5

224 19 4
                                    

- Ele demora tanto tempo a ficar pronto – comentava a Angela, a pessoa que o Lewis considera como família e que eu já não vejo como se não o fosse. É a responsável por grande parte do dia a dia do Lewis: é ela que decide a dieta que ele deve seguir, os planos de treino, as viagens que pode ou não fazer e, claro, a saúde mental dele. É a pessoa a quem não podemos mentir, nem tentar esconder que começamos a namorar há uma semana.

- Eu vou lá ver da princesa – levantei-me do sofá, subindo até ao nosso quarto. Ele está parado em frente do espelho, ora a mexer na camisola ou nas calças.

Nosso quarto. Ainda parece surreal adormecer todos os dias nos braços dele, acordar com aqueles lábios carnudos a beijarem-me e agarrar-me a ele só para o sentir perto de mim.

- Aposto que me vinhas chamar e ficaste hipnotizada pela minha beleza – assim que falou, só me consegui rir e ir na sua direção.

- Tu não és nada convencido – rodeei o corpo dele com os meus braços, recebendo um beijo nos lábios em troca – acho que estes músculos qualquer dia rebentam – apertei-lhe as costas, onde se sentiam os músculos dele. Tem andado a treinar mais intensamente esta semana e já se começam a notar as diferenças.

- Acho que não são só os meus músculos – levou as mãos às minhas nádegas, apertando-as – damn, girl.

- Não sejas parvo – a verdade é que temos treinado juntos e também o meu corpo está a mudar... e cada vez menos dorido – estás despachado?

- Estou – beijou-me, soltando-me para ir buscar a máscara – tens a certeza que queres ir?

- Tens a certeza que queres que eu vá? – olhava-me confuso – assim que acordei disseste que eu não precisava de ir e já me perguntaste duas vezes se eu tinha a certeza que queria ir.

- Eu quero que vás, mas tenho medo que possa acontecer alguma coisa.

- A manifestação vai ser pacífica – agarrei a mão dele, puxando-o para vir comigo – além de que a tua melhor amiga há muito tempo que não aparece ao teu lado em público – agarrou-me por trás, levantando-me um pouco do chão.

- Quando é que passas a ser a namorada? - pousou-me no chão, virando-me para ele.

- Tendo em conta que vamos estar a namorar um mês à distância... - passei os meus braços por cima dos ombros dele – deixa-me ser só a melhor amiga por enquanto.

- Ok – juntou os lábios dele com os meus, olhando-me logo de seguida – mas... estamos bem, não estamos?

- Muito bem.

- Meninos! – ia a beijá-lo quando a Angela nos chamou – se eu não vos conseguia controlar antes... - rimo-nos os dois, descendo as escadas para irmos ao encontro da Angela, do Anthony e o Nicolas; o pai e o irmão do Lewis respetivamente.

- Estamos prontos – peguei na placa que tinha feito para o Lewis envergar durante a manifestação, colocando a minha máscara e saímos os cinco de casa.

Aqui em Londres existem três carros na garagem do Lewis: um Mercedes, um Range Rover e o meu Mini. Para irmos mais à vontade, fomos no Range Rover, sendo que ele e o pai iam à frente e eu, a Angela e o Nicolas atrás

- Ele está muito feliz, Beatrice – disse-me a Angela baixinho, fazendo-me olhar para ela – espero que saibas que há muito tempo que torcia por vocês.

- Obrigada, Angela – encostei a minha cabeça ao ombro dela, esperando que a viagem terminasse rápido.

Vamos a uma manifestação em Hyde Park, dado tudo o que se sucedeu com a morte de George Floyd, foram várias as que foram marcadas para hoje. E o Lewis quis juntar-se e marcar a sua posição em relação ao Black Lives Matter.

Always, BeOnde histórias criam vida. Descubra agora