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Acordei cedo para ajeitar as coisas da festa com a Indie.
Vamos inaugurar o espaço de festas hoje, aproveitamos que também é o meu aniversário para fazer um baile de máscaras.

O Noah terminou o site alguns dias antes de ir embora e tivemos que esperar a reforma do espaço para atualizar com as fotos do novo local que nomeamos de Red Fest.

Já fazem seis meses que o Noah começou na faculdade. No começo foi difícil não ver ele todos os dias, porém acabei me acostumando. Sempre acordo com uma mensagem de bom dia dele e isso me deixa muito bem.

Decidi vesti um terno preto para a festa, com uma máscara prata, coloquei um batom vermelho e optei por deixar o cabelo preso.
Contratamos a Mary como fotógrafa. Eu havia convidado ela para a festa porém ela insistiu que queria fotografar esse momento importante.

Subo no palco junto com a Indie e a tia Regina. Tivemos que falar algo, já que é a inauguração do espaço.

Indie pega o microfone.

— Boa noite a todos. — Limpa a garganta. — Eu sou a Ingrid Cooper, a cerimonialista, para quem não me conhece. Essas são, a Afrodite, dona da boate escarlate e do Red Fest. — Aceno e dou um sorriso. — E essa aqui é a Regina, responsável pelo buffet da festa e dona da cafeteria Caramelo. Estamos muito gratas de ter vocês aqui conosco. É uma honra enorme...

Depois de mais algumas palavras, ela me passa o microfone.

— Boa noite. — Cumprimento. — Não tenho tanto para falar, já que iria apenas repetir o que a senhorita Ingrid disse. Sou muito grata por mais uma realização. E sou muito grata por está fazendo isso junto com duas pessoas que eu amo e admiro. — Olho para as duas. — Vocês são incríveis. — Abraço-as. — E só para deixar claro, não vamos cantar parabéns. — Ouço um coral de lamentações e risos. — Vou passar a palavra para a senhora Regina.

Passo o microfone.

— Olá a todos. — Cumprimenta. — Vou falar pouco também. Na verdade eu só quero agradecer a vocês por estarem aqui nesse momento importante e a vocês duas. — Se vira para eu e a Indie. — Obrigada por essa oportunidade. Eu fiquei tão feliz quando vocês me convidaram para fazer parte disso, que nem consigo explicar. Só tenho a agradecer.

Ouvimos uma chuva de aplausos enquanto nos abraçamos mais uma vez.
Deixamos e a música volta a tocar e nos espalhamos no local para dar atenção as pessoas. Enquanto isso, recebo alguns abraços e parabenizações.

Depois de alguns minutos conversando com várias pessoas, me sento na poltrona em um canto e olho o celular. Não recebi mensagem do Noah o dia inteiro e isso me deixa preocupada. Tenho medo de ter acontecido algo.
Cheguei a comentar com a Marisa mas ela estava totalmente tranquila.

— Com licença. — Me assusto. — Isso é para a senhorita. — Encaro a bandeja de prata com um bolinho de snikers e congelo, deixando escapar um sorriso junto com um suspiro de alívio.

— Noah. — Me levanto rápido e o abraço. — Eu estava tão preocupada. — Meu olhos brilham.

— É que eu queria fazer uma surpresa. — Ri.

— Nem acredito que você está aqui. — Lhe dou um beijo. — Mais alguém sabe que você está aqui?

— Quase todo mundo, na verdade. — Explica. — Eu encontrei a Indie e o Kaíque na cafeteria hoje cedo.

— Por isso ela estava esquisita. — Rio.

— Eu não queria perder seu aniversário. — Me aperta ainda mais. — Parabéns, minha deusa.

— Obrigada, meu bem. — Lhe dou vários beijos no rosto.

Vamos até a cozinha para levar a bandeja e guardar o bolinho para eu comer depois.

— Que bom que vocês se encontraram logo, a Ingrid já estava quase explodindo para contar a você. — Kaíque diz.

— É que eu não guardo segredos dela. — Indie se defende. — É difícil para mim.

— Eu percebi que você estava esquisita mas não imaginei que fosse isso. — Rio.

— Agora eu vou roubar ela só para mim. — Noah me segura pela cintura.

— Fique a vontade. — Indie levanta as mãos.

A Indie começou a morar com o Kaíque a algumas semanas. Conversamos muito antes dela tomar essa decisão, já que aconteceu muito rápido, mas ela acabou indo.
Ela foi a primeira a me desejar feliz aniversário já que sempre faz isso meia noite, e logo depois de passar na cafeteria, nos encontramos aqui.
Assim que me viu, correu até mim e me abraçou apertado. Perdi as contas de quantas vezes ela disse, parabéns.
Me entregou uma caixa de presente e pediu para eu abrir logo por quê queria ver minha reação.
Disse que estava ansiosa desde que o comprou.
Era um coturno preto de cano alto que eu disse que estava planejando comprar no dia que fomos ao shopping.

Eu percebi que ela estava meio estranha mas não insisti demais quando ela falou que estava tudo bem, e que só estava ansiosa para a inauguração. Apenas percebi que ela estava muito contente.
Mas, agora sei que é por quê não podia me falar do Noah.

O Noah e eu subimos até a laje.

— Estava morrendo de saudades. — Diz, enquanto acaricia meu rosto.

— Eu também. — O abraço forte. Colocando a cabeça em seu peito e sentindo o seu calor.

— Ei. — Sussurra. — Eu amo você.

Levanto o olhar e o encaro. Vejo seus olhos cheios de lágrimas e quando uma escapa, limpo com o polegar.

— Eu também te amo. — Deposito um beijo em seus lábios.

— Me desculpa por não ter dito antes.

— Não se preocupa. Você demonstra isso todos os dias e é isso que importa pra mim.

— Ah, eu te amo tanto. — Parece aliviado por favor isso. — Nem acredito que estou aqui com você. Quando te vi pela primeira vez na festa do meu tio, eu fiquei paralisado com sua beleza e seu poder. Nunca imaginaria que seria possível tudo que aconteceu.

— Meu poder? — Questiono, rindo desse detalhe.

— É. Quando você está em um lugar, você emana um poder que eu não sei explicar. — Ri.

— Que bom que você deu uma de maluco e inventou de trabalhar de garçom só para me servir bebida sem álcool. — Brinco.

— É. — Concorda. — Mas, eu nunca imaginei que você fosse me notar, já que tinham vários homens gatos.

— Ah. — Lembrei. — Gostei da barba. — Passo a mão.

— Sério?! Que bom. A minha mãe disse que você ia odiar. — Rimos.

— Dessa vez ela errou. — Brinco.

— Ei, tenho um presente. — Tira uma caixinha do bolso. — Feliz aniversário.

— Ah, meu Deus. Isso não é...? — Fico nervosa e ele ri.

— Relaxa. Isso não é um anel de noivado. Eu sei que você não quer se casar e concordamos com isso. — Respiro aliviada e ele ri ainda mais. — Só coloquei nessa caixinha para te trolar e ver sua reação.

— Você é tão besta. — Dou um tapinha em seu ombro.

Pego a caixinha da sua mão e abro. Rio como que vejo e olho para ele que continua rindo.
Um colar de prata com a palavra "relaxa" cravada.

— Gostou? — pergunta.

— Claro. Eu amei. — O abraço mais uma vez. — Eu te amo, Noah.

— Deixa eu colocar em você. — Pega o colar e eu me viro. — Eu também te amo, Afrodite. — Beija minha nuca.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora