Capítulo 28

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[Lee Minho p.o.v.]

– Jisung? – ela questionou emocionada – Meu Jijiquinho?

– Oi, vovó! – Han disse com um largo sorriso.

Eles rapidamente se abraçaram. Dava pra notar que realmente sentiam falta um do outro. Me deixava feliz ver que ele finalmente está recebendo o tipo de carinho do qual ele foi privado por tanto tempo.

– Eu senti tanto a sua falta! Olha só pra você! – a avó de Han se afastou para olhá-lo melhor – Já é um adulto, mas ainda parece meu menininho!

Han apenas ria do que ela dizia, até que o olhar da senhora rapidamente pousou em mim.

– E esse, quem é? – ela questionou já se aproximando de mim.

– Ah, esse é meu amigo, vó. O nome dele é Minho!

– Minho? – ela repetiu.

– Bom dia! É um prazer conhecê-la! – disse simpático fazendo uma reverência.

– Prazer em te conhecer, Minho! Seu rosto não me é estranho... Enfim, meu nome é Nabi, mas pode me chamar de vó também! – ela disse sorrindo de volta – Vamos entrando, vocês dois! Estão com fome? Eu posso fazer um bolo pra vocês!

– Não precisa se incomodar, vó! Viemos apenas fazer uma visita rápida. – Han se explicou enquanto tirava seus sapatos para deixar na entrada da casa.

– Nada disso! – a senhora disse brava – Você some por tanto tempo e já está querendo ir embora? Você vai ficar, vai comer o meu bolo de limão que você tanto gostava e vai me deixar conhecer seu novo amigo bonitão!

Han e eu nos entreolhamos surpresos com a última parte e começamos a rir.

– Vamos lá, bonitão! – Han sussurrou pra mim em tom de brincadeira.

– Dá pra ver de onde você puxou o seu bom gosto! – respondi fazendo ele rir.

Deixei meu sapato e mochila na entrada da casa, assim como ele, e segui atrás dele e de sua vó que foram para a cozinha. Logo, Nabi já reunia ingredientes para fazer seu bolo, mas antes de começar, nos ofereceu pãezinhos e chá. Ela fazia milhares de perguntas para Han sobre sua vida e contava a fofoca sobre toda a vizinhança para nós dois. Era um certo alívio saber que a vó de Han era assim e que havia nos recebido de forma tão calorosa. Em meio a toda a conversa regada a lanches e risadas, a vó de Han resolveu questionar:

– Meu bem, eu estou muito feliz de finalmente receber uma visita sua. Você não sabe o quanto eu andava preocupada de saber como você estava. Mas se me permite, o que fez você vir para cá?

– Bem...na verdade quem me deu a ideia foi o Minho. – Han tentou explicar depois de ter sido pego de surpresa pela pergunta da avó – Ele está tentando descobrir mais sobre seus antepassados e isso me fez perceber como eu sei tão pouco sobre a história da família e o quanto isso é importante.

– Ah, eu não poderia ficar mais feliz ao ouvir isso! É lindo isso, sabe? Querer saber mais sobre sua linhagem. É algo do qual temos que nos orgulhar! – Nabi disse satisfeita enquanto olhava diretamente para mim – Que bom que esse rapaz te deu essa ideia! – ela completou.

– Pois é. E, vó...eu estava até mostrando para ele uma foto antiga que você me deu sua, com seus irmãos e o bisavô. – Han disse enquanto tirava a foto de dentro do bolso de seu casaco e mostrava para a avó.

– Ah, eu me lembro desta foto! – ela disse sorridente com seus olhos brilhantes – Eu era tão menina! Que saudades... meus irmãos...Ah!

– Mas, vó, eu fiquei curioso. Quem é esse aqui no fundo? – Han apontou para o menino sorridente que corria, o mesmo que eu senti que devia ser ele na vida passada.

A vó de Han espremeu seus olhos miúdos para tentar reconhecer aquela pessoa, até que eles se arregalaram em surpresa.

– Oh, minha nossa! – ela disse colocando a mão em seu rosto – Esse é Jeon!

– Jeon! – eu repeti em voz alta sem querer.

O nome fazia tanto sentido. Soava certo, quase como se eu estivesse esse tempo todo surdo e pudesse finalmente ouvir de novo. Jeon, eu repetia agora em minha cabeça.

– Isso mesmo, Minho, o nome dele é Jeon... Minho...– a vó de Han parou por um momento e ficou me olhando.

– Tá tudo bem, vovó? – Han perguntou chamando a atenção da senhora novamente – Quem era Jeon?

– Era meu primo. – Nabi disse pausadamente ainda me olhando, até que piscou algumas vezes e voltou seu olhar para a foto novamente – Ele era filho do meu tio por parte de pai. Éramos muito próximos, eu e Jeon. Tínhamos praticamente a mesma idade.

A senhora antes alegre e contente que nos recebeu, agora estava cabisbaixa. Han colocou sua mão no ombro da avó e começou a afagar seu braço na intenção de acalentá-la. Ela finalmente olha para o neto com um sorriso terno e diz:

– Você se parece muito com ele, sabia?

– Mas eu não me pareço com meu bisavô? – Han questionou.

– Sim! Mas seu bisavô e o irmão dele eram muito parecidos também. Mas de certa forma, você é idêntico a Jeon. – ela disse tocando o rosto do neto carinhosamente – Ele sofreu muito, o meu primo. Era tão bom, trabalhador, alegre...Mas depois viveu parte da sua vida em uma tristeza tão profunda.

Han virou para me olhar sabendo que estávamos provavelmente no rumo certo dessa investigação. Então ele se virou para sua vó e perguntou:

– O que aconteceu com ele?

– É complicado... Naquela época a cidade era bem menor do que ela é hoje. Era uma área bastante rural, todo mundo conhecia todo mundo... – a vó de Han se levantou da cadeira repentinamente e se dirigiu até sua sala.

Han e eu a seguimos e a vimos tirar uma caixa de dentro de um armário antigo que continha vários álbuns, arquivos, além de outras caixas. A caixa que ela pegou, era a mais antiga que tinha, estava quase se desfazendo em baixo de todas as outras empilhadas sobre ela. Ela se sentou no sofá e indicou para que sentássemos ao seu lado, e assim o fizemos. Ela abriu a caixa fazendo subir um cheiro de algo guardado e antigo, nos dando a certeza de que essa caixa não via a luz do Sol há muito tempo. Ela pegou uma fotografia antiga de um rapaz idêntico a Han.

– Esse era Jeon. – Nabi começou – Olha só esse sorriso! Ele realmente era tão simpático quanto aparenta ser na imagem.

Ver a foto de Jeon me fez arrepiar. Eu tinha muita vontade de chorar ou até de entrar em pânico, mas logo senti a mão de Han alcançar meu ombro passando por trás de sua vó. Ele me olhava levemente preocupado e eu apenas acenei com a cabeça tentando indicar que estava tudo bem. Nabi, então, colocou a fotografia de volta na caixa e começou a folhear documentos que haviam ali até puxar uma nova foto, que estava quase que escondida ali no meio.

– Esse era Minho!

Minha Criptomania  |  MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora