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Arthur

Assim que me livrei de Safira, me afastei gradualmente, Vanessa ainda me olhava e o que tinha em seu olhar era indecifrável, mais era bem provável que fosse um misto de emoções.

Safira fingia limpar o batom borrado no canto da boca, e eu preocurava palavras em minha mente, as palavras certas, algo que não a deixasse ainda mais brava.

— Safira, já pode ir, nossa reunião já acabou... Falei mantendo ainda a pose de CEO.

Independente do que Vanessa estava sentindo, não poderia abaixar minha guarda na frente de Safira.

Ela não me olhou, apenas foi até o sofá, pegou a bolsa e saiu, não sem antes me dar um sorriso sínico.

Suspirei preocurando coragem para olhar nos olhos de Vanessa novamente, suspendi meu olhar em sua direção.

— O que faz aqui? Independente de tudo, eu ainda estava magoado, não muito, na verdade acho que não estava tão magoado assim. Mas eu obviamente estou encrencado então...

— Precisava falar com você, deveria ter ligado, não imaginei que estivesse tão ocupado... Eu quase podia ver o desgosto escorrendo entre seus lábios.

— Não estava tão ocupado assim, na verdade... — Falei tentando dar um jeito de explicar o que estava havendo sem parecer desesperado.

— Não é da minha conta — Ela disse me interrompendo, o que me deixou surpreso — Eu só vim até aqui para devolver isso...

Suas mãos foram diretamente ao seu pescoço, sentir o ar ficar mais denso quando ela retirou o colar que eu a havia dado, suei frio.

— Foi um presente — Falei mantendo a pouca voz que tinha.

— Não quero presentes — Ela disse, bom, ela estava claramente brava. Por um instante eu senti uma pontada de felicidade.

Ela estava com ciúme então?

— Quando o entreguei para você, não lembro de ter dito que aceitava devoluções. — Indaguei pegando o colar em mãos.

— Eu resolvi devolver, até porque parece caro...— A desculpa esfarrapada foi o que me fez rir.

Gargalhei sem sentir a mínima graça, apenas para não explodir e acabar apanhando. Ela pareceu ficar ainda mais brava com meu ato.

— Por que está brava? Perguntei.

— Não estou, vim aqui para devolver o colar apenas — Ela disse, seus olhos vacilaram por um instante, o canto da boca dela tremeu demonstrando o nervosismo.

Minhas mãos suavam para caralho e por precaução as coloquei no bolso.

— Eu devo ser o papa então — Despejei meu sarcasmo sobre ela...

Infantil? Talvez.

— Olha o que você é ou deixar de ser, realmente não me interessa, eu já devolvi o colar, estou indo...

Ela não me deu tempo de revidar, antes de que eu tivesse a oportunidade de falar algo ela já cruzava a porta da sala. Pisquei para raciocinar.

Assim que recobrei a consciência fui atrás dela.

Segurei em seu braço, sem por força apenas para fazê-la parar.

Maria Júlia nós olhava sem entender nada, me perguntei onde ela estava quando Vanessa chegou, por que se estivesse aqui ela claramente não iria entrar na minha sala daquela maneira.

— Nossa conversa não acabou — Falei, eu realmente queria que ela ficasse, mais como diria isso sem parecer grosso ou desisperado?

Quer saber? Que se foda, não ligo de parecer desesperado, eu preciso que ela fique.

Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora