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Bônus

Gabriel Le'blanc

Está tudo certo, iremos fechar essa parceria e garanto que você está investindo num negócio que vai revolucionar e trazer lucros indescritíveis para sua empresa — Falei encerrando a conferência com o dono de uma empresa de segurança.

A Campanna Enterprise precisava disso, é um ótimo jeito de crescer nosso nome por todo o país, por todo o mundo.

O telefone tocou, e eu atendi ouvindo a voz da minha secretária ao fundo.

— Senhor, Felipe Campanna está aqui e disse que vai entrar — Revirei os olhos sabendo que não adiantaria dizer para ela não deixar.

Dei permissão e segundo depois Felipe atravassava a porta da minha sala e se jogava na cadeira a minha frente.

— O que quer aqui? Não deveria estar de olho no Júlio? Perguntei.

— Arthur não te contou não é? Ele disse — Estranhei

— Contou o que? Perguntei.

— Ele foi para a Itália, disse que tinha um problema urgente para resolver e que não sabia quando voltava.

Ele disse, parecia preocupado com o irmão mais fazia o máximo para não transparecer.

— Deve estar tudo bem, agora que ele foi não podemos deixar Júlio sem supervisão.

Falei, pensando em como faríamos para por a emboscada em ação, sem Arthur aqui tudo se complicava, até mesmo os planos se atrasavam.

— Você não acha que ele já percebeu que tem algo errado? Não posso ficar no pé dele o tempo todo, se ele desconfiar me mata no mesmo instante... Ele disse

Revirei os olhos, o jeito que ele se faz se vítima indefesa é diferente, Felipe seria capaz de matar um batalhão apenas com um lápis se fosse necessário, Júlio não encostaria um dedo nele.

Já ele pelo contrário...

— Então você tem medo do lobo mau? Perguntei caçoando dele.

— Claro que não, mais se eu matar o Júlio, quem me mata é o Arthur. Pode não parecer, mais dele eu tenho medo.

Ele sussurou como se fosse algum segredo, gargalhei.

— Arthur não encostaria em você, não te mataria pelo menos...

Falei não tendo certeza, talvez, Arthur o deixasse aleijado, ou quem sabe com uns dedos a menos.

— Bom, não quero arriscar, inclusive já que ele não está aqui...

Ele disse arrasando a frase, cerrei os olhos.

— Não, não vou fazer nada com você, estou atolado de trabalho e agora sem o seu irmão eu vou ter que me virar em dez...

Falei ignorando a presença dele na sala e focando nós papeis sobre a mesa que necessitavam de organização.

— Mais o que...

A frase foi interrompida, assim que o celular dele tocou, fazendo o barulho irritante ecoar por toda a sala. Estava tocando Britney Spers.

A expressão de Felipe foi mudando de "quero sair a noite, e você não tem escolha senão ir comigo" para "Temos um problema, levante já dessa cadeira"

Fiquei de pé, já esperando a bomba.

— O que ouve — Perguntei com receio.

— O Júlio fugiu, e o Marcos também.

— Puta que pariu, mais que caralho, vai se foder, que desgraça...

— Esse foi o seu Record de palavrões...

O encarei incrédulo.

— Desculpe, não é hora para piadinhas, é que eu tô nervoso.

Ele disse, se sentando novamente.

— Levante já daí e ligue para seu irmão, droga, ele vai nos matar, puta que pariu, mais que caralho.

Sai correndo da sala indo em direção a garagem nem me dei o trabalho de dizer a secretária para cancelar meu planos.

Felipe vinha atrás, acompanhando meus passos, enquanto eu fui ao meu carro ele foi aí dele, saímos da garagem indo em direção as ruas de Chicago, nisso destino era o galpão.

Os que estavam responsáveis pela tocaia teriam muito o que explicar. E eu mataria o Felipe por ter deixado um bando de incompetentes fazendo o trabalho sujo.

Felipe

Enquanto dirigia em alta velocidade, fazia de tudo para poder contatar o Arthur, ele não atendia a droga do telefone, e esse meu pequeno deslize poderia por todo o nosso plano em maus lençóis.

Gabriel ia na frente e eu o seguia, nosso destino era o galpão, onde mandei todos os que estava de tocaia nós esperarem.

Arthur claramente me mataria por esse deslize, já que antes de sair ele disse claramente para que não perdessemos o Júlio e o Marcos de vista e agora os dois fugiram. Os dois!

Assim que chegamos, fomos entrando direto, cinco homens nos esperavam e eles pareciam apavorados. Não os julgo, se eu estivesse no lugar deles também estaria...

Gabriel fazia as perguntas e se descontrolava na mesma proporção enquanto eu apenas observava cada um, suas expressões, seus olhos tudo.

Tudo que podesse apontar um traidor.

— Eu não sei o que aconteceu, eu me virei por um instante para fazer xixi e quando voltei a posição anterior o carro já não estava mais lá...

— Qual era o carro que estava na frente da casa?

— Era um Maverick GT... — Ele disse

Sorri de lado e balancei a cabeça em negação...

— E você não ouviu nenhum barulho, nada? Perguntei novamente.

— Não, o carro era extremamente silêncioso.

Ele disse olhando nós meus olhos, suspirei incrédulo com tamanha cara de pau.

— Você claramente não conhece nada de carros, por que o Maverick GT está na minha lista de carros mais barulhentos, e você quer me dizer que não ouviu nada?

Falei me aproximando, o vendo suar frio.

— Eu-eu não sei...

— Quanto ele te pagou? Vamos lá, o que ele ofereceu para que você aceitasse trair os Irmãos Campanna?

— Não sei do que o senhor está falando...

A essa altura apenas Gabriel estava na sala, os outros guardas já haviam sido dispensados.

— Vamos lá, prometo não te julgar, me diga, o que Júlio de ofereceu?

— Ele disse que me daria um cargo na empresa dele...

O maldito despejou de um vez, senti meu sangue ferver, a vontade de matá-lo imediatamente era grande, mais a vontade de vê-lo sofre era maior.

Disparei um soco em seu rosto vendo o mesmo cambalear e cair no chão, com a mais na boca.

— Então você quer um cargo na minha empresa? Sabe quando Júlio te daria um cargo lá? Nunca, a empresa não é dele.

Chutei sua costelas, e ele se retorceu.

— Você escolheu o dia errado para nós trair, essa sua traição vai custar caro, muito caro, por hora eu não quero nem olhar para você.

Chamei os seguranças na porta.

— Quero ele no sótão da mansão, vou até lá investigar qualquer passo do Júlio, não o deixe fugir ou então eu vou ter que substituí-lo por você.

Gabriel não disse nada, apenas passou por mim indo até o carro, se eu o conheço bem, ele deve estar nesse momento pensando em um jeito de lidar com essa situação, e eu por enquanto vou investigar qualquer coisa que possa me dar uma pista de para onde Júlio foi.

Para Sempre: MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora