Minha Criptomania | Minsung

Capítulo 40

[Lee Minho p.o.v.]

Flashes do que aconteceu depois passavam por minha cabeça como se eu tivesse assistindo tudo como um filme. Jeon infelizmente chegou a me ver depois da violência que sofri, mas graças ao seu irmão, que o segurou e o levou para longe, ele não chamou a atenção dos assassinos. Ele passou muito tempo recluso e apenas se encontrou com minha família que estava tão confusa quanto ele. As duas famílias se apoiaram mesmo sem entender de onde as acusações surgiram. Mas logo minha família se mudou daquela cidade, não suportando mais viver no mesmo lugar que pessoas que viam minha morte como algo certo.

Seungmin não teve muita sorte. Os meninos mostraram a ele o que fizeram comigo, posando como heróis, mas Seungmin não controlou suas emoções. Primeiramente, porque ver alguém no meu estado era traumático e assustador. Segundamente, porque ele instantaneamente se sentiu culpado pela minha morte. Terceiramente, ele ainda tinha sentimentos fortes por mim. Ele começou a chorar desesperadamente e a gritar indignado com os que fizeram aquela atrocidade comigo, o que acabou sendo como uma revelação de que ele também era gay, logo levando um fim parecido com o meu.

Era tudo muito doloroso. Foi uma tragédia atrás da outra e no final nada deu certo pra ninguém. Mas é bom saber agora que todos podemos ter uma segunda chance. Seungmin ainda estava trabalhando como um cupido, provavelmente aprendendo a diferença entre as formas de amar e como a forma que ele me amou era muito mais platônica do que pura, acabando por deixa-lo irracional quanto as suas ações. Agora ele deve aprender que nem tudo vale no amor e na guerra... Mas eu ainda queria dar um chute naquele rabo seco dele!

De repente, eu comecei a sentir o meu corpo frio e molhado sendo sacudido. Meu nome sendo chamado de longe. Jeon? Abri meus olhos devagar e pude ver uma forma no escuro, mas ainda não conseguia distinguir nada com minha visão embaçada.

– Minho, por favor! – a voz implorava soando cada vez mais alta.

Pisquei algumas vezes e pude ver melhor novamente. Não era Jeon. Era Jisung. Seus cabelos molhados pingavam enquanto seu rosto assustado me assistia despertar. Comecei a tossir e a expulsar água dos meus pulmões. Ele me virou de lado e bateu em minhas costas para ajudar. Respirei fundo e olhei ao redor me lembrando de onde estava e porque estava aqui.

– Você tá bem? – Jisung chamou minha atenção.

Se não fosse por seus olhos vermelhos, eu não teria percebido que ele estava chorando. Ele estava completamente ensopado, com seu corpo trêmulo ainda segurando o meu e esperando uma resposta. Eu comecei a me lembrar de tudo novamente, todos os flashbacks se passando pela minha cabeça, uma grande sensação de nostalgia que percorria minha mente enquanto eu ainda olhava nos olhos dele. Subitamente comecei a chorar muito, como uma criança, inclusive chegando a soluçar. Jisung me olhava ainda assustado sem saber o que fazer, então sorri para ele e toquei em seu rosto.

– O que tá acontecendo, Minho? Você pode me explicar?

– Eu te amo! – disse baixo.

Ele abriu sua boca para falar algo, mas pausou e começou a analisar meu rosto enquanto passava sua mão pela minha testa, tirando o cabelo da minha testa.

– Eu não aguento mais, Minho! – ele começou – Eu não consigo mais entender nada. O que você estava tentando fazer? Você quase se afogou, você poderia ter...

– Me desculpa! – pedi.

– Minho, se você não parar de ir atrás dessa história, eu não sei se consigo continuar com você.

Meu coração palpitou ao pensar na chance de ser deixado por ele. Seria algo que eu teria que aceitar, mas não queria. Doía pensar nele distante de mim novamente. Me levantei para ficar sentado no chão e segurando seu rosto, disse: