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KARINA

O impacto foi grande depois de assistir Caio sair de casa, era realmente o que eu queria? Me envolver com um homem que não pode me dar família? Com um homem que pode morrer a qualquer momento tomando um tiro.

Choro abraçada com um travesseiro, depois que o meu tio foi dado em coma a nossa vida não tá a mesma, só piora e o medo tomou conta de mim, medo de perder as pessoas que eu amo, porque eu sei que não é só o Caio nessa vida, é meu pai, meu irmão e meus tios, nessa vida sem saída alguma.

Escuto o barulho de porta abrir e me sento na cama vendo Alice entrar.

ALICE: Porque você não desce? Chega aqui e se tranca desse jeito- fala se sentando ao meu lado na cama.

KARINA: Cansaço... apareceu?- mudo de assunto, realmente tava surpresa em ve- lá, tinha sumido.

ALICE: Dando um tempo sabe? Tá tudo muito difícil com a minha mãe, ela ama muito o Tk.

Fiquei conversando um pouco com ela até Ryan vim me dando um abraço, tava realmente precisando daquilo.

RN: Tu não parece bem Ka, o que foi?- perguntou ainda agarrado a mim.

KARINA: Mudanças de humor sabe? - ele parece acreditar.

RN: Jade Ta me deixando maluco, quer foder meu relacionamento com Helena de qualquer jeito- fala cabisbaixo, eu entendo o quanto tá difícil, meu irmão tá com cara de cansado por conta dessa situação.

KARINA: Da um basta Velho, tu sabe que ela tá mentindo, não vou deixar ela ficar estressando Helena não- essa é a verdade, minha irmã já tá passando tanta coisa por causa do TK, e como fica bem nessa gravidez? Garota não tem um minuto de paz.

RN: Não vejo a hora disso passar e poder ficar quieto com meu filho e ela, só quero paz tá ligado?- concordei.

Senti minha cabeça rodar um pouco e segurei em Ryan que me olhou nervoso.

KARINA: Me deu uma tontura forte agora- falo vendo o mesmo me segurar.

RN: Fala o que tá havendo contigo Karina, vou chamar o Caio.

KARINA: Não! Só quero ficar sozinha, eu tô de tpm e cansada- ele respirou fundo.

RN: Qualquer coisa tu avisa pow, vou cambar pra casa e ficar um pouco com a minha mulher- sorri, amava essa nova fase do meu irmão.

KARINA: Amo vocês, se cuidem- ele me dá um beijo na testa e sai, me deito vendo tudo rodar novamente, nossa porque me sinto tão mal?

Fecho os olhos com força, um enjoou tomou conta de mim e corro pro banheiro do meu quarto, depositando todo meu café da manhã. Me sinto tão mal meu Deus.

Tiro minhas roupas e tomo um banho quente lavando os cabelos, eu amo morar com o Caio mais senti saudade do meu quartinho e sempre que posso já venho pra cá. Me seco e visto um vestido soltinho, minha bexiga dói um pouco.

Desço encontrando dona Ágata na cozinha mexendo as panelas, o cheiro era delicioso.

KARINA: Já preparando o almoço mãe?- me sento na bancada enchendo um copo de água.

ÁGATA: Claro, já viu quantas cabeças almoça aqui minha filha?- rio, era verdade, parecia que ninguém tinha casa.

KARINA: Eu só quero que o tio Tk melhore logo sabe? Não aguento mais vê minha tia daquele jeito.

ÁGATA:  A vida é um sopro sabia? Queria entender, peço a Deus todos os dias pra que ele proteja seu pai, seu irmão e seus tios.

KARINA: Eu tô com medo mãe, tô apavorada- boto as mãos no rosto e sinto lágrimas caindo, sinto o abraço da minha mãe me acolhendo, choro com força tudo que dói, o medo.

ÁGATA: A mãe tá contigo amor, tô aqui- disse baixo alisando meus cabelos.

KARINA: Eu fiz a escolha certa mãe? Eu fiz?

ÁGATA: Se está falando do Caio eu não sei, eu só sei que ele é um bom menino e que te ama, desde pequenos parecia que a gente sentia que iriam ficar juntos.

KARINA: Como assim?- pergunto olhando pro seu rosto.

ÁGATA: Ele sempre cuidava de você, e quando vocês cresceram eu sabia que viraria amor, Caio é igual ao Negão, mais isso tudo é fase, não sei o que vocês estão passando, mais vai se resolver- sorrio.

KARINA: Tenho muito orgulho de ser sua filha.

ÁGATA: E eu tenho orgulho de ser sua mãe... Agora para de fogo nesse rabo e me ajude com a comida.

KARINA: Credo mãe, bipolar.

ÁGATA: Sempre né gata.

Ajudo ela no almoço cortando os temperos, o cheiro de carne assada com batatas já exalava, minha boca salivava, me achava até estranha, to me sentindo assim a alguns dias, só de pensar nessa carne na minha boca.

ALINE: Ooh garota tô falando contigo maior tempão- pisquei rindo sem graça.

ÁGATA: Tá distraída?

KARINA: A comida da minha mãe tá me salivando, licença né, tava nos meus desvaneios- Aline me olha de cima a baixo.

ALINE: Por isso tá gorda né, não para de pensar em comida- mando dedo pra ela.

KARINA: Comer é vida tia.

ÁGATA: Por isso virou uma porquinha, puta que pariu- nego com a cabeça, agora todo mundo deu pra me chamar de gorda.

ALINE: Ananda tá todos os dias la, me olha com uma cara de buceta que tu não tem noção.

ÁGATA: Eu sei que não é da minha conta, mais porque tu tá indo Aline? Não basta todo mal que ele te causou?- minha mãe foi sincera, até nisso não entendia.

ALINE: Eu o amo, é difícil, mais não quero deixar ele num momento assim, não dá.

KARINA: Tia... a gente sabe disso, mais ele não pensou em você em nenhum momento, pelo menos não fique vendo todos os dias- falo vendo ela concordar.

ÁGATA: Concordo, todos os dias tu vai lá cara, é foda, melhor da um tempo nesse sofrimento, vai viver minha amiga.

ALINE: Eu vou!

Ficamos batendo papo até o almoço estar pronto, quando virei vi meu pai, Negão, Gessyca, Nicolas, jogados no sofá.

MURALHA: Povo parece nem ter casa porra, já se jogam no meu sofá- diz fazendo meu tio rir.

NEGÃO: A gente é de casa pow- rio com a cara de pau dele.

NICOLAS: E aí cunhadinha- ele do nada começou a me chamar assim.

KARINA: Milagre você aqui né cunhado- o mesmo ri sem graça, ele é tão na dele que nem parece ser filho da Gessyca e nem do Negão, juro.

EGITO 2🌻🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora