Ele tava maluco?? Eu estava vestida daquele jeito porque eu quis e se eu quiser eu vou sair o máximo que puder! E tem outra, Saulo é e continuará sendo o meu namorado, queira ele ou não! Patrick é o cassete!
Isso era tudo que eu queria gritar na cara do meu pai, mas tudo o que pude dizer, sem colocar em risco o plano, foi:
ㅡ Eu fui a um clube com meus amigos para tentar esquecer o Saulo, já que terminei com ele hoje. ㅡ Tentei transparecer o mais triste e desnorteada possível, o que era difícil pois eu estava transbordando alegria por dentro.
ㅡ Hm... ㅡ Meu pai me olhou com um olhar desconfiado. ㅡ Que bom, esqueça-o mesmo. Já falou com o Patrick? Chamou ele para ir com vocês?
Eu estava a ponto de pular no pescoço do meu pai.
ㅡ Não, eu... Não falei com ele depois do almoço. Não quis parecer uma atirada desesperada que acabou de terminar um namoro e já correu pros braços de outro. ㅡ Minha atuação estava tudo, ok? A única coisa que estava me atrapalhando era o idiota do Pedro que estava rindo atrás do meu pai.
ㅡ Não importa o que você vai parecer, apenas fique com esse garoto e garanta que ele vai falar muito bem de você e da nossa família para o pai dele. ㅡ Eu achava tão impressionante o modo meu pai falava aquilo de uma maneira tão natural, como se me passasse uma lista de compras.
Cara, ele estava me fazendo deixar alguém que eu gostava ( ou pelo menos pensava que estava ) e queria que eu iludisse uma pessoa, como se não fosse nada! Os meus sentimentos, os de Saulo e os de Patrick não importavam nada para ele! Sem contar com a minha mãe. Ela que antes era a alegria da nossa casa, agora só vivia pra baixo.
Ela está numa viagem de negócios e eu invejo muito. Queria ficar um bom tempo distante desse besta que está na minha frente.
ㅡ Pai, se não se importa, eu estou molhada, cansada, terminei com o cara que eu gosto e minha cabeça está começando a doer um pouco. Eu vou pro meu quarto. ㅡ Ajeitei a bolsa no ombro e passei por ele. Subi junto com Pedro e, depois dele me zoar pela minha atuação, fomos para nossos quartos.
Peguei uma calça legging preta e um camisetão azul e entrei no banheiro. Tirei as roupas molhadas e pesadas e entrei no chuveiro quente.
A medida que a água me molhava, a sensação que senti enquanto a chuva me tocava no momento em que me declarei para Saulo voltou. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu apaixonada por Saulo... Era difícil de acreditar já que eu o conhecia a bastante tempo e isso nunca havia passado pela minha cabeça.
Passei a mão por meus cabelos fechando os olhos e deixei escapar um sorriso só de me lembrar do sorriso dele.
Eu tinha medo de ter sentimentos sérios por alguém, de me apaixonar, mas não sabia que podia ser tão reconfortante e especial assim.
[...]
ㅡ Então já chamou o Patrick aqui? ㅡ Pedro perguntou logo antes de dar mais uma mordida no seu pão.
ㅡ Já. ㅡ Assenti colocando um pouco de suco de guaraná no copo. Deviam ser umas oito da manhã e nós estávamos na sala de jantar tomando o café da manhã.
ㅡ E o que o Saulo achou disso? Não vai ficar com ciúmes?
ㅡ Disse que sim, mas entende que é só pelo plano e confia em mim. Eu também disse que você ficaria junto o tempo todo. ㅡ Expliquei colocando a jarra de volta no meio da mesa.
ㅡ E ele disse o que?
ㅡ Disse que prefere o Paulo porque, se bobear, ele sentaria entre mim e Patrick no sofá. ㅡ Pedro riu.
ㅡ Verdades sejam ditas. ㅡ Ele assentiu.
ㅡ Mas aí o Sau... ㅡ Parei de falar quando meu pai desceu as escadas. ㅡ O salgado que eu comi ontem não me fez muito bem. ㅡ Tentei mudar de assunto.
ㅡ Bom dia. ㅡ Meu pai disse em voz alta.
ㅡ Pra quem? ㅡ Retruquei.
Ele não respondeu, apenas ignorou e colocou café na caneca.
ㅡ Mas aí ele vem que horas? ㅡ Pedro perguntou. Olhei para ele e ele me deu uma piscadela.
ㅡ Depois do almoço.
ㅡ Quem? ㅡ Meu pai nos olhou.
ㅡ Patrick. ㅡ Pedro e eu respondemos juntos.
ㅡ Oh, mesmo? ㅡ Ele abriu um sorriso bem contente. ㅡ Ele virá aqui hoje?
ㅡ Não, to mentindo. ㅡ Respondi no impulso novamente.
ㅡ É, pai. ㅡ Pedro fez uma careta para mim. ㅡ A Perola chamou ele para vir aqui assistir um filme com a gente.
ㅡ Muito bom saber que está finalmente me obedecendo. ㅡ Meu pai assentiu indo em direção a geladeira.
ㅡ É, porque quando terminei com o Saulo eu não estava não, né? ㅡ E novamente o respondi. Pedro estava a ponto de pular no meu pescoço.
Meu pai me ignorou de novo e apenas abriu a geladeira ficando de costas pra gente.
ㅡ Segue a droga do plano! ㅡ Pedro sussurrou pra mim.
ㅡ Eu vou dar com o plano na cabeça dele! ㅡ Sussurrei de volta e em seguida Jurema desceu as escadas.
Meu pai olhou para mim de rabo de olho e Pedro fez o mesmo.
Arg...
ㅡ Jurema? ㅡ Chamei por ela que observava a mesa sem nos cumprimentar.
ㅡ Que? ㅡ Ela me olhou.
ㅡ Eu... Queria falar com você. ㅡ Você consegue Perola, você é uma boa atriz.
ㅡ Sobre o que? ㅡ O olhar dela para mim era de total desdém e desinteresse.
ㅡ Eu... ㅡ Olhei para Pedro e para meu pai, ambos me olhavam como se esperassem que eu desse um grande abraço nela. Se eu abraçar ela, eu sufoco. ㅡ Queria te chamar pra fazer... Compras comigo. ㅡ Fiz uma careta.
ㅡ É o que? ㅡ Arqueou uma sobrancelha.
ㅡ Fazer compras, ir no shopping, essas coisas. ㅡ Expliquei torcendo e esperando que ela me desse logo um fora e eu fingisse a sonsa pro meu pai: eu tentei, poxa.
ㅡ Ta brincando comigo, né? É uma pegadinha?
ㅡ Cala a boca, tua cara já é uma pegadinha. ㅡ Respondi no impulso novamente.
Meu pai coçou a garganta.
ㅡ Digo... Fala logo se quer ou não! ㅡ Insisti. Jurema me observou com um olhar desconfiado por um tempinho até responder.
ㅡ Tudo bem. ㅡ Ela sorriu. Meu queixo caiu.
•••
Continua...
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...