Capítulo 42

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Sugestão da autora: escrevi esse capítulo escutando a música "First Love Never Die" da Soko, que acho que no final das contas combina bem com a história. Então, caso queiram uma experiência de leitura acompanhada com música, quando na história surgir o símbolo 🎵apertem o play na música que citei até finalizarem a leitura desse capítulo. Boa leitura!


[Lee Minho p.o.v.]

Fui acordado pelo meu namorado que acariciava meus cabelos enquanto me olhava com um sorriso meigo em seu rosto.

– O almoço tá pronto! – ele disse baixo – Fizemos sopa pra você.

– Hm, você cozinha pra mim agora? – perguntei com a voz um pouco rouca.

– Só quando você fica doente. Não fique mal acostumado!

Sorri para ele, mas logo me levantei para que pudéssemos descer, pois Nabi já gritava por nós reclamando que a comida iria esfriar. Era boa a sensação de ter uma família e agora que eu me lembrava da minha, não podia deixar de pensar em como eles devem estar agora e se estão bem. Isso caso ainda estejam vivos.

Han e sua avó conversavam sobre histórias de quando ele era pequeno e riam juntos lembrando de situações que aconteceram em reuniões de família. Eu esperava poder ter essa atmosfera familiar algum dia novamente, talvez podendo a construir com Jisung no futuro.

Depois do almoço passamos o restante do dia no quintal de Nabi, tomando um banho de Sol quando alguns raios fracos apareciam. Nabi fez uma salada de frutas e me mandou come-la alegando que as vitaminas me ajudariam a melhorar. E lá estava eu, pleno, comendo frutinhas que minha nova avó cortou para mim, com meu namorado deitado em meu colo ganhando algumas frutas que eu o dava na boca, até que um casal de vizinhos apareceu do outro lado da cerca. Nabi parecia ser muito amiga da moça que conversava animada com ela sobre o festival que aconteceria mais tarde e como deveriam ir juntas.

Nabi então parou para nos apresentar ao casal. Han e eu acenamos para os dois, mas senti o olhar do senhor idoso em mim. Fiquei o olhando de volta tentando entender se ele estava me encarando por ser homofóbico ou por qualquer outro motivo. De repente, um estalo se deu em minha cabeça e eu me lembrei dele. Era o garoto do canivete. Não consegui evitar dar um sorriso sádico de canto enquanto espetava as frutas com o garfo com certa agressividade. Ele ficou me olhando assustado até que sua mulher o puxou para continuarem o passeio que estavam dando.

– O que você tá fazendo? – Jisung questionou ainda deitado no meu colo.

– Nada, não! – respondi ainda encarando o velho enquanto ele se distanciava, ainda olhando para trás perplexo.

– O que? – Jisung se levantou rapidamente – Você tá aniquilando as frutinhas.

Olhei para meu namorado que tinha suas sobrancelhas arqueadas e esperava algum tipo de explicação. Eu não queria contar a ele. Não queria ao menos ficar lembrando dessa história. Ter visto aquele cara e como ele saiu impune do que fez, além de ter tido a chance de viver a vida que eu não tive, me fazia sentir raiva. Mas, ao mesmo tempo, sei que as coisas estavam acontecendo no momento certo. Tivemos nossa chance de estar juntos e em um momento onde as pessoas nos aceitam um pouco mais que antes. Quais seriam as chances de Jeon e eu termos vivido uma vida feliz naquele tempo, caso eu tivesse continuado vivo? Não seria tão fácil quanto fugir ou continuar nos encontrando escondido.

Eu aprendi com toda essa história que eu não devo mais perder meu tempo me preocupando com uma vida que nem me pertence mais. Tudo passa muito rápido e eu prefiro aproveitar e ficar com Jisung, fazendo-o feliz como eu queria que ele tivesse sido em sua vida passada.

Minha Criptomania  |  MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora