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Não acredito que ele estava daquele jeito por causa do que aconteceu, não pode ser. Ele estava gostando de tudo aquilo.

Já se passaram três dias desde a festa e nada dele aparecer, ligar ou até mandar mensagem para dizer que vai apenas vir buscar a moto. Eu não consigo parar de pensar nessa situação.
Não mandei mensagem e nem pretendo. Não acho justo ele ficar daquele jeito e sair sem explicar nada.

A gente tinha combinado aquilo tudo. Ele estava gostando, eu vi.

Ouço meu celular notificar e meu coração acelera por um instante, de raiva, de alívio, eu não sei. Mas logo volta ao normal quando vejo que não é ele.

"Oi, quero conversar com você, pode me ligar agora?"

Kaíque


Apressadamente clico em chamada de voz e espero ele atender.

Está tudo bem? — Pergunto preocupada, já que ele nunca me manda mensagem ou liga.

Está sim... Só quero sua ajuda com uma coisa.

Essa coisa no caso é a Indie. — Rio. — Pode falar.

Eu queria ficar um tempinho a sós com ela, só que ela é meio desconfiada. — Rio, já sabendo como é. — Então eu tive uma ideia que vai depender de você.

Por favor, fala logo. — Rio mais ainda.

Queria saber se podemos ficar na sua casa essa noite e você poderia ir lá para minha casa. — Continua. — Eu acho que ela vai se sentir mais à vontade se for lá, que é um lugar que ela já se sente bem confortável. Entende? — Explica.

Entendo sim.

O que você acha?

Depende... Você vai conseguir mais vinho sem álcool para mim? — Ele ri. — Estou te zuando. Pode sim.

Muito obrigado.

Vou ajeitar umas coisas aqui e daqui a pouquinho você pode vir pegar a chave.

Okay.

Desligo e levanto do sofá.

Vou até o quarto e preparo minha mochila com roupa de dormir e outra roupa, caso eu queira sair. Organizo a cozinha e vou tomar um banho.
Já é noite e o Kaíque deve chegar daqui a pouco.
Visto uma roupa casual e enquanto termino de ajeitar o cabelo, ouço a campainha.

Corro até a porta e abro.

— Oi. — Kaique entra, apressado.

— Oi. — Rio. — Está nervoso?

— Um pouco. — Passa as mãos na calça. Acredito que para secar o suor. — Trouxe algo para você.

— Para mim? — Fico confusa.

Tira um vinho da sacola e me entrega.

— Aqui.

— Meu Deus, eu estava brincando. Não precisava.

— Não se preocupe. Eu já tinha comprado quando você falou.

— Muito obrigada. — Pego o vinho e lhe dou um abraço.

Trocamos as chaves e vou até o quarto buscar minhas coisas, o deixando à vontade na cozinha.

Pego a mochila e tranco o quarto.

— Se você tacar fogo na minha cozinha eu te mato. — Rio e pego meu vinho.

— Nem precisa se preocupar, não vou cozinhar. — Levanta as mão em sinal de rendição. — Mandei o endereço para você e a foto da casa também. Pode ficar a vontade e pegar o que quiser no armário e na geladeira. Deixei o melhor quarto de hóspedes já pronto.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora