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2018

Como é que uma mulher como eu, que tenho dos acordares mais complicados e que até a mim própria me enervo, pode acordar com mau humor quando tenho o Daniel a surpreender-me todas manhãs?

- Sabes que isto começa a ser perigoso... - ele percorria as minhas costas com os seus lábios, deixando completamente arrepiada toda a minha pele despida.

- Eu digo a mesma coisa – senti um beijo mais prolongado no meu ombro, sentindo o peso do corpo dele em cima de mim. A mão forte dele desceu pelo meu braço, unindo as nossas mãos – bom dia, Bea.

- Tu nem sabes a sorte que tens em não levar com o meu mau humor matinal – apertei mais a mão dele, puxando-a para junto do meu peito e ele depressa me apertou mais contra ele.

- Alguma coisa devo estar a fazer bem, então – deu-me um beijo na bochecha – eu, que vinha por duas semanas, consigo aguentar o inverno britânico há um mês... - e nesse mês temos estado juntos quase todos os dias – será que ainda queres o Lewis?

- Vais mesmo falar sobre essa pessoa depois de me acordares tão calmamente? Queres que vire já para o mau humor, só pode...

- Eu não falo nele, não – deu-me vários beijos pelo ombro – mas ele já te ligou duas vezes...

- Não quero saber – com alguma dificuldade, virei-me de barriga para cima e, finalmente, olhá-lo nos olhos – bom dia, Daniel. Não achas que podias, não sei, dar continuidade à noite passada? Era tão mais interessante!

- Era? – beijou-me com a sua típica calma matinal à qual já me tinha habituado. Enquanto ele percorria o meu corpo com as suas mãos, as minhas agarravam-no pelo pescoço.

Durante a semana era mais complicado ter este tipo de momentos, já que nem sempre dormia com ele por causa das aulas que tinha de preparar. Mas sendo fim de semana, parece que tudo lá fora parou assim que entrei no quarto de hotel do Daniel ontem ao final do dia. O meu telemóvel começou a tocar e o ritmo que o Daniel impunha no nosso beijo, começava a desacelerar.

- Não, não, não – rodeei o pescoço dele, fazendo-o rir e afastar os seus lábios dos meus.

- Tu devias atender... já é a terceira vez que ele te liga.

- Que chatos – voltei a virar-me de barriga para baixo, esticando-me na direção do telemóvel – ele porque está claramente a chatear, e tu porque devias ser contra ele - claro que não consegui atender e tive de lhe devolver a chamada.

- Eu é que sou chato? – começou a morder-me as costas, muito ao de leve, fazendo-me rir.

- Não me digas que ainda estavas a dormir? – olhei para as horas no relógio em cima da mesa de cabeceira. São quase onze da manhã, o que, para mim, já seria tarde mesmo a um fim de semana.

- Por acaso acordei há muito pouco tempo.

- E não me estás a mandar dar uma curva? Que milagre é que aconteceu?

- Hum – o Daniel voltou a beijar-me as costas, começando a descer até ao fundo das mesmas.

- Tu andas a ter sexo, Beatrice?

- És tão estúpido, o que é que tens a ver com isso?

- Pronto, não andas – aí é que eu te engano bem – já estás de mau humor. Estou em Londres..., queres vir almoçar comigo?

- E a tua namorada? Dispenso, Lew – soltei um grito quando o Daniel me agarrou pelas ancas e me faz ficar de barriga para cima, levando logo a minha mão à boca para que o Lewis não me ouça a rir logo de seguida.

Always, BeOnde histórias criam vida. Descubra agora