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Acordei antes do amanhecer e não consegui dormir mais. Então, sentei na poltrona em frente a janela para esperar o sol nascer.
É uma das melhores coisas que os olhos podem admirar.
Fico ali por mais ou menos trinta minutos, e enfim o sol começa a dar um sinal.

Tento não pensar na noite passada, mas os flashs são inevitáveis.
Não acredito que tiveram a ousadia de vir a minha casa para falar aquelas coisas.

Olho o envelope com o dinheiro que coloquei encima da mesinha, levanto para pegar e volto para a poltrona.

Fico encarando o envelope na minha mão e deixo cair algumas lágrimas.

— Bom dia, deusa. — O Noah me desperta e eu limpo as lágrimas, tentando disfarçar.

— Bom dia. — Respondo. — Não tenho um apelido pra você ainda. — Rio.

— Você está bem? — Se aproxima e agacha na minha frente. — Não precisa tentar disfarçar igual ontem a noite.

— Estou bem. — Levanto rápido e jogo o envelope na cama. — Vou escovar os dentes.

— Eu não vou insistir por que não quero que fique desconfortável, mas saiba que eu sou um bom ouvinte e, às vezes, é bem melhor quando conversamos com alguém.

— Relaxa. — Forço um sorriso. — Você vem comigo?

— Claro. — Me acompanha.

Escovamos os dentes e fomos até a cozinha.

Já estávamos tomando café quando a Indie e o Kaique saíram do quarto. Fiquei surpresa ao ver que dormiram juntos, já que ela nunca dormiu com ninguém.

— Bom dia. — Cumprimento e os dois respondem juntos.

Sentam à mesa e terminamos de tomar café.

— Quero que venham para cá hoje a noite denovo. — Ficam confusos. — Ontem foi meio chato e eu tinha uma ótima notícia para dá.

— Que ótima notícia? — Indie se empolga. — Vocês estão namorando? — Aponta para Noah e eu.

— Não. — Respondemos juntos e rimos.

— Então, sabe o nosso projeto? Agora ele tem um espaço próprio. — Revelo. — Só que ainda temos que fazer alguns ajustes.

— Isso é incrível demais. — A Indie fica eufórica. — Não acredito.

— Parabéns. — Kaique, como sempre, com poucas palavras.

— Obrigada. — Digo e levanto. — Tenho que ir. Preciso estar na boate mais cedo hoje. — Vou até o quarto.

Tiro a roupa para tomar um banho, entro no banheiro e paro em frente ao espelho por um instante.

— Posso tomar banho com você? — Noah aparece na porta, apenas de cueca.

— Por que não poderia? — Rio e puxo em seu braço.

— Eu acabei de lembrar que não te dei um beijo de bom dia. — Fala, me olhando apreensivo, esperando uma resposta.

— Está pedindo permissão para me beijar? — Pergunto.

— Mais ou menos isso. — Ri e aproxima nossos rostos.

Sem falar nada, encosto nossos lábios e o beijo devagar. E num instante já estamos ofegantes e suando com o calor.

Tudo que eu quero nesse momento é continuar aqui e ter um maravilhoso orgasmo matinal, porém, preciso sair daqui a alguns minutos e não posso me distrair.

— Não posso demorar. — Lamento. — Preciso sair.

— Que droga. — Ri e me dá um beijinho antes de se afastar e ligar o chuveiro. — Você não pode atrasar. É algo importante. — Joga água em mim.

AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora