Capítulo Vlll

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Alguns dias haviam se passados, os lindos vestidos encomendados chegaram, mas mal tinham sidos tocados

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Alguns dias haviam se passados, os lindos vestidos encomendados chegaram, mas mal tinham sidos tocados. Os de noite estavam guardados, e infelizmente nunca seriam usados.

Naquela noite Libby não conseguia dormir, se sentia inquieta, triste. Para ajudar seu marido não estava.

Lucius estava cada vez mais distante, não faziam nada juntos. Era raro os momentos que o casal conversamos. Isso estava deixando-a melancólica. Chegou a pensar que com o tempo os dois se tornariam mais íntimos, ou ao menos, amigos.

A jovem até começou a se questionar se não teria sido melhor ter pedido ajuda a Louise e Logan. Como não queria ser um incomodo ao jovem casal, desistiu da ideia. Sentia a falta deles, também estava com saudades de Evan.

O cavalheiro também havia se tornado seu amigo, pelo menos era o que ela sentia. Mas de uma hora para outra, ele sumiu. Não veio mais procurá-la, não conseguia compreender seu afastamento.

Como não conseguia dormir, Libby desistiu de permanecer deitada. Foi para a biblioteca onde pegou um livro. Se acomodou na poltrona, e iniciou sua leitura.

- Não era para estar dormindo? - estava tão distraída que não ouviu Lucius entrando.

- Não consegui dormir.

- Sem sono?

- Sim.

- O que está tirando seu sono? - perguntou se sentando de frente para ela.

- Nada de mais.

- Você esta mentindo. - acusou.

- Não estou.

- Se não quer falar o que está te incomodando, não irei insistir. - quando percebeu que ela não iria mesmo contar, mudou de assunto. - O que esta lendo?

- São sonetos.

- Em que parte está?

Libby queria bater na cabeça dele com aquele livro, Lucius mal falava com ela. Mas do nada, queria iniciar uma conversa.

- Quer que eu leia? - perguntou já sabendo a resposta. Ele diria não, e depois sairia dali deixando-a sozinha novamente.

- Sim, por favor.

- Você quer? - exclamou surpresa.

- Leia em voz alta.

- Mas...

- Só faça, pequena libélula.- ele se encostou no sofá fechando os olhos.

Tomando coragem, respirou fundo antes de começar a ler.

- “Como no palco o ator que é imperfeito

Faz mal o seu papel só por temor,

Ou quem, por ter repleto de ódio o peito

Vê o coração quebrar-se num tremor,

Em mim, por timidez, fica omitido

O rito mais solene da paixão;

E o meu amor eu vejo enfraquecido,

Vergado pela própria dimensão...

- Ah! Shakespeare. - Lucius sussurrou.

- Seja meu livro então minha eloquência,

Arauto mudo do que diz meu peito,

Que implora amor e busca recompensa... - continuou ele.

- Mais que a língua que mais o tenha feito.

Saiba ler o que escreve o amor calado:

Ouvir com os olhos é do amor o fado.- ela terminou o soneto sorrindo por terem lidos juntos.

- Belíssima voz! - elogiou.

- Obrigada.

Libby não conseguia parar de olha-lo, parecia tão sereno. Queria que ele abrisse os olhos e olhasse para ela.

O admirava tanto, como era lindo. Mesmo estando com a barba um pouco grande e o cabelo comprido, não deixava de ser tão belo. Queria poder tocar seu rosto, sua pele.

- De todos, porque escolheu esse? - saiu dos devaneios com a pergunta do marido.

- É o que eu estava lendo. - mentiu.

Na verdade, estava declarando seu amor por ele em silêncio. Esperava que pudesse compreender.

- Já amou alguém, Libby?

- Não. - você, desejou dizer.

- É o sentimento mais lindo. - pareceu falar com si mesmo.

- Imagino que sim. - respondeu com melancolia. - Creio que seja maravilhoso fazer passeios com a pessoa amada. Ir à ópera, ou até mesmo caminhar no parque.

Quando terminou de falar, percebeu que Lucius a olhava.

- Diga-me, já foi a ópera alguma vez?

- Oque acha? - resmungou. - Nunca fui.

- Tem vontade de ir?

- Sim, claro.

- Então, amanhã iremos a uma. - declarou.

- Me levará?

- Sim.

- Mas... Nunca saímos juntos antes.

- Já fomos a modista juntos. - lembrou.

- Agora será diferente.

- É só um passeio, mas dessa vez a noite. - falou como se não fosse nada de mais.

Para Lucius poderia não ser importante, mas para Libby era muito especial o convite.

- Aceita ir? - ele continuou dizendo.

- Claro que sim.

Mal podia esperar para ir à ópera, ainda mais junto de seu marido.

O Ogro e a Libélula - Clube dos Ordinários 2Onde histórias criam vida. Descubra agora