ㅡ Pai? O senhor ta brincando, né? Não pode estar falando sério. ㅡ Dei uns passos na direção do meu pai com os olhos arregalados. Ele não podia estar falando sério, meu pai sabia muito bem do quanto eu e Jurema não nos dávamos bem.
ㅡ Não, não estou. ㅡ Ele respondeu com certa calma enquanto puxava o jornal que estava em cima da mesinha.
ㅡ Pai?? ㅡ O segui. ㅡ Você sabe que eu não gosto da Jurema. ㅡ Falei entre dentes, na real, nem sei o porquê. Todos que estavam ali sabiam desse fato mesmo.
Meu pai me encarou por uns segundos até fazer um gesto para que eu o seguisse até a cozinha. Bufei sem entender, pedi para as meninas esperarem e o segui. Apesar de que Priscila não parecia ter tanta pressa de sair dali, já que tinha seus olhos focados em Pedro que assistia televisão jogado no sofá ainda sem camisa.
ㅡ Escuta, Pérola... ㅡ Meu pai começou a falar quando paramos no meio da cozinha, mas eu o interrompi.
ㅡ Não, pai, eu não vou levar a Jurema comigo. As meninas não gostam dela e ela sempre arruma um jeito de acabar com a minha vida. Lembra que no dia da minha formatura ela jogou meu vestido para os cachorros do vizinho??? Aquela garota é maluca! Psicótica! ㅡ Cruzei meus braços sentindo o meu sangue ferver só de lembrar.
ㅡ Eu sei, filha... ㅡ Ele falou em seu tom normal, mas de repente se aproximou e começou a falar baixo. ㅡ Eu sei que vocês não se dão bem, mas eu preciso que tente.
ㅡ O que?? ㅡ Fiz uma careta. Como meu pai estava praticamente sussurrando, meu " O que " saiu bem alto.
ㅡ O pai dela, seu tio, vai ser o meu sócio num projeto milionário que estou investindo. Se tiver algum problema com a sua prima e ela reclamar com ele, ele pode querer desfazer tudo. E eu não posso correr esse risco, por isso preciso que se dê bem com a sua prima. ㅡ Quando ele terminou de falar eu continuava com a mesma careta.
ㅡ Espera, espera... ㅡ Balancei o dedo indicador com os olhos fechados. ㅡ O senhor quer que eu me dê bem com a Jurema? Tipo, com a Jurema? A garota que me trancou no quarto no dia do meu vestibular para eu não conseguir chegar? Ta falando sério?
ㅡ É só por umas semanas, querida.
ㅡ Umas semanas?? Pai, eu não aguento cinco minutos perto dela!! Não faz isso comigo, por favor?
ㅡ Não, esse projeto é importante e eu não vou perder a parceria do seu tio. Você e a Jurema vão ter que virar amiguinhas ou você não verá nenhuma outra amiguinha porque ficará de castigo. ㅡ E novamente eu pensei ter escutado errado e fiz outra careta. Eu entrei num mundo paralelo? Alguém deu uma marretada na cabeça do meu pai?? Ele ta drogado??
ㅡ De castigo? Você vai me deixar de castigo? Eu não tenho mais dez anos pai, daqui uns meses eu vou fazer vinte, não pode me deixar de castigo porque eu não quero me dar bem com a garota que faz de tudo para acabar com a minha vida. ㅡ Debati.
ㅡ Enquanto você viver debaixo do meu teto, posso te deixar de castigo por quanto tempo eu quiser. Nada de saídas, nada de dinheiro para seja lá o que for, e isso também inclui livros e coisas da sua faculdade... ㅡ Arregalei meus olhos de novo. ㅡ Nada de internet, de jantares fora aos fins de semana... Nada. ㅡ Ele seguiu na direção da porta.
ㅡ Pai, isso é injust... ㅡ Ele me interrompeu.
ㅡ Injusto sou eu perder um negócio porque minha filha não consegue se dar bem com a prima que é tão... ㅡ Sua expressão pensativa me fez crer que ele buscava um adjetivo que qualificasse Jurema. ㅡ Amável. ㅡ Arqueei minhas sobrancelhas.
ㅡ Amável como o Pain foi com o Jiraya? ㅡ Ele se virou para mim.
ㅡ Você sabe que eu não entendo essas referências á Naturo. ㅡ Revirou os olhos.
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...