As Regras do Amor Vol. 1

12_ OLHA O PICOLÉ!!!

– Que coisa louca, eu já sabia, enquanto eu me arrumava algo me dizia... – Maicão  seguiu o caminho em direção a praia cantarolando enquanto Saulo permanecia em silêncio.

– Ei? – Chamei por ele sem entender sua mudança de humor repentina. Saulo me olhou. – O que foi? Ta com essa cara por que? 

– Que cara? – Perguntou sem interesse algum no assunto. 

– Essa cara de enterro! Nem parece o mesmo que estava tocando pagode no ônibus. – Balancei a cabeça negativamente. 

– Eu me sinto muito bem. – Ele deu com os ombros e pareceu incomodado com os fios de seus cabelos que não paravam no lugar por conta do vento. O mesmo fez uma careta enquanto tentava arruma-los. 

– Vem aqui. – Estiquei meus braços para ajuda-lo e ele olhou para mim como se eu estivesse fazendo um pedido absurdo. – Vem aqui, Saulo, euem. – Ri e o puxei para a minha frente de costas. – Abaixa. – Saulo se abaixou para que eu pudesse alcançar seus cabelos e eu comecei a junta-los para fazer um coque. Tirei a xuxinha que estava em meu pulso e prendi o cabelo dele. – Pronto. – Lhe dei um tapinha na cabeça e ele se virou para mim. 

Seu olhar se focou no meu, de repente, e eu engoli em seco. Os olhos de Saulo analisaram todo o meu rosto e, por um momento, me senti timida. minhas bochechas começaram a corar e eu desviei o olhar dele para a praia. 

Saulo sorriu.

– Se vocês forem namorar eu vou sozinho e deixo vocês a sós. – A voz debochada de Maicão soou atraindo o olhar de nós dois para ele. 

– Você não estava cantando? – Perguntei. Maicon riu e voltou a caminhar enquanto cantava. 

– Vamos? – Saulo olhou para mim com aquele sorriso bobo que ele tinha nos lábios quase sempre.

– Voltou ao normal? – Arqueei a sobrancelha. 

– Do que ta falando? Eu to ótimo! – Ele me abraçou de lado e voltamos a seguir Maicão que já estava bem distante da gente. 

Depois de rodar quase a praia inteira porque Maicon tinha esquecido onde era, nós finalmente chegamos onde o pessoal estava. Priscila, Gabriel, Maicon, Maria Clara, Dafine, Pedro, Yngrid e agora eu e Saulo. Também tinha um pessoal que eu não conhecia, mas do jeito que eles são tão sociaveis, não duvido que tenham feito amizade com eles ali. 

– Que demora! Aonde vocês estavam? – Dafine fez uma careta enquanto já trazia para nós copos descartaveis. Atrás dela Gabriel vinha colocando refrigerante nos copos do pessoal. 

– Maicão se perdeu. Rodamos a praia todinha. – Resmunguei segurando o copo.

– A Perola até fez um amigo. – Saulo tirou sua camisa.

– Um amigo? Conte me mais, querida amiga. – Dafine sorriu maroto arqueando e abaixando as sobrancelhas varias vezes. 

– Não é bem um amigo, é só um carinha que bateu um papo comigo na barraca de spetinhos. – Como todas as garotas ali já estavam de biquini e o sol parecia que estava montado nas minhas costas, resolvi tirar minha blusa também e ficar apenas com o biquini e o short. 

– Ta, mas fala... – Dafine começou a falar mais baixo para que somente eu  escutasse. – Ele era gato? – Abriu um sorriso maroto para mim.

– Ah... – Olhei em volta e me aproximei dela. – Era. E muito! – Dafine sorriu empolgada.

– Ok, ok... Você fica com o Saulo e apresenta o tal cara gato pra mim. Resolvido! – Ela esfregou as mãos me fazendo gargalhar.

– Provavelmente nem verei o tal cara de novo, muito menos te apresentar para ele. – Estendi o copo para que Gabriel pudesse colocar o refrigerante.