BEATRICE
- Não entendo porque é que andas às voltas; eu já conheço o Mónaco, obrigada.
- Começo a ficar preocupado com esse mau humor todo – e eu já começo a ficar sem paciência para qualquer coisa neste momento. Por muito que o Daniel esteja a ser uma boa companhia, não era assim que me imaginava a passar as primeiras horas do único dia em que gosto de receber atenção de manhã à noite. E o Lewis sabe disso. O que me deixa sem conseguir compreender o porquê de não estar com ele.
- Leva-me só para casa, por favor – em vez de me levar pelo caminho mais óbvio e o mais rápido, claro que começou a passear pela marina. Optei por ficar em silêncio, porque com mau humor ainda falo mal para ele e o Daniel não merece.
- Olha aquele barco – ele apontava para algum lado, mas nem percebi bem para onde.
- Sim, Daniel, os barcos aqui são todos iguais.
- Não sejas parva – parou bruscamente o carro, fazendo-me olhar para ele. Engoli em seco, percebendo que ele estaria a ficar ligeiramente chateado comigo – não olhes assim para mim, olha para o barco! – voltou a apontar para a frente e acabei por seguir com os meus olhos para a direção onde ele me indicava.
Soube perfeitamente para onde é que tinha de olhar. O barco do Lewis era o que mais se destacava, pela quantidade indescritível de balões roxos, lilases e brancos que tinha no convés. O Daniel voltou a andar com o carro, aproximando-se do parque de estacionamento.
- Ficas com mau humor muito depressa – comentou, fazendo-me rir, mesmo que só quisesse começar a chorar naquele momento.
Descendo a pequena rampa do barco vinha o Lewis. E os meus olhos quase que o veem a caminhar em câmara lenta, quase como se ele estivesse a fazer de propósito para que, aos meus olhos, se tornasse ainda mais sexy. Como se ele já não fosse o homem mais bonito que há na face da terra. De calças brancas e uma camisola bastante larga roxa, poderia ser uma pessoa comum a caminhar pela marina do Mónaco..., mas é o meu Lewis. A carregar um enorme ramo de rosas vermelhas e o seu melhor sorriso.
- Agora não queres sair do carro? – acho que se o Daniel não me tivesse alertado, iria continuar a observá-lo sem me mexer.
- Vocês tinham algum tipo de combinação para que isto acontecesse? – perguntei, começando a tirar o cinto e sair do carro ao mesmo tempo que o Daniel.
- Nem tu sabes o que te espera, Bea – alerta curiosidade ativado, mas completamente interrompido por um homem parado à minha espera.
Siri, toca mentalmente Crazy in Love da Beyoncé, só para eu chegar em estilo ao pé dele.
Por mais que eu quisesse caminhar quase como se estivesse em pleno desfile de moda, a velocidade só aumentava conforme me aproximava do Lewis.
- Tens de começar a ser uma rapariga mais pacifica – ainda não tinha chegado perto dele, mas olhei para o Daniel que, de certeza, lhe tinha dito alguma coisa – o Daniel teve de ter paciência de santo para te conseguir controlar – voltei a olhar para ele.
- Acho, então, que te deves preparar melhor para o teu futuro – ele encurtou a distância entre nós, dando alguns passos na minha direção.
- Achas que se não estivesse preparado, que tinha quebrado um pacto de três anos com a minha melhor amiga? – senti o meu lábio inferior tremer e ser, logo de seguida, envolvida pelo braço livre do Lewis. Com a sua mão no fundo das minhas costas, puxou-me para ele e encostou a sua testa com a minha – parabéns, Be – surpreendo-me sempre como o meu corpo reage à respiração dele contra a minha pele. Só de ter falado e senti-lo a respirar contra a minha cara, creio que não haja um único milímetro de pele que não esteja completamente arrepiada – sei que vais ter um dia incrível, caso contrário seria um falhanço enquanto teu namorado – acabei por me rir, conseguindo levar a minha mão direita à cara dele, já que do outro lado tínhamos as flores que quase me impossibilitavam de mexer – mas espero, com todas as minhas forças, que comeces este ano de vida da melhor forma. Que realizes todos os sonhos que possas ter e, se não for pedir muito, que me continues a fazer sentir esta loucura de te amar.
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Always, Be
FanfictionBeatrice O universo colocou-nos uma pandemia pela frente e, com 17 crianças à minha responsabilidade, o medo é constante. Poderia sentir-me a pessoa mais aterrorizada no mundo, mas sei que ele está lá para mim. Ele. O meu melhor amigo. A pessoa que...