EGITO 2🌻🔥

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JADE

Eu tava realmente cansada, esgotada de tanta discussão e gritaria em casa. Me levanto puta, porra que ódio, não dá nem pra dormir, ia pra faculdade daqui a 2 horas, nem pregar o olho preguei.

Vou em passos largos pra sala, escutando minha mãe gritando com o meu pai e como sempre o mesmo debochando.

LUIZ: Eu já disse pra você, eu tô me estressando Ane Lise, eu não quero mais caralho, eu tô comendo mesmo e tu sabe- dizia gritando na cara dela.

ANE: Fala mesmo, eu sei que tu tá com a piranha daquela menina que tem idade pra ser tua filha, tu sempre estragando nosso casamento- falava chorando. Nunca na vida vou querer um homem igual ao meu pai, ele trai tanto minha mãe, a humilha de todas as formas e a mesma aturava, coisa que não entendia, Jesus porque gostar de passar tanta humilhação?

JADE: Vamos mãe, eu não fico nem mais um segundo nessa casa- digo a levando pro quarto e jogando uma mala na cama.

LUIZ: Vocês vão pra onde? Esqueceu que eu banco tudo PORRA? Se vocês sairem, não voltem nunca mais- disse entrando no quarto.

ANE: Eu não posso minha filha, eu não quero isso- dizia negando com a cabeça.

JADE: Quer saber pai? Tu não manda em mim, eu me banco e outra minha mãe não precisa mais passar por humilhação, eu vou levar ela pra casa da minha avó, onde ela não devia ter saído- disse alto, fui pro meu quarto arrumar as coisas. Vai se foder.

ANE: Filha tu não quer que eu suba o morro né? Eu vou ficar com o teu pai- disse entrando no quarto.

JADE: Vai ser submissa dele até quando mãe? Ele te trai, te humilha e tu aceita cara- disse fechando minha mala.

ANE: Eu decidi viver assim desde o dia que sai daquele morro filha, eu sempre quiz te da uma vida melhor- falou chorando e vindo me abraçar.

JADE: Vai aguentar ele jogar o dinheiro na sua cara? É isso mãe?- disse enquanto secava as lágrimas dela.

ANE: Eu não posso voltar. Eu amo o seu pai, eu amo, minha vida não tem sentido sem ele- disse se afastando de mim.

JADE: Eu vou pra casa da minha avó, daqui a pouco tenho faculdade, eu não volto mãe- disse pegando meu celular e chamando um Uber.

ANE: Eu sei, eu vou te visitar, vou levar o resto das suas coisas, mais não me peça pra voltar, eu não vou- disse firme. Meu Deus.

JADE: Do fundo do meu coração mãe? Eu tentei, eu amo a senhora, mais pra mim não dá, eu não entendo isso- disse limpando as lágrimas que caiam.

ANE: Amor, minha filha tu se sujeita a tudo, um dia vai entender- falou me abraçando. Me derramei em lágrimas, peguei minha mala e olhei pro meu pai no sofá, o mesmo não ligava pra nada.

JADE: Pode deixar que eu nunca mais piso na sua casa, tu nunca foi um bom marido e nem um bom pai, mais espero que seu final seja triste- digo saindo de casa, chovia la fora, ia dar 5 da manhã, jaja precisava ir pra faculdade.

Entrei no Uber indo pro destino Chapadão, minha avó vivia la, meu tio por parte de mãe tinha até um barzinho, falava com eles por telefone sempre que dava, tentei ligar pra minha avó e nada, eu sabia que ela estava acordada, a mesma acordava sempre cedo pra vê a missa das 5 no canal rede Vida.

O Uber me deixou no começo da favela diz o mesmo que não podia subir, paguei ele e fui subindo a pé até vê uns caras lá todos armados, meu corpo até se arrepiou, tinha medo do caralho mais fui assim mesmo. Ainda bem que só trouxe uma mala.

Fui subindo com o peso até um dos meninos me parar, me olhando de cima a baixo, tava com uma arma enorme nas costas.

Aonde a patty acha que vai?- perguntou o mesmo pra mim.

JADE: Minha avó mora aqui- digo tentando passar por ele, até o mesmo me segurar pelos braços.

Não posso deixar não princesa, qual o nome da tua avó? Barata aciona o chefe no radinho- disse pra outro cara que tava perto, todos estavam armados até os dentes.

JADE: Andréia - falei gaguejando, essa hora o cu não passava Wi-Fi.

Escutei uns caras falando no radinho e tudo, peguei meu celular ligando de novo pra minha avó e nada.

Veio um moreno bem bonito falar com esse cara a minha frente.

Rn tá descendo pow, uma hora dessa porra, tudo igual morcego- disse pro rapaz.

Eu tô fora de treta Mt, ainda mais com o patrão- o rapaz disse pro moreno.

Tentei ligar pra minha avó de novo e nada, tava ficando desesperada, eu nem sabia onde ela morava, agi por impulso. Escutei um barulho de moto e me virei, vendo um moreno descer e cumprimentar os outros, caralho que homem bonito.

Qual foi que tá rolando porra? Sorte que não tava dormindo- disse se aproximando, meu Deus que voz, molha qualquer calcinha.

A patty aí querendo subir pow, diz que a coroa dela mora pra cá- falou pro moreno de olhos verdes.

Qual foi mina? Uma hora dessa aqui, tá fugindo- perguntou pra mim sério, porra deu um frio na barriga.

JADE: Minha avó mora pra cá moço, deixa eu subir, por favor- falei desesperada, tava quase cagada já.

Quem é tua avó? Sobe aí que eu levo tu pow- disse subindo até sua moto, eu fui guiando com a minha mala até ele.

JADE: Andréia, sei que ela vende quentinha, eu não sei se conhece, eu tô tentando ligar pra ela- falei nervosa, pegando o celular do bolso.

Eu tô ligado pow, sobe que levo tu, namoral se liga, fica dando bobeira a essa hora aqui na quebrada não- disse pegando minha mala e botando em sua frente, subi na moto, e botei a mão em sua cintura. Senti algo em minhas mãos.

Minha arma mina, se liga truta- disse enquanto subia numa velocidade alta, o vento batia em meus cabelos.

Questão de minutos ele parou em frente a um portão preto, deu uma imensa vontade de chorar, mais fui forte. O mesmo buzinou com a moto, senti o portão se abrir e dei de cara com a minha avó, corri abraçando a mesma.

JADE: Vó- disse chorando muito em seu abraço.

ANDREIA: O que aconteceu Jade? Minha filha olha essa hora- disse alisando os meus cabelos, eu só sabia chorar.

Rn meu filho o que tá fazendo aqui? Eu não entendi nada- disse ela falando com o moreno dos olhos verdes.

TIA SE RESOLVE AÍ, tenha um bom dia- disse deixando a minha mala no canto e subindo com a moto.

ANDRÉIA: Me diz tudo, o que tu tá fazendo aqui essa hora, e ainda com o filho do Dono do Morro- gelei quando ela disse isso, puta que pariu.