Sabe o sentimento de ser amado? Pois é, nunca havia me acorrido, até aquele momento. Não falo de amor de pais, irmãos ou familiares, falo de amor vindo de uma pessoa que não tem nenhum laço com você, pessoa que não tem a " obrigação " de amar você por ter o mesmo sangue ou coisa do tipo. Amor de alguém que olhou para você e simplesmente te amou.
O amor sempre foi um sentimento bem sinistro pra mim. Sempre tive um certo medo e temor dele. Me imaginava amando alguém que não valesse a pena ou que simplesmente não me correspondesse e sentia um aperto no peito só de pensar. Eu nunca havia amado um cara antes. Como disse, eu já havia gostado, apaixonado e essas coisas, mas nunca tive o sentimento correspondido, então com o tempo passava. Olhar para Saulo sentado naquela cama ao meu lado sabendo que ele sentia aquele sentimento tão forte por mim me fez sentir uma sensação que eu nunca havia sentido antes.
Eu me senti especial, senti que eu importava para ele. Meu peito se aqueceu de uma maneira tão confortável que tudo que eu quis foi abraça-lo e permanecer em seus braços sem dizer nada por um bom tempo apenas aproveitando aquela sensação.
Porém, eu me sentia mal por nunca ter percebido e nem correspondido os sentimentos dele por todo aquele tempo. Enquanto eu sofria decepções por sentimentos não correspondidos, não percebi que estava fazendo o mesmo com o cara mais legal que eu já havia conseguido.
Suspirei me sentindo culpada. Eu sabia bem como era sentir que a outra pessoa não sente o mesmo, mas não chegava nem perto do que ele sentia.
ㅡ Me des... ㅡ Saulo me interrompeu.
ㅡ Já falei pra não pedir desculpas e também não quero que fique com essa carinha. ㅡ Saulo pegou no meu cabelo os colocando para trás, nas minhas costas. Logo depois tocou o meu queixo de leve virando meu rosto para ele. ㅡ Um dos motivos por eu não ter dito antes era justamente para você não mudar comigo. Não... não fique triste e nem mude comigo. Eu me sentiria muito mal se eu fosse o motivo por te fazer parar de sorrir.
ㅡ Mas, Saulo...
ㅡ Eu amo você, Perola, e por isso quero ver você sempre feliz e rindo. Não importa se está comigo ou não. ㅡ Seu carinho no meu queixo me fez fechar os olhos. Senti Saulo aproximar-se e logo seus braços me rodearam. O aconchego dos braços dele me rodearam e ali eu me encostei, apoiei, abriguei. Fiz do abraço dele um abrigo, uma proteção, de tudo lá fora.
Nenhum de nós disse mais nada, e, por mais incrível que possa parecer, o silêncio não incomodava. Era só nós dois.
[...]
O dia, assim como todos os outros daquela semana, passou bem rápido. O churrasco na casa de Maicão foi bem legal e no fim todos foram embora. Dafine e Priscila foram primeiro porque disseram que precisavam resolver algo que não entendi porque elas do carro e eu só respondi: Aham, tchau!
Eu e Saulo descemos juntos com Gabriel que entrou na primeira rua, que era onde ele morava, e logo nós dois seguimos sozinhos até chegar na casa dele. Parei de andar quando passamos em frente a oficina do pai dele.
ㅡ Que foi? ㅡ Saulo perguntou.
ㅡ Sua casa, ué. ㅡ Saulo riu e me abraçou de lado.
ㅡ Eu vou te deixar em casa, Perola. ㅡ Ele falou como sendo algo óbvio e me direcionou para descermos a rua.
Naquele momento eu tinha um medo, um medo que estava na minha mente desde o momento que Saulo disse com suas palavras que me amava: Que nós não fossemos mais os mesmos. Tinha medo que não continuassemos sendo os amigos bestas que eramos antes, mas...
ㅡ Saulo, eu vou te dar um socão... me dá essa merda! ㅡ Pedi correndo atrás dele pela Bela Vista, caminho de casa, enquanto ele gravava stories no meu celular.
ㅡ Calma ae! To fazendo live! ㅡ Ele respondeu enquanto corria de mim.
