de jóias eram tão conhecidas.

Sem dúvidas as peças em seu corpo demonstravam isso, mais sutileza estava longe do que Safira realmente era.

Em duas horas, ela se mostrou muito pervesa, mais o que ela realmente estava querendo demonstrar ela não conseguiu.

Aos meus olhos Safira não passava de uma mulher com quem eu queria fechar contrato. Infelizmente ela não tinha os olhos que eu procurei por uma semana, a pele dela não era rica em melanina e os cabelos dela não tinham cachos lindos e cheios...

Safira não era ela, e talvez por isso, só por isso ela não fosse atreente no meu ponto de vista.

— Não pre... — Tentei dizer, mais algo inusitado, mas talvez, previsível aconteceu.

Safira juntou sem espaço os lábios com os meus, suas mãos foram até meu pescoço, mais ela realmente não era Ela...

Tentei afastar a mesma sem a machucar, mais ela se manteve irredutível, apenas manti meu lábios fechados esperando o momento em que ela se afastasse.

Um pigarro foi ouvido do outro lado da sala, e Safira se distanciou, me segurei para não suspira aliviado, mais todo me ar se foi quando do outro lado ninguém menos me olhava, não sei se o que tinha no seu olhar era ódio ou decepção, mas com certeza tinha algo.

— Vanessa...

Vanessa°°°°°°°|°°°°°

A uma semana eu não via o Arthur, tudo que sabia dele era o que Ana Júlia me falava, reuniões de trabalho, reuniões com o Felipe e o Gabriel sem hora marcada. O Arthur estava planejando algo e isso não era algo bom, pelo menos não pra quem ele estava tramando.

Enquanto ele seguia a vida dele se afogando em trabalho, eu seguia a minha, também no trabalho só que com um pouco mais de diversão, já que Paola aparecia sempre na minha sala, e eu estava sempre andando pela loja.

Maria Júlia também vinha com frequência, passávamos horas conversando e falando da vida, elas faziam o máximo para me distrair por que a todo momento minha mente me sabotava e me levava ao homem de olhos verdes e barba rala. Um mafioso perigoso e um excelente CEO.

— Já chega — Falei sozinha, conversando comigo mesma.

Tinha cismado, iria hoje mesmo até a empresa, com a desculpa de ver a Maria Júlia, Arthur me evitou uma semana, e querendo ou não precisávamos resolver as nossas pendências.

Assim que deu meu horário de almoço, sai da loja, nem falei com a Paola que iria sair, entrei no táxi que havia chamado anteriormente indo em direção a Campanna Enterprise.

Os seguranças me cumprimentaram com um aceno de cabeça e a recepcionista do térreo nem ao menos se preocupou em me anunciar.

Assim que o elevador se abriu, olhei para a mesa da Maria Júlia, ela não estava lá e o computador estava ligado tocando uma música chata.

Olhei para o lado onde ficava o banheiro, e não vi ninguém, me aproximei da porta da sala do Arthur, a única coisa que eu consegui ouvir foram vozes, essas intercortadas e falhadas, a porta era grossa o suficiente pra não me permitir ouvir tudo com clareza.

Não queria atrapalhar a reunião, mais por algum motivo eu estava sentindo um leve incômodo, a voz lá dentro claramente é de uma mulher, não que o Arthur fosse capaz de fazer algo na empresa, eu espero.

Mais não consegui evitar...

Girei a maçaneta mesmo sabendo que esse tipo de invasão é errado, eu deveria ter batido na porta, assim quem sabe eu teria evitado o que vi a seguir.

Tinha uma mulher loira com a boca grudada nele, as mãos dela estavam no pescoço dele, e apesar de parecer incomodado, ele não fez algo pra se afastar, não que eu tenha visto.

O incomodo anterior aumentou gradativamente, e aos poucos eu comecei a sentir raiva, que logo foi substituída por tristeza. Não poderia contar nada dele afinal, até porque seja o que for que a gente tinha, havia acabado uma semana atrás.

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Foi aqui que pediram uma maratona?

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Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora