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Acordo com o celular vibrando sem parar.

Não me lembro de ter colocado alarme para tocar a essa hora.
Me irrito ainda mais ao ver um número que não conheço, na tela do celular.

- Alguém morreu? - Atendo mal humorada. E minha voz de sono não engana.

Cheguei da boate exausta. O sol já estava dando bom dia e eu nem tinha dormido ainda.

- Me desculpa. Eu te acordei?

- Mari? - Reconheço a voz, tímida e o mais educada possível.

- Sim. - Afirma e eu logo me arrependo da grosseria. - Me desculpa. Eu realmente não queria ter te acordado.

- Relaxa. - Tento fazer com que ela não se culpe. - Foi bom você me acordar, eu estava tendo um pesadelo. - Brinco, e ouço seu riso do outro lado da linha.

- Acho que esqueci meu celular na boate. - Parece muito preocupada. - Na verdade, estou torcendo para estar lá. Porque se não estiver, eu com certeza perdi ele.

- Calma. Podemos ir lá dá uma olhada. - Penso em quando estávamos no bar, conversando. - Acabei de lembrar que quando trocamos contato, realmente estávamos no bar. Você colocou o celular no balcão, eu só não me recordo se você pegou de volta.

- Exatamente o que eu estava pensando. - Parece aliviada por um instante.

- Vou tomar um banho e nos encontramos daqui a pouco.

- Eu estou de carro. - Informa. - Posso ir te buscar?

- Claro. Vou te mandar o endereço.

Envio o endereço como tinha dito e saio do conforto da minha cama, lamentando as poucas horas de sono que tive. Tiro a roupa da noite passada, o que não tive disposição pra fazer ao chegar da boate, e vou tomar um banho.

Depois de quase uma hora, recebo sua mensagem avisando que tinha chegado e desço. Entro no carro da Mari e vamos em direção a boate.

- Você está bem diferente. - Ela me olha de cima a baixo.

- É que não costumo usar vestido de gala às oito da manhã. - Rimos. - Principalmente para ir até a cafeteria. - Logo vejo seu olhar confuso. - Vou passar para tomar um café. Vamos?

- Claro. - Se anima com a ideia. - Desde que acordei, estou tão preocupada em encontrar o meu celular que nem lembrei de comer alguma coisa.

Continuamos conversando até chegar em frente a Escarlate.
Peço para ela esperar no carro enquanto entro para confirmar se o aparelho realmente está onde achamos que estaria. E como eu havia imaginado, encontro o celular sobre o balcão do bar, onde conversamos a algumas horas atrás.
Fomos as últimas a sair da boate, e conversamos tanto que a essa altura, depois de tantas risadas, ela já estava se tornando mais do que apenas cliente.
Volto até o carro e entrego seu celular.

- Não faz ideia do alívio que eu estou sentindo nesse exato momento. - Aproxima o celular do peito e o abraça apertado.

- Eu imagino. - Rio, revirando os olhos para o drama que está fazendo.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora