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— Quer comer alguma coisa? — Volto a me sentar na cama.

— Não. — Ele me olha como se eu fosse a melhor escultura de um museu. — Obrigado.

— O que foi? — Pergunto, sem graça.

— É que, você é perfeita. — Respira fundo. — Nem acredito que estou aqui com você.

— Você fala como se fosse impossível eu me interessar por você. — Rio.

— Normalmente mulheres como você não curtem caras como eu. — Responde, com o tom levemente nostálgico.

— Defina, mulheres como eu.

— Você é a pessoa mais linda que eu já vi, é independente, sexy, tem um sorriso incrível e várias outras coisas que não sei como expressar. — Engole em seco.

— Nossa... Agradeço por esse feedback. Mas, ainda não entendi a surpresa por eu me interessar por você. Você é gato para caramba, super inteligente pelo que eu já vi, é muito fofo com esse negócio de senhorita, e com certeza é a pessoa mais interessante que eu já conheci. — Vejo seu rosto corar e rio. — E o seu gemido é muito gostoso, aliás. — Levanto.

Vou até ele, lhe dou um beijo e ele solta um sorriso tímido que me derrete. Começo a tirar minha roupa e ele observa minuciosamente cada movimento.

— Quer que eu saia do quarto? — Levanta, esfregando as mãos em suas coxas, como se limpasse o suor.

— Não quer tomar banho comigo? — Pego em sua cintura e puxo para mais perto. — Não precisa ficar com vergonha.

— Você quer que eu tome banho com você? — Noto o tom de surpresa.

— Se você quiser... É claro. — Tiro uma mexa de seu cabelo que estava na testa.

— Claro.

Noah tira a cueca, ainda com receio. Termino de tirar a roupa e vamos até o banheiro.
Ele continua a me olhar com admiração e desejo, algo que nunca me deixou sem graça antes.

— Acho que você vai ter que dormir aqui. — Digo, antes de entrar embaixo do chuveiro. — Essa tempestade não vai passar tão cedo.

— Eu não quero incomodar você.

— Para com isso. — Reviro os olhos. — Não vou deixar você ir embora com o céu quase caindo lá fora. — Pego em sua mão e o puxo para debaixo d'água.

Sinto ele crescer enquanto o abraço pela cintura. Me encara como se pedisse desculpas por isso, porém, eu rio e ele relaxa um pouco.
Segura em meu rosto e acaricia minha bochecha com o polegar, logo depois me beija, delicadamente.
Nosso corpos parecem mais quente que a água do chuveiro e o Noah me surpreende quando me joga contra a parede enquanto pulsa sem parar. E pela primeira vez desde que o conheci, ele não parece tímido.

— Quero que me mostre como satisfazer você. — Pede, com a testa colada na minha. — Me recuso a pôr em prática coisas que ouvir na roda com amigos.

— E você ainda pergunta o motivo de eu me interessar por você. — Rio.

Pego suas mãos e ponho em meus seios.
Ele segura firme, como se não pudesse deixar escapar. Passeia com as mãos pelo meu corpo, enquanto me encara com puro desejo.

Ouço o barulho ensurdecedor de um trovão e me assusto ao ver o Noah se afastar rápido e cobrir os ouvidos, quase se encolhendo no canto da parede.

— Está tudo bem? — Desligo o chuveiro e me aproximo dele. — Noah, o que aconteceu?

— Não foi nada. — Abaixa as mãos, tentando disfarçar, porém, sua respiração está ofegante e ele parece assustado. — Não se preocupe.

— Você tem medo? — Questiono e ele abaixa a cabeça, sem responder. — Vem.

Saio do box, pego uma toalha e voltamos para o quarto. Entrego uma toalha a ele, que ele enrola na cintura.

— Me desculpa. — Diz, ainda sem olhar pra mim, e parece realmente se sentir culpado de algo.

— Relaxa. Muitas pessoas não gostam de trovões. — Tento acalmá-lo, mesmo sabendo que não é só o trovão que o fez ficar assim. Parece ter um motivo maior.

— Vou me vestir. — Pega a cueca e vai até a sala, onde está o restante da sua roupa.

Ponho a primeira roupa leve que encontro no closet e saio do quarto. Dou de cara com ele, já vestido e com a toalha na mão.

— Tem certeza que está tudo bem? — Pego a toalha de sua mão e ponho sobre a cadeira.

— Estou bem sim, não precisa se preocupar. — Tenta me convencer com um sorriso, e eu finjo que acredito para não forçar a barra.

Ouço meu celular tocar e corro para atender.

Indie?

Onde você está? — Ouço sua voz trêmula.

Em casa. O que aconteceu? — Me preocupo. — Onde você tá?

No hospital. — Sinto minha mão suar.

Indie, você está bem? O que aconteceu? — Me desespero.

É a minha mãe. Ela caiu de mal jeito enquanto tomava banho e quebrou o braço. — Fala. — O braço já está engessado, mas eles vão fazer alguns exames por que ela bateu a cabeça muito forte.

Eu vou aí agora. — Começo a procurar a chave do carro.

Não. A tempestade está forte demais. Deixa para vir buscar a gente amanhã.

Tem certeza? — Me sento no sofá.

Tenho sim. Pode ir dormir.

Qualquer coisa me manda mensagem ou me liga. Está ouvindo? Qualquer coisa.

Claro... Te amo.

Também te amo.

A Paula, mãe da Indie, não gosta muito da nossa amizade, mas isso não me impede de me preocupar com ela, já que se ela estiver mal a minha amiga também vai estar.
Eu não ligo para as vezes que ela disse que eu não era uma boa influência para a filha dela, por quê na época ela estava certa.

— Está tudo bem? — Noah se senta ao meu lado, no sofá.

Digo o que aconteceu e ele me abraça. Não esperava, mas recebo seu acolhimento.

— Vamos comer alguma coisa. — Levanto e caminho até a cozinha.

Pego o arroz frito com bacon na geladeira e ponho para esquentar.
É uma das melhores comidas que já inventaram.

Depois de comermos fomos direto para o quarto, deitamos na cama e o Noah parece apreensivo demais.

— Você está muito tenso. — Digo. — Relaxa um pouco.

— É meio estranho dormir fora de casa... Não sei explicar. — Ri, disfarçadamente.

— Poderíamos tentar nos conhecer melhor enquanto o sono não chega. O que você acha?

— É uma boa ideia, já que vamos dormir juntos.

— É uma ótima ideia, já que você topou o acordo de uma semana comigo. — Digo. — A não ser que tenha se arrependido.

— Claro que não. — Ri. — Estou louco para isso.

— Só para deixar claro, eu não sou uma pessoa monogâmica e não estou pedindo pra namorar com você. — Ele ri ao me ouvir. — Só estou explicando, já que tem pessoas que confundem as coisas.

— Não precisa se preocupar com isso. Eu não costumo confundir as coisas... E além disso, um dos meus desejos seria te ver com outra pessoa.

Lhe dou um beijo e voltamos a conversar. Ele me contou seus desejos e o que queria fazer durante essa semana.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora