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Começo a achar que estou demasiado tranquila, para aquilo que vai acontecer. Nunca pensei estar neste papel: Beatrice Waller, diretora executiva e investigadora da fundação com nome ainda a definir. Boa Lewis, ainda temos de pensar nisto.

- Eu sabia que este papel te ficaria a matar – olhei para trás, depois de ter subido os degraus e perceber que o Lewis se estava a rir – começo a achar que devia colocar-te no meu seguro de vida, antes que te tentem raptar – comecei a rir-me à gargalhada, esperando que ele chegasse junto a mim.

- Só é pena não chegar lá acima com um par de saltos altos nos pés, para causar aquele impacto bem forte de CEO – por muito que já tivesse regressado à minha normalidade, usar saltos ainda estava proibido pelo meu médico e fisioterapeuta.

- Estás feliz?

- Acho que devias perceber isso todos os dias – baixei a minha máscara, mostrando o quanto sorria naquele momento – o último mês tem sido incrível, Lew. O que tu estás a criar é tão importante...

- O que estamos a criar é muito nosso – colocou as suas mãos na minha anca, ficando a olhar-me por uns segundos sem dizer nada – é muito importante para mim que tenhas aceite este desafio.

- Não te posso mentir e dizer que não tenho medos, mas sabes que tudo farei para que a nossa fundação seja das mais importantes do mundo – abraçou-me e acho que ele está mais nervoso do que eu poderia pensar.

Hoje é o primeiro dia em que vamos estar reunidos com todos os membros da fundação. Mesmo que alguns estejam à distância, é hoje que damos o primeiro passo para criar a fundação que vai ajudar jovens de grupos menos representados no Reino Unido, a conseguirem cumprir os seus objetivos e serem bem sucedidos. Começámos a trabalhar na ideia os dois, sozinhos, na noite de natal quando o Lewis me falou desta sua vontade.

- Isso é enorme, Lew – e eu só não rebento de orgulho, porque acho que já o faço todos os dias quando abro os olhos e o tenho do meu lado.

- Eu sei... e, por isso, eu não conseguirei confiar em mais ninguém para me ajudar, senão tu – agarrou a minha mão, puxando-a para cima do seu peito. Devíamos estar a dormir, estamos acordados há imenso tempo e não temos sono nenhum – eu sei que querias fazer uma pausa, tirar tempo para ti..., mas também não terás de estar o dia todo de volta disto.

- Nada me deixaria mais feliz – virei o corpo para ele – precisamos de definir tudo muito bem, mas acho que podíamos começar com estudos. Eu tenho uns colegas... - ele começou a rir-se – que foi?

- Vais passar a noite toda a pensar nisto, não vais? – encostei a cabeça no ombro dele, aconchegando-me no corpo dele.

- Já tens alguma ideia para o nome? – perguntei enquanto entravamos no elevador.

- Não faço ideia, essa mente criativa não consegue pensar em nada? – acabei por me rir.

- Podemos pensar nisso, em conjunto, esta noite – percebi que ele vinha na minha direção, mas as portas do elevador abriram se antes que ele o conseguisse fazer.

Chegámos ao escritório improvisado que tinha conseguido alugar para a reunião, percebendo que algumas das pessoas com quem já tinha falado em reuniões via zoom, estavam na minha frente. Não sabia quanto tempo iria durar, pois tínhamos ainda alguns assuntos importantes para resolver, mas assim que as conversas começaram a ser mais descontraídas, saí do escritório para o pequeno hall.

Durantes estas primeiras quatro horas de reunião, tinha recebido duas chamadas da minha mãe e uma do Daniel. Mas antes de conseguir devolver qualquer chamada, deparei-me com aquilo que o Lewis tinha publicado nas suas redes sociais.

Always, BeOnde histórias criam vida. Descubra agora