[Han Jisung p.o.v.]
Saí do trabalho por volta de 19 horas, o que era cedo considerando o horário que costumo sair. Não avisei a Minho que estava saindo, até porque me sentia desconfortável como se eu estivesse pedindo pra ele cumprir a promessa de vir me buscar sendo que nem é necessário. Assim que saí senti um pouco de frio e me encolhi dentro de meu casaco. Meu estômago começou a roncar me fazendo desejar muito comer alguma coisa bem gordurosa agora na rua, mas é segunda, seria um desrespeito com a minha fase adulta. Cheguei em meu apartamento já com bastante fome e enquanto eu abria a porta ouvi outra porta bater atrás de mim. Minho saía de seu apartamento todo agasalhado e demonstrou surpresa ao me ver ali.
– Você já chegou? – ele questionou.
– É, acabou mais cedo... – disse sem graça.
– E por que você não me avisou? Jorginho e eu íamos te buscar!
– Jorginho? – perguntei fazendo ele abrir seu casaco e mostrar que o filhote estava dentro de um bolso interno que ficava na altura de seu peitoral vestido com um casaquinho de moletom.
Comecei a rir da cena que estava vendo, porque o gato estava muito fofo. Mas logou cessei a risada quando notei o quanto aquilo parecia com um contexto familiar. É muita coisa acontecendo muito rápido e confesso que não sinto que estou preparado pra isso ainda. Minho me olhava curioso, mas eu não reagi.
– Bem, eu vou indo mesmo assim. Eu tinha intenção de passar em um lugar no caminho pra te buscar de qualquer forma...
– Ah, tá bom... – respondi sério.
– Quer ficar com Jorginho?
– Pode ser! – sorri estendendo minhas mãos para pegar o gato.
– Mais tarde eu volto pra pegar ele. – Minho disse e logo foi em direção ao elevador.
Só isso? Ele não me beijou nem nada. O que isso significa? Ele não quer mais ser meu namorado? Entrei no meu apartamento com Jorginho e o soltei no chão.
– Jorginho, qual o meu problema? – falei baixo me sentando no chão – Uma hora eu quero que ele desacelere, outra eu quero que ele me agarre e ao mesmo tempo eu não quero nenhum dos dois. O que eu quero?
Jorginho começou a afiar suas unhas em minha calça jeans ignorando minha crise.
– Seu egoísta! – disse bagunçando o pelo do bichinho que mordeu meu dedo em resposta.
Minho demorou por volta de duas horas pra voltar, o que atiçou minha curiosidade para saber o que ele estava fazendo. Mas eu não quis ser invasivo então também não questionei. Ele bateu na minha porta e confesso que tinha medo de ele apenas pegar o gato e ir embora, sem me beijar novamente, mas ao invés disso, ele apareceu com lamen para nós dois jantarmos.
– Espero que não tenha comido ainda. – ele disse entrando em meu apartamento.
– Comi um chocolate só. Estava com fome, mas com preguiça de fazer alguma coisa. – respondi o seguindo para a mesa.
Ele tirou as caixas de noodles da sacola e colocou em cima da mesa. Quando estava prestes a abrir uma delas, ele parou e bufou:
– Esqueci de uma coisa!
– O que?
Rapidamente, ele me encostou na bancada da cozinha e começou a me beijar. Suas mãos se apoiavam na bancada, uma de cada lado da minha cintura. Coloquei minhas mãos em seu peitoral sentindo o tecido macio da camiseta se arrastar na ponta dos meus dedos até que eles alcançaram o seu pescoço. Ele enlaçou suas mãos em minhas costas me puxando para mais perto enquanto sua boca macia se movia com a minha. Eu estava me derretendo em seu beijo e quando eu menos esperava, ele passou a ponta dos dedos da base de minha coluna e foi subindo até a minha nuca, para logo afunda-los em meus cabelos ainda um pouco úmidos por conta do banho que eu havia tomado há pouco tempo. Um arrepio atravessou meu corpo, o que fez ele sorrir em meio ao beijo. Até que ele parou para sussurrar com sua boca ainda próxima a minha:
– Hm... tão bom! Como eu pude ficar tanto tempo sem o seu beijo? – ele encostou sua testa na minha e me deu um selinho antes de passar a ponta de seu dedão nos meus lábios.
– Se está tão bom assim, por que você parou? – sussurrei o fazendo arquear sua sobrancelha.
– Porque eu não quero passar dos meus limites com você. – ele deu mais um selinho em mim e depois passou o seu nariz de leve no meu – Vem, vamos comer!
Ele pegou em minha mão e me puxou para perto da mesa para nos sentarmos. O que ele havia acabado de dizer me deixou curioso e confuso, então resolvi perguntar:
– O que você quis dizer com passar dos limites?
– Eu notei que você estava agindo um pouco diferente agora há pouco, o que me fez refletir um pouco sobre eu ter feito algo de errado. Eu acho que por a gente já ter intimidade como amigos, eu acabei agindo como se também já tivéssemos muita intimidade como casal... Não que a gente já seja um. – ele explicou como se tentasse se aproximar de um animal acuado.
– É...eu não vou mentir pra você. Não é que eu não queira tudo isso, eu realmente gosto de você! – ele deu um sorriso bobo que me fez corar e desviar meu olhar para a comida – Mas é que eu nunca namorei antes também, então é tudo muito novo pra mim.
– Me desculpa – ele pediu segurando em minha mão – Vamos mais devagar então. Que tal irmos em um encontro?
– Um encontro? – questionei assustado.
– Ji, não é como se nunca tivéssemos tido um encontro antes. O que tá mudando agora é só o rótulo do evento. – ele riu.
– É um rótulo pesado! – disse tentando disfarçar o fato de que amei ouvi-lo me chamar de Ji.
– Você não quer ir em um encontro comigo, meu bem? – ele perguntou fazendo cara triste.
"Meu bem"...ele já está fazendo de propósito. Ele deve tá apostando com alguém quanto tempo leva até ele fazer meu coração explodir. Fiz careta pra ele que riu e comecei a comer. Ele esperava em silêncio me olhando com um sorriso sacana no rosto.
– Amei essa blusa sua! Te deixa gostoso. – comentei com um sorriso no canto da boca o surpreendendo e o fazendo engasgar com o caldo do lamen – Checkmate, babaca!
Assim que conseguiu aliviar do engasgo, Minho começou a gargalhar da minha atitude o que me fez rir junto.
– Você está vendo isso, Jorginho? Essa atitude petulante? Nunca repita isso! – ele disse pro gato que nos olhava curioso do sofá da sala.
– Minho, você aceita ir em um encontro comigo? – perguntei rapidamente.
– Que? Mas eu que tava te convi-...
– Vou te levar no cinema e depois podemos jantar juntos.
– O que tá acontecendo aqui?
– Você não quer sair comigo, amor?
Pela primeira vez vi as bochechas de Minho corarem enquanto ele sorria bobo provavelmente tentando conter o que sentia.
– Tudo bem, Han Jisung...Me leve em um encontro!
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Minha Criptomania | Minsung
FanfictionUma fanfic Minsung: Lee Know é um cupido que após muitos corações flechados - modéstia parte com muito sucesso - se depara com Han Jisung, um jovem adulto que se recusa a se apaixonar por causa de seu coração partido. O cupido agora deve traçar um p...