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Arthur

Me remexi na grande poltrona de couro sentindo o cansaço me abster por completo.

Faz duas semanas que estou aqui na Itália resolvendo tudo para Cristiano, ele inclusive já estar melhor e recebeu alta, está repousando em casa.

Rebecca ainda está aflita, mesmo estando acostumado com o perigo constante, essa foi a primeira vez que ela chegou perto de perder o marido e isso a abalou profundamente.

Tentei focar nos papéis sobre o centro da mesa a visão embaçada denunciava o cansaço que eu lutei para fingir não sentir.

O fato é que eu não poderia me dar o luxo de descansar, não quando a pessoa que tentou matar o único homem que me tratou como filho depois da morte do homem que eu achei que era meu pai, estava por aí solto.

Cristiano disse que não tinha certeza em que momento começou a ser envenenado, já que ele não tinha costume de comer em casa, mas de acordo com o que descobri o veneno é insípido, ou seja não tem sabor.

O envenenamento pode ter ocorrido até mesmo por um copo de água que ele bebia frequentemente, tanto em casa como na sede.

Mas como a intenção não era realmente matar o Capo, foi suficiente para aumentar as minhas suspeitas.

Quem quer que estivesse por trás disso, queria me atrair de alguma maneira, e ficar aqui na Itália sem poder ir para casa está me angustiando.

A sensação de que algo vai acontecer em breve, e também a saudade que dilacera meu peito, já que eu não vejo Vanessa a algum tempo, e não temos comunicação, decidir não ligar para a mesma já que não valia a pena deixá-la preocupada.

Mas tenho certeza de que se ela precisar ela mesmo ligará para mim, e eu irei no mesmo instante.

Me levantei com calma disposto a dormir nem que fosse por duas horas, deitei no sofá que estava no escritório que parecia muito mais acessível que a cama no andar de cima.

Assim que deitei ouvi um estralo, e meu corpo relaxou instantaneamente, senti meus olhos pesarem e me deixei levar pela escuridão.

'eu estava caminhando com pressa, o local estava escuro e vazio e eu não me lembrava de ter ao menos levantado do sofá, continuei caminhando pela escuridão até ouvir uma voz.

"Atire Felipe!!" A voz dizia, e apenas ouvi-lá já me fazia tremer de ódio.

Percebi no mesmo instante que era um sonho, eu estava presenciando o dia que eu desejei com toda a minha alma acabar com a vida daquele miserável.

Julio olhava para Felipe sério enquanto um homem estava ajoelhado na frente dos dois, eu estava ao lado sendo brutalmente segurado por dois seguranças que tinham o dobro do meu tamanho, eu só tinha 15 anos e Felipe 11...

"eu não quero fazer isso papai" as lágrimas desciam pelo rosto em choque do meu irmão.

E eu lembrava desse dia como se fosse ontem, a sensação era que meu peito estava sendo esmagado, eu não conseguia me soltar, eu não consegui defendé-lo.

Me debatia desesperado, até que Júlio se aproximou.

"Deixe ele em paz" eu gritei implorando para que ele deixasse Felipe ir.

Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora