Mateus Vital - Panathinaikos

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Vi uma foto da ultrassom em cima da cama e levo minha mão à cabeça. MERDA. Olho atrás da foto e reconheço a letra da minha mulher: " Parabéns, é um menino.
Espero que ele não seja filho da puta igual o pai."

S/n tava reclamando que eu não estava participando muito da gravidez e eu prometi a ela que estaria mais presente.

Mas eu não consegui. Hoje era o dia da ultrassom para descobrir o sexo do nosso bebê e eu perdi. Eu disse a ela que ia conseguir chegar a tempo, que ódio.

Agora ela não tá em casa. Rodei tudo e ela simplesmente sumiu. Tentei ligar pro telefone dela, desligado. Ela me odeia. 

- Ainda tá acordado? - escuto a voz de S/n e corro em sua direção.

- Meu amor. Eu tava quase ligando pra polícia. - envolvo a mulher em meus braços.

- Porque? - ela pergunta.

- Porque? Porque S/n? Eu cheguei em casa e tu não tava, uma mensagem toda enigmática me chamando de filho da puta. - checo minha esposa.

- Gostou? Merecia mais. - ela vai ao sofá e senta.

- Desculpa, eu esqueci. - sento ao seu lado.

- Mais uma vez, né? - resmunga. - Capaz do Benício nascer e o pai não tá lá. -

- Nunca. - deito no seu colo.

- Vamo ver. -

¤

S/N

- Minha vida? - Escuto Mateus chamar.

- Hum. - Tava chorando sentada na cama há uns vinte minutos, estava exausta.

- Tá dormindo? - pergunta.

- Como eu vou dormir com a luz ligada? - ironizo.

- Quer que eu desligue? - questiona mais uma vez.

- Não, eu vou tomar banho ainda. - digo sem olhar pra ele.

- Quer ajuda? - sinto que ele chega mais perto.

- Não. - fungo.

- Tu tá chorando? Meu bem. - meu marido corre e senta do meu lado, me abraçando.

- Caiu um cisco no meu olho. - minto.

- Não caiu não. O que aconteceu? - segura meu rosto.

- Eu tô cansada, só isso. - forço um sorriso e me levanto.

- Não, senta aqui. Conversa comigo. - Matheus me puxa pro seu colo.

- Eu não quero ser mãe sozinha. - falo com um nó na garganta.

- Você não vai ser. - ele me abraça forte.

- Mas é o que parece. Tu tá sempre ocupado com o trabalho, eu sei que o trabalho é importante mas porra, é o nosso filho. - começo a chorar. Merda de hormônios.

- Eu sei, minha vida. Me perdoa. - beija meu braço.

- Até quando eu vou continuar perdoando? Porque eu sinceramente não sei se aguento. - olho pra ele.

- Eu vou me dedicar mais à nossa família, eu juro. - ele olha em meus olhos e vejo que ele está quase chorando. - Essa é a última vez que a gente tem essa conversa. -

- Promete? De dedinho? - Levanto meu dedo mínimo.

- Eu prometo. - ele entrelaça seu dedo.

¤

- Meu bem, o nome dele vai ser Benício mesmo?  - Mateus fala depois de um tempo. Depois que eu tomei banho, deitei na cama e ele veio ficar me bajulando.

- É melhor que Jorge. - digo de olhos fechados.

- Eu gosto, era o nome do meu primeiro cachorro. - alisa meu rosto.

- É, mas só lembra que eu tô carregando uma criança, não um cachorro. - resmungo.

- Beni, Bê. Só tem esses apelidos. - ele fala baixo.

- E tá ótimo. Quando ele nascer vai ser branquelo, gordo e por aí vai, ele não precisa de mais apelido. -

- As vezes eu nem acredito que eu vou ter um filho contigo. Minha namorada da escola. - ele beija meu nariz.

- Ninguém acredita quando eu falo. Meu primeiro tudo. - abro meus olhos sorrindo.

- Primeiro beijo, primeira namorada, primeira vez, primeiro casamento, primeiro filho. Eu sou sortudo pra caralho. - ele se joga pro outro lado da cama com um sorriso de orelha a orelha.

- Eu também compartilho dessa sorte. Não foi fácil segurar te segurar esse tempo todo. - deito em seu peito.

- Eu sou apaixonado por tu, mulher. Deixa de coisa. Eu não me perdoaria um dia se quer se eu te perdesse. -

- Claro que perdoaria. Tu ia arrumar uma sem sal por ai rapidinho. - levanto minha cabeça, olhando pra ele.

- Não ia. Eu ia ficar remoendo a culpa até eu morrer. - faz careta.

- Mas não ia deixar de viver. - ironizo.

- Eu ia te trazer de volta. - Mateus coloca a não na minha bochecha, fazendo um carinho na área.

- Sei. - falo fingindo acreditar.

- Não vamo pensar nisso, vai. - me abraça. - A gente tá aqui, junto. O casal perfeito. -

- Com um bebê incrível. - passo a mão na barriga e ele me acompanha.

- Com um bebê incrível. - Benício chuta a mão do pai. Ele nem precisou nascer pra eu saber quem era seu preferido. - Oi, papai. -

Pedido de mabelll-
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-S.

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