Os gritos foram seguidos de risadas. Jurema bufou e se sentou no ouro sofá, Paulo saiu da cozinha e veio logo depois. Ele se sentou ao lado dela e um silêncio pairou. Estávamos eu, Priscila, Dafine e Pedro num sofá e Jurem e Paulo no outro, todos mexendo no celular, menos eu, já que o meu havia ficado no meu quarto e eu não era nem louca de subir lá sozinha.
ㅡ OK! ㅡ Falei alto, o que os assustou. ㅡ Larguem esses celulares e vamos conversar como pessoas normais.
ㅡ E desde quando pessoas normais conversam pessoalmente? Pessoas normais do século 21 conversam apenas por figurinhas no WhatsApp. ㅡ Dafine me corrigiu.
ㅡ Não interessa. Vocês estão muito viciados nisso. Vamos dialogar, dizer palavras com a boca, brincar de algo, sei lá. ㅡ Sugeri me ajeitando no sofá.
ㅡ Você só está pedindo isso porque está sem celular. ㅡ Priscila resmungou.
ㅡ É. ㅡ Assenti.
ㅡ Ta, vamos fazer algo. ㅡ Paulo concordou.
ㅡ Mas, o que? ㅡ Priscila perguntou e um silêncio pairou novamente.
ㅡ JÁ SEI! ㅡ Pedro gritou assustando todo mundo de novo. O mesmo colocou o flash do celular embaixo de seu queixo. ㅡ Vamos contar histórias de terror.
ㅡ Não! ㅡ Dafine protestou de imediato.
ㅡ Por que não?? ㅡ Pedro fez uma careta.
ㅡ Por que eu não gosto dessas coisas de terror, ainda mais estando no mesmo cômodo que a sua prima. ㅡ Ela balançou a cabeça negativamente.
ㅡ Isso tudo é inveja de mim? ㅡ Jurema fez uma careta para ela, bem eu não estava enxergando direito por causa da falta luz, então não sei dizer se ela estava fazendo careta ou se era a expressão normal dela. Ta, parei.
ㅡ Ah, com certeza, estou morrendo de inveja de você. Toda noite eu choro por não ser como você. ㅡ Dafine resmungou.
ㅡ Ta, ta, enfim, histórias de terror. ㅡ Pedro voltou a falar se colocando em pé na frente da nossa enorme janela, e quando eu digo enorme, eu não estou exagerando, é realmente gigante. Ela vai do teto quase até o chão. Poderíamos usar de porta se não fosse pelo fato dela não abrir. Pois é, é só de enfeite.
ㅡ Eu não quero! ㅡ Dafine exclamou.
ㅡ Problema é seu. ㅡ Pedro respondeu.
ㅡ Vou enfiar sua cara na faca. ㅡ Dafine respondeu e logo ambos estavam rindo.
ㅡ Vai, eu sou o primeiro. ㅡ Pedro voltou a falar. ㅡ Era noite, a casa estava escura e silenciosa...
ㅡ Arg... ㅡ Bocejei. Pedro fez uma careta para mim. ㅡ Desculpa.
ㅡ Todos da casa estavam dormindo. Estava no meu quarto me preparando para deitar quando a sombra de alguém passando pelo corredor apareceu embaixo da porta. Pensei ter sido minha irmã feiosa ou um de meus pais, então ignorei. Segundos depois a sombra passou de novo para o outro lado. Resolvi ir até a porta e a abri me deparando com pegadas de botas que manchavam o piso branco do corredor. Não eram simples manchas de lama ou sujeira, o líquido vermelho exalava um cheiro que me deixou enjoado. Era sangue. ㅡ Encarei meu irmão me perguntando que horas a luz voltaria. ㅡ Então, o pânico começou a me tomar e eu notei que as pegadas iam para o andar debaixo. Segui as pegadas com as pernas tremendo e desci as escadas me deparando com mais sangue e um forte cheiro de podre. Tampei o meu nariz me perguntando o que havia acontecido ali, até que vi dois corpos pendurados na sala. ㅡ Eu estava a ponto de bocejar de novo quando notei uma sombra esquisita na janela.
Tentei enxergar melhor e vi que realmente tinha alguém no nosso quintal parado na nossa janela!
Catuquei Priscila e apontei para lá. A mesma arregalou os olhos e apertou uma de minhas mãos quando outra pessoa apareceu na janela ao lado da outra. Olhei para Paulo e apontei para a janela. Ele apertou os olhos para tentar enxergar e logo os arregalou também. Jurema também não demorou a notar.
Priscila tocou o braço de Dafin e apontou para a janela. Agora já eram três na janela.
ㅡ AAAAAHHHHHH!!! ㅡ Dafine gritou apontou para a janela, o q que Pedro, que estava de costas para a janela, gritar junto e apontar o flash para eles. Os caras lá fora também se assustaram e gritaram também.
ㅡ SEUS FILHOS DA MÃE!!! ㅡ Gritei me colocando de pé. ㅡ O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI??? QUASE MORRI DO CORAÇÃO!!
ㅡ Eu que quase morri do coração! ㅡ Saulo disse do outro lado da janela. Ali estavam ele, Maicão e Gabriel. ㅡ Por que gritaram?
ㅡ Por que gritamos?? ㅡ Dafine ficou de pé. ㅡ O idiota do Pedro está aqui contando histórias de gente morta e aí três sombras aparecem na janela! Quer que façamos o que?? Dançamos quadrilha?
ㅡ Claro!! Viemos lá da caixa d'água porque você chamou a gente! Devia ter uma festa com direito a churrasco e piscina! ㅡ Maicão respondeu.
ㅡ Chamou eles? ㅡ Me virei para Dafine.
ㅡ Eu? ㅡ Ela se fez de sonsa colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. ㅡ Eu não lembro disso não, nem conheço eles.
ㅡ Chamou sim. ㅡ Priscila se aproximou da gente. ㅡ Disse que íamos ver um filme com eles e pediu para eles trazerem comida.
ㅡ Vou te dar uma vassourada. ㅡ Dafine resmungou para ela.
ㅡ Ou? Abre a porta lá pra gente entrar. Qualé? ㅡ Gabriel resmungou abrindo os braços do lado de fora.
ㅡ Abre lá, Pedro. ㅡ Pedi sem paciência.
ㅡ Eu sou o que? Seu empregado? ㅡ Ameacei chuta-lo e eu correu para a porta.
ㅡ Ta, eu chamei eles. Eu planejava que assistíssemos um filme e comêssemos algo como nos velhos tempos. Não contava com o apagão. ㅡ Dafine explicou.
ㅡ Cara, quase fomos assaltados. ㅡ Maicão entrou na sala rindo e colocando umas sacolas sobre a mesinha de centro. Atrás dele veio Gabriel e logo depois Saulo.
Esqueci por um momento como se respirava no momento que ele apareceu. Ainda estava escuro, mas meus olhos já haviam se acostumado, o que me permitiu vê-lo. E cara... ele estava tão bonito... eu devo ter ficado igual uma idiota admirando ele enquanto ele tirava o casaco e passava a mão nos cabelos para tira-los do rosto. Ele olhou pra mim. Ele sorriu. Eu engasguei e comecei e tossir.
Parei quando levei um tapão de Pedro.
ㅡ Some da minha frente antes que eu enfie meu pé onde ele jamais esteve. ㅡ Apontei para ele que se afastou de mim com as mãos tampando a bunda.
ㅡ Ok, o que vocês trouxeram? ㅡ Dafine perguntou e logo todos se aproximaram da mesa, eu me aproximei de Saulo.
ㅡ Oi. ㅡ Disse com certa timidez. Odiei isso.
ㅡ Oi, linda. ㅡ Saulo sorriu para mim me fazendo sentir os raios das borboletas de novo.
ㅡ Eu não sabia que vocês viriam, eu nem tomei banho ainda desde que nos vimos. A luz caiu e eu não tive coragem de subir. ㅡ Murmurei abraçando meus braços.
ㅡ Quer que eu vá com você?
ㅡ Que??
•••
Continua...
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...