Capítulo 14

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[Lee Minho p.o.v.]

Acordei confuso, demorando alguns minutos para me recordar do que havia acontecido, assim que recobrei a memória me levantei rapidamente para saber onde eu estava. Olhei ao redor e tudo estava escuro, tateei onde eu estava deitado e senti a superfície macia de uma cama até sentir algo peludo, Jorginho miou. Eu estou em casa? Me levantei rapidamente e fui em direção de onde deveria estar o interruptor. A luz acendeu e eu estava de fato em casa. Os olhos do gato em cima da minha cama estavam miúdos com a iluminação no ambiente. Como eu havia voltado para cá? Eu já não sabia se deveria encontrar uma explicação lógica ou mágica para essa situação. A última coisa da qual realmente me lembro é da senhora no parque. Minha cabeça doeu por um momento me fazendo segurar rapidamente na parede a minha frente. Eu só precisava alcançar Han e nem isso consegui fazer. HAN!

Assim que lembrei dele corri para fora do apartamento e bati em sua porta insistentemente. Ele me odeia. Na verdade, ele gosta de mim, mas agora me odeia. Eu estava ficando cada vez mais confuso com toda essa situação. Eu não sei mais que rumo seguir, não consigo pensar logicamente no que é melhor agora. Eu tenho uma missão para completar, eu preciso fazer algo sobre isso, mas o que?

De repente, a porta de Han se abriu e ele apareceu com seus cabelos bagunçados e olhos assustados de quem havia acabado de acordar no susto para encontrar o maluco do vizinho implorando para que ele abrisse a porta.

– Você acordou? – ele perguntou.

– Você tá bem? – questionei.

– Ah... Não fui eu quem desmaiou no meio do parque.

– Você viu?

– Fui eu quem te trouxe!

Fiquei o encarando por um momento, minha cabeça ainda parecia girar e eu havia perdido o total controle da minha respiração.

– Me desculpa! – pedi o fazendo suspirar alto ao notar do que eu falava.

– Minho, volte a dormir!

– Mas Jisung...

– Eu não quero falar! Eu quero ficar sozinho! – ele pediu enquanto empurrava a porta para fechá-la.

Rapidamente coloquei o meu pé na frente e empurrei a porta para entrar em seu apartamento e fecha-la atrás de mim.

– Minho... – ele disse surpreso.

– Por favor, Han...

– Você precisa ir embora! – ele pediu se afastando de mim enquanto eu andava em sua direção.

– Eu preciso...

– Eu já te disse que não quero falar sobre isso, vai embora!

– Me desculpa, Han! – pedi.

– Por que você insiste se...

– Porque eu também preciso de você! – gritei o fazendo me olhar surpreso enquanto eu mesmo me encontrava da mesma forma por conta das palavras que disse subitamente.

– O que você quer dizer? Você estava me afastando e... – ele parou de falar assim que notou que eu me aproximava devagar.

Ele continuava parado no mesmo lugar sem se mexer, a luz fraca que vinha do seu quarto não era o suficiente para me fazer notar muito da sua expressão, mas era o suficiente para entender que seus olhos estavam fixados nos meus como se internamente ele estivesse disposto a pagar para ver o que eu faria, para saber se eu chegaria mais perto. Eu andei em sua direção e colocando ambas as minhas mãos em seu rosto, o puxei com cuidado para perto do meu. Ele permaneceu estático e eu pude sentir sua respiração calma por um momento esperando que ele me empurrasse ou algo do gênero, mas ele não o fez. Encostei meus lábios nos seus devagar e senti um calafrio passar pelo meu corpo, uma sensação estranha que eu nunca havia sentido antes, como se eu precisasse disso já há muito tempo. Senti o corpo de Jisung todo tremer de nervoso enquanto eu tirava meus lábios suavemente dos seus para logo encostá-los de novo.

– Não – ele sussurrou e me empurrou de leve – É mentira!

– O que? – questionei também em um sussurro.

– Você não gosta de mim. Não desse jeito! Você quer minha companhia porque você também é sozinho. Você quer que eu não te odeie, então você faz tudo que eu quero só pra agradar e isso é errado! – ele explicou com um olhar doloroso para mim.

– Ji...

– Não faz sentido. – ele disse – Por favor, isso é sério! Não minta pra mim. Eu não preciso da sua pena, eu não preciso que cuidem de mim. Eu consigo e eu devo aprender a ser feliz sozinho! O seu apoio é tudo que posso aceitar, mas nada além disso. – ele pediu.

– Não estou com pena, estou com medo! – disse ainda com meu tom de voz baixo ganhando a atenção de seu olhar curioso – Eu nunca me apaixonei, Han! – confessei.

– Isso não faz sentido algum! – ele pontuou me empurrando para longe.

– E tem que fazer sentido? Alguma coisa faz sentido nessa porra? Desde quando sentimentos fazem sentido, Han? – dei um passo para frente, mas o vi recuar – Me responde por que foi tão bom te beijar quando eu nunca havia o feito antes? – senti meus olhos ficarem marejados enquanto ele me encarava, provavelmente tentando decidir se eu estava realmente sendo sincero – Sim, eu confesso que no início eu estava me esforçando para te agradar, mas depois eu me convenci de que eu tinha que te ajudar e me preocupei com você. Eu estava tão preocupado com você e em te fazer feliz que não fui capaz de notar que o motivo de eu querer isso tinha mudado. Me desculpa por não procurar entender o porque de eu sentir tanto sua falta quando você sumia ou de me preocupar tanto em saber se você me odiava... ou de amar tanto fazer você sorrir...de adorar quando você me procura...

Assim que parei de falar, notei que Jisung me olhava com seus olhos arregalados, totalmente desacreditado. Só agora fui capaz de sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto, como se meus sentidos estivessem adormecidos enquanto eu esperava alguma reação dele.

– Eu posso te beijar de novo? – sussurrei ao tentar me aproximar dele novamente – Por favor! Me deixa...

– Eu acho melhor você ir pra sua casa. São duas da manhã, você devia estar descansando. – suas palavras fizeram mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto e eu nem entendi o porquê.

Uma agonia se formava em meu peito ao ver ele tão distante de mim, quase como se ele fosse fugir dali a qualquer momento e eu nunca mais fosse vê-lo. Mas por que isso? Por que eu ligo tanto assim pra ele? Eu estava mascarando meus sentimentos tão bem ao ponto de nem eu mesmo ter notado o quanto eu o queria para mim?

Acenei que sim com a cabeça sentindo um soluço escapar de mim e me virei para sair de sua casa. Uma sensação de saudade muito forte em meu peito me deixava confuso ao mesmo tempo que desesperado. Eu queria voltar e ficar ali com ele e convencê-lo de ficar perto de mim, mas sabia que o melhor a se fazer era obedecer o seu pedido e deixá-lo sozinho. Mas ao invés de voltar ao meu apartamento, decidi descobrir o que estava acontecendo e dar uma passadinha na firma.

Minha Criptomania  |  MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora