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LEWIS

- Parece que acabei de acordar do melhor sonho dos últimos meses – já tinha percebido que ela tinha acordado há algum tempo, mas deixou-se ficar sossegada e, tal como eu, aproveitar este tempo só nosso. A voz quase que lhe sai em sussurro, mas está tão presente.

- Posso dizer que partilho do mesmo sentimento – ficámos os dois a dormir no barco e está a ser uma manhã sem pressas, sem horários a cumprir ou vontade de ir correr.

Se, em dias normais, acordo sempre primeiro do que ela e, quando volto das minhas corridas matinais, ainda a encontro a dormir, hoje é daqueles dias em que só quero aproveitar este contacto com ela. O tronco da Be está em cima do meu, completamente despida, apenas tapada com o lençol e arrepiada de cada vez que passo com os meus dedos pelas suas costas.

- Por muito que goste de ser acordada pela manhã – olhou-me, apoiando o seu queixo no meu peito – já tinha muitas saudades de acordarmos assim.

- Por acaso nem és assim tão má companhia pela manhã.

- Mas ainda tinhas dúvidas? – ela riu-se, ficando apenas a olhar para mim.

- Que foi?

- Nada – passou completamente para cima de mim, levando as suas mãos à minha cara – ainda estamos na fase em que não podemos ter sexo pela manhã?

- Tendo em conta que – olhei para o relógio no meu pulso, tentando fazer contas rápidas – há duas horas já era de manhã...

- Estás a dizer que eu só dormi duas horas? – apenas lhe acenei que sim com a cabeça – não percebo esta energia toda, então – levantei o tronco, ficando sentado com ela em cima de mim – mas parece que não sou a única, não é?

- Temos de continuar a treinar. Tipo, imenso – ela riu-se – não te rias do que vou perguntar, porque eu não percebo nada disto – coloquei as minhas mãos na cintura dela, desviando o lençol e puxando-a mais para mim – há alguma probabilidade de engravidares sem tratamentos?

- Muito dificilmente – passou as mãos dela para o meu peito – se houvesse a mais pequena hipótese, eu tinha-te obrigado a ir buscar preservativos a partir do momento em que os deixaste de ter em casa – deslizei as minhas mãos para o fundo das suas costas, fazendo com que as mesmas se arqueassem e ela encostasse a sua testa com a minha – eu sonhei tantas noites com isto – as mãos dela subiram até aos meus ombros, passando logo para o pescoço – eu só não pensava que fosse tão bom, Lew.

- O sexo?

- Parvo! – deu-me uma leve palmada no ombro, afastando-se ligeiramente de mim para abrir os olhos – mas, em certo ponto, isso também.

- Eu só não sei é porque é que ainda estamos a falar... - comecei a beijar-lhe o pescoço, sentindo o quanto o seu corpo aquece por baixo das minhas mãos. Pensava que ela ia ignorar o facto de o telemóvel estar a tocar, mas acabou por se afastar de mim, esticando-se até ao fundo da cama.

- É a Jacqueline – a mãe da Sky – estou sim? – não conseguia resistir em ficar quieto, começando a espalhar beijos pelas suas costas – claro que sim, nós ficámos no barco. Se quiser, pode deixá-la aqui – parei, fazendo com que ela me olhasse. Nos seus lábios li uma mistura de pedido com ordem, para que continuasse o que estava a fazer. Acabei por me rir, continuando a beijá-la – cá vos esperamos – desligou a chamada, atirando o telemóvel para o chão e relaxando por completo debaixo de mim – vamos tomar conta da Sky, mas ainda temos dez minutos.

- Eu consigo trabalhar bem com esse tempo.

- Se eu não soubesse o quão bem, não te estava a avisar.

Always, BeOnde histórias criam vida. Descubra agora