De Arrascaeta - Flamengo

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- Cadê a s/n? - pergunto ao Márcio, quando chego na ala da fisioterapia e não vejo minha namorada.
- Eva passou mal a noite. - fala enquanto mexe em alguns papéis. - Ela tá no hospital até agora. Não falou nada pra tu? -
- Não. - Falo pensativo. - Me dá 10 minutinhos. - saio da sala e ligo pra s/n.
- Oi meu amor. - atende com uma voz cansada.
- Cariño. O que aconteceu? - sento numa cadeira que tinha ali.
- A gente ainda não sabe. - respira fundo. - Ela tá tomando soro mas os médicos querem internar. -
- E como você está? - Me preocupo.
- Eu tô com medo, vida. - Fala com uma voz chorosa. - Tô cansada, fedida, com dor nas costas, mas eu tô bem. -
- Quer que eu vá ficar aí contigo? - passo a mão na cabeça.
- Não, meu bem. Não precisa. - ela diz.
- Eu vou. Hoje só vou ficar na fisioterapia então saio mais cedo, passo em casa e vou aí. - aviso. - Vou levar roupas pra vocês. Quer mais alguma coisa? -
- Giorgian, eu disse que não precisa. - repete.
- S/n, minha filha está doente e minha mulher não está bem. Não é uma questão de você querer ou não, eu tenho que estar aí. É minha obrigação. - digo e a escuto respirar fundo.
- Tá, Giorgian. - ela cede. - Trás um cobertor também. Aqui é muito frio. -
- Vou levar travesseiros pra gente dormir. -
- Eu não sei se tu pode dormir aqui. - ela diz. - Mas vou procurar saber. -
- Em qual hospital vocês estão? - continuei conversando com ela por alguns minutos até Márcio me chamar.
Passei o dia no CT com o pensamento no hospital e nas minhas meninas.
Quando meu horário terminou, fui liberado e corri pra casa da s/n. Peguei toalhas e roupas pra minha namorada e pra minha bebê e catei alguns brinquedos pra levar também.
Coloquei tudo numa mochila e segui pro hospital, chegando lá fui reconhecido por alguns funcionários, tirei algumas fotos e entrei na ala infantil. Vi a s/n falando com os médicos e parei ao seu lado pra ouvir também.
- O quadro dela é estável, mas vai continuar em observação essa noite. - O doutor anotava na prancheta.
- Então amanhã ela pode ir pra casa? - pergunto.
- Se continuar assim, sim. Ela pode ir. -
- Aí que alívio. - A s/n solta um suspiro que estava preso a muito tempo. - Muito obrigado doutor. - Ele sai, nos deixando a sós.
- Meu amor. - ela me abraça e chora.
- Vai ficar tudo bem cariño. - aliso seus cabelos. - Vamos pro quarto. - ela me guia pelos corredores e entramos no quarto da pequena e ela dormia recolhida na enorme cama.
Eva não era minha filha, pelo menos não de sangue, mas temos uma conexão surreal desde o dia que a s/n nos apresentou, quando pequena só tinha seis meses. Ainda não morávamos juntos, mas eu vivia mais na casa delas do que na minha. Lembro do dia que ela me chamou de pai pela primeira vez, chorei igual uma criança quando contei a s/n e ela riu horrores de mim. Eu amo essa menina com todas as minhas forças, faço tudo pelo bem dela e me corta o o coração ver sua situação.
Coloco a mochila numa cadeira e vou até a cama.
- Mi amor. - Falo enquanto aliso seu cabelo.
- Tio. - ela abre seus olhinhos e dá um pequeno sorriso, chegando mais perto de mim.
- Nós vamos pra casa amanhã. - digo enquanto a pego no colo.
- Que bom, a comida daqui é muito ruim. - ela fala com a cabeça encostada no meu peito.
A s/n tinha corrido para o banheiro tomar um banho, não vi a hora que ela saiu do banheiro e muito menos do quarto, provavelmente tinha cochilado, só vi a hora que ela voltou com uma bandeja.
- Trouxe comida. - ela coloca na mesinha. - ela ainda tá dormindo? - Sinalizo que sim. - Os remédios são muito fortes, só assim pra parar a dor e diminuir a febre. -
- Descobriram o que ela tem? - pergunto.
- Ainda não. - ela fala enquanto come. - Vamos fazer alguns exames durante essa semana e ver. Mas provavelmente é alguma coisa no sangue. -
- Não é nada grave. - Vou até ela.
- Não vai ser. - ela me olha. - Eu te amo, sabia? -
- Eu também te amo, amor. - beijo sua testa e vou descendo até sua boca.
- Tio. - Escuto a vozinha fraca da pequena.
- Oi mi vida. - Me viro e ela não fala nada, só ergue seus braços e entendo seu pedido.
Vou até ela e a pego nos braços, tendo todo cuidado por conta dos fios conectados nela.
A s/n dormia na poltrona quando uma enfermeira entra no quarto, me pede pra colocar minha filha na cama para examina-la e avisa que o horário de visita acabou, eu aviso que sou o pai e ela me olha torto mas aceita e quando termina, anota algumas coisas no prontuário e sai.
Logo o mesmo médico de mais cedo entra no quarto e avisa também que o horário de visita acabou e eu novamente aviso que sou o pai dela. Ele pega o prontuário e nega.
- Não tem pai aqui. - diz virando as páginas.
- Nós estamos no processo de registrar ela no meu nome. -
- Infelizmente nós não podemos fazer nada sobre isso, apenas os pais podem ficar após o horário de visita.
- Papai. - A pequena me chama de olhos fechados.
- Eu não vou deixar minha filha e minha mulher aqui sozinhas. - Falo indo até minha criança.
- Senhor. - O médico começa
- Se quiser chamar a segurança pode chamar, pode chamar até a polícia. Mas eu só saio desse hospital com a minha filha nos braços. - Falo um pouco mais alto.
- Amor. - s/n fala acordando. - O que tá acontecendo? -
- Eles não querem me deixar ficar aqui. Só porque não tem meu nome como pai de Eva. - Falo nervoso.
- Doutor, eu falei com o Gustavo. Ele disse que não tinha problema do Giorgian ficar com a gente. - Ela fala calmamente. O médico entende e depois de pedir desculpa, se retira.
- Gustavo? - pergunto enquanto balanço minha filha.
- A gente estudou na mesma faculdade. - eu a olho torto. - Nem vem, Giorgian, nem vem. - sorrimos.
- Temos que resolver essa história do registro. - Falo colocando a bebê na cama.
- Tu sabe que não precisa disso né? - ela arruma o travesseiro na poltrona.
- Sei, mas eu quero. - Vou até ela. - Ela já é minha filha, s/n. Ela já me chama de pai, praticamente moramos juntos, eu quero que ela saiba que sempre pode contar comigo. Eu quero registrar essa menina, mi amor. - pego em suas mãos e a puxo.
- Amor. - ela me abraça.
- Eu vou falar com o advogado amanhã. - beijo seu rosto. - Até o fim de semana Eva terá meu sobrenome. -
- Tu é louco. - ela me olha.
- Si. Por vocês. - A beijo.

Uma vez eu li uma fic do Leal (jogador de vôlei) e ele chamava a esse enne de cariño, achei muito fofo e decidi colocar aqui com o Arraxca.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar. Até o próximo.
-S.

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