Capítulo 42

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Vanessa

Três dias que eu não falava com o Arthur, a última vez que nos vimos foi no almoço e tudo que conversamos envolveu todos os presentes na mesa.

Organizava algumas planilhas na sala quando meu celular tocou dentro da bolsa. Atendi sem ver o nome

— Vanessa — Falei.

— Oi linda — Maria Júlia falou, a reconheci só pela voz.

— Como vai linda? Perguntei.

— Eu vou bem — Ela disse — Mas, eu não diria o mesmo do Arthur.

Estranhei, como assim?

— O que quer dizer? Perguntei.

— Bom, ele está trancado na sala a horas e quando eu perguntei se ele estava bem ele divagou por uns instantes antes de responder, e disse que estava, mais está claro como água que é mentira.

Suspirei.

— Deixe ele trabalhar, vai ver ele só precisa se distrair, mais tarde eu passo aí e falo com ele — Falei caminhando pela sala.

— Eu acho que ele não dorme a alguns dias — Ela disse baixo.

Eu já imaginava que o Arthur tinha uma má rotina de sonho, quando dormimos juntos ele teve um pesadelo, não sei se ele lembra, não deve se lembrar. Mas só se acalmou depois que eu o abracei, minha mãe sempre falava que não podia se acordar alguém de um pesadelo.

— Eu vou aí assim que meu expediente acabar, pode deixar que eu falo com ele.

Maria Júlia agradeceu e disse mais um monte de besteiras, e me contou que estava de folga e ia aproveitar para dormir e maratonar as séries que ela gosta, ela disse que iria chamar a Paola para ver com ela.

Não me convidou já que eu disse que iria ver o Arthur, me despedi dela e continuei meu trabalho.

Minha mente ia e vinha, e eu pensava se devia ou não contar ao Arthur que o pai dele matou o meu.

Eu achei muita coincidência o sobrenome dos dois ser igual, e então descobri que Júlio Campanna era ninguém menos que pai dele.

Fiquei pertubada por algumas horas, mais depois percebi que não era culpa do Arthur, o pai dele era um homem ruim, mais o Arthur estava longe disso.

Decidi que o contaria assim que tivesse a chance.

Horas depois, fechei a loja e pedi um táxi, fui em direção a empresa, nela só tinha uns seguranças, eles já me conheciam então permitiram a minha entrada.

Pensei em fazer uma surpresa para o Arthur e então foi muito devagar até o andar, o elevador fez um barulho ao abrir e eu torci para que ele não estivesse ouvido.

Assim que girei a maçaneta da enorme porta de madeira, senti algo gelado na minha testa. Gritei por um momento até ver o rosto confuso de Arthur me olhando.

Ele perguntou se eu estava louca, respondi que não e questionei se ele sempre abordava os visitantes assim.

Reparei melhor em seu rosto, a aparência cansada, ele parecia tenso, apesar do cabelo meio bagunçado, não era possível negar o quanto ele era lindo.

Quando me aproximei desligando seu computador, ele se aconchegou em mim, foi inevitável não levar minhas mãos até seu cabelo.

Ali, encostado em mim, ele parecia frágil e vulnerável, o puxei comigo dizendo que iríamos para casa. Para minha casa.

Assim que chegamos ao estacionamento, ele pegou a chave do carro. Tomei rapidamente da sua mão, Arthur estava claramente bêbado de sono, não o deixaria dirigir.

Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora