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BEATRICE

Por mim, passava horas a olhar para o Lewis a dormir. Pela serenidade que ele transmite, pela paz com que eu mesma fico. Contemplar este homem pode tornar-se aditivo, por, sem qualquer esforço, ser, para mim, o homem mais bonito à face da terra. Hoje é um daqueles dias que podíamos não sair desta bolha. Em que, tudo lá fora podia cair que nós não nos íamos mexer.

Mas não. Hoje é o dia em que, pela primeira vez, vou estar ao lado do Lewis a dar uma entrevista enquanto sua namorada. Devia estar nervosa, mas há uma paz em mim inexplicável.

- Lew – comecei a dar-lhe beijos na bochecha, reparando que o seu nariz começava a enrugar-se – acorda, senão vamos atrasar-nos – começou a contorcer-se, virando-me costas – ei que alguém está a acordar de mau humor.

- Está demasiado frio – notava, agora, que a pele das suas costas estava toda arrepiada. Abracei-o, encostando a minha cara no seu ombro.

- Mas temos a entrevista, sabes disso...

- Posso ligar a avisar que estás mal disposta?

- Não sejas maricas – dei-lhe uma trinca no ombro, levantando-me logo de seguida – eu acho que vão ter de ir comprar roupa nova para mim para as fotos – olhava-me ao espelho, reparando na minha barriga. Agora já não tenho como a esconder e, para ser sincera, só me apetece mostrá-la ao mundo inteiro – a coisinha está pronta para fazer a sua estreia num GP – reparei, pelo reflexo no espelho, que ele se tinha sentado na cama. Estamos a apontar para o dia da qualificação revelar que estou grávida, uma vez que a entrevista já vai abordar a nossa pequena coisinha.

- É incrível pensar que existe um bebé a nascer dentro dessa barriga.

- Não tens medo? – perguntei, virando-me para ele.

- Do quê exatamente? – parei junto à cama, apoiando as minhas mãos nos seus ombros. Ele, de imediato, levou as suas mãos ao fundo das minhas costas, puxando-me para ele. Sentei-me, logo a seguir, em cima das suas pernas, encostando a minha testa com a dele.

- Vais assumir que vais ser pai, que a nossa relação é completamente diferente das que tiveste até agora...

- E porque é que deveria ter medo?

- Lew, eu não sou o tipo de mulher com quem tu sempre apareceste nas notícias...

- Be, eu não quero que tenhas qualquer dúvida sobre nós, mas sobretudo sobre ti mesma – levou as suas mãos ao meu pescoço, olhando-me intensamente – tu és a mulher que sempre apareceu em todo o lado comigo. És a melhor amiga que todos gostavam de ter e, tenho a certeza, que qualquer homem te quereria na cama com ele a todas as manhãs.

- Estás a exagerar, mas o ego fica lá no alto.

- Estou a ser sincero. Colocando de lado o Lewis que te conhece há sete anos, eu apaixonar-me-ia por ti todos os dias. De todas as vezes que aparecesses à minha frente. Eu tenho a certeza de que tu não dás o devido valor à mulher que és fisicamente – as mãos dele dançavam pelas minhas costas, gerando aquela sensação de conforto que só ele me sabe dar – mas, tu só podes orgulhar-te da mulher que és.

- Então não tens mesmo medo de nada?

- Claro que não – aconchegou-me nos seus braços, começando a beijar-me o maxilar – eu só queria mesmo ficar aqui no quentinho contigo – percorreu o meu pescoço com os seus lábios.

- Tu não podes fazer essas coisas, Lew – deslizei as minhas mãos pelas suas costas, fazendo com que ele me olhasse – nós temos de ir.

- Para quem não queria fazer entrevista nenhuma, estás com muita pressa.

Always, BeOnde histórias criam vida. Descubra agora