ㅡ O QUE?? VAI ACABAR COM A MINHA INTERNET! SAULOOO!!! ㅡ Saulo começou a gargalhar.
ㅡ Qual a próxima pergunta... ㅡ Ele falou parecendo tentar ler o que estava escrito na tela. ㅡ Quem se declarou primeiro. ㅡ Falou após ler. ㅡ Ela. ㅡ Ele respondeu de maneira simples. Parei de correr devido ao cansaço e ele parou logo depois com o celular na frente do rosto. ㅡ A Perola chegou pra mim no dia do meu aniversário e disse assim: Ai Saulo! Eu não aguentava mais de saudades! Ficamos um ano inteiro sem se ver e isso só me fez crer que eu estava completamente apaixonada por você. Você é o amor da minha vida! Namora comigo, seu lindão! ㅡ Saulo forçou uma voz feminina que me fez rir tanto que nem tive tempo ou raciocínio pra brigar com ele. ㅡ Ai que disse que foi tudo rápido demais e eu precisaria pensar no assunto. Ela era muito bonita, mas eu não sou um cara tão fácil.
ㅡ Você é um idiota. ㅡ Resmunguei sem folego depois de conseguir parar de rir.
ㅡ Ei? Não fale assim com o seu lindão. ㅡ Ele me repreendeu, o que apenas me fez rir mais.
ㅡ Desliga essa live, meu 4G se foi. ㅡ Andei devagar para mais perto dele.
ㅡ Calma, estou respondendo suas seguidoras. ㅡ Voltou a olhar para o telefone. ㅡ Não teve pedido romântico? ㅡ Leu a pergunta em voz alta. ㅡ Teve sim. Depois de uns dois dias a Perola me chamou pra ir na casa dela e eu fui super na inocência, aí quando cheguei lá tinham várias pétalas de rosas jogadas pela sala e...
ㅡ Para de falar bobagens! ㅡ Peguei o celular da mão dele. ㅡ É tudo mentira gente!
ㅡ Mentira, nada! Ela sempre foi gamadona em mim! Obcecada, dá até medo. ㅡ Saulo olhou para mim com uma careta.
ㅡ Eu vou acabar com você... ㅡ Comecei a correr atrás dele de novo e nem percebi quando a live caiu. Minha internet tinha acabado.
Depois de pega-lo e enche-lo de tapas nós chegamos até a minha casa. Saulo se despediu de mim com um beijo na bochecha ( estranhei minha própria mente quando desejei que ele tivesse beijado um pouquinho mais pro lado ) e logo entrei em casa.
ㅡ Aonde estava? ㅡ Meu pai perguntou.
ㅡ O senhor se importa? ㅡ Fiz uma careta e subi as escadas antes que ele pudesse responder. Passei pelo corredor torcendo para que Jurema tivesse sido abduzida por alienigenas e abri a porta do meu quarto.
ㅡ Aí quando saímos do cinema a garota não parava de reclamar e... ㅡ Priscila parou de falar quando me viu. Ela e Dafine estavam sentadas na minha cama fazendo as unhas enquanto miha televisão passava algum filme que não reconheci. Ambas sorriram para mim. ㅡ Oi, Perola.
ㅡ O que fazem aqui? ㅡ Fechei a porta do meu quarto.
ㅡ Viemos dormir aqui hoje. ㅡ Dafine deu com os ombros.
ㅡ E quem deixou? ㅡ Fiz uma careta.
ㅡ O Pedro. ㅡ Priscila sorriu.
Acabei rindo e me sentei na cama com elas.
ㅡ Ok... pode explicar como tudo aconteceu desde o início. ㅡ Dafine arqueou e abaixou as sobrancelhas com um sorriso .
ㅡ Do que ta falando?
ㅡ Do seu namoro com o Saulo. ㅡ Priscila riu. ㅡ Do que mais seria?
ㅡ Ar... ㅡ Abri um sorriso torto.
•••
Continua...
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As Regras do Amor Vol. 1
RomanceCom 19 anos eu não sabia muito sobre amor. Já havia assistido centenas de filmes, visto centenas de séries, lido centenas de livros e ouvido centenas de músicas, e todos sempre acabavam falando sobre amor. Eu não me lembrava de já ter realmente sen...