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Vou até a boate para resolver algumas coisas do trabalho.
A Indie normalmente trabalha de casa, ou quando tem que resolver algo pessoalmente, vai até os estabelecimentos. Mas, ela me pediu para levá-la até a cafeteria da tia Regina e ficar trabalhando de lá.

Estou tentando encontrar algum espaço novo para o projeto com a Indie, e apesar de dar certo na boate, eu tenho que mantê-la funcionando normalmente.

Quero algo próximo a Escarlate. Gosto da ideia de ter um certo controle sobre os dois espaços e algo longe iria dificultar isso.

Lembro do número da mãe do entregador, Thiago, que está no meu bolso e pego o celular para entrar em contato. Porém, uma mensagem do Noah me faz rir e me distrai do objetivo.

"Não sei se consigo te ver agora.
Estou com vergonha do que falei enquanto estava chapado de pizza."
Noah

Respondo.

"Não se preocupe com isso. Se te faz sentir melhor, posso dizer que não lembro de nada. Kkkk. "

"Na verdade não adianta muita coisa, já que sei que você lembra de todas as coisas toscas que falei."
Noah

"Modéstia a parte, mas, eu sou a melhor pessoa para falar sobre essas coisas. Você não precisa se preocupar. E ,aliás, é sua camisa favorita não é?"

"Eu vou até a boate. Mas, não me repreenda se eu não conseguir olhar em seu rosto."
Noah

"Tudo bem. Kkkk. "

Rio da conversa e lembro das coisas que ele me falou, ontem.

Os flashs são nítidos na minha cabeça.
Desde quando ele disse que era virgem, até o fato dele ser masoquista num alto nível, e até quando ele falou "Talvez essa pessoa seja você."

Para ser sincera, eu me interessei por ele desde que o vi na festa da Mari, trabalhando como garçom, e depois de ontem ele só ficou mais interessante.

Acordo dos meus pensamentos malucos e lembro do que eu ia fazer antes de ver a mensagem dele.

Dígito o número e clico em ligar.
O Thiago deve ter avisado que eu ligaria por quê ela atente antes da segunda chamada.

Me apresento a ela, que logo me fala o seu nome, que é Alcione.
Ela parece estar interessada e empolgada com a notícia do emprego, então marco com ela para me encontrar pessoalmente e resolvermos as coisas com formalidade.
Antes de desligar o telefone, ouço uma batida na porta e peço para entrar.

— Então eu aguardo você no horário que combinamos. — Combino com ela, enquanto o Noah entra e eu peço para aguardar um minutinho. — Até mais tarde.

— Atrapalhei a ligação? — Pergunta, preocupado. — Me desculpe.

— Relaxa. — Sorrio. — Já estávamos no final da ligação mesmo. — Tranquilizo.

Levanto e vou até ele. Cumprimento com um abraço e ele parece gelar por um segundo.

— Não gosta de abraços? — Questiono, me afastando, preocupada.

— Não é isso. Eu só fui pego de surpresa. — Responde, calmo.

— É que tenho o costume de cumprimentar assim, mas se não estiver confortável com isso é só me falar.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